Comunicação inadiável durante a 130ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem a Eduardo Campos na data em que comemoraria 50 anos de idade.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem a Eduardo Campos na data em que comemoraria 50 anos de idade.
Aparteantes
Garibaldi Alves Filho, Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2015 - Página 143
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EDUARDO CAMPOS, EX GOVERNADOR, ESTADO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), PESAMES, FAMILIA, ELOGIO, VIDA PUBLICA, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, DOCUMENTO, PUBLICAÇÃO, INTERNET, PARTIDO POLITICO, PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB).

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco Maioria/PMDB - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna fazer um registro que considero importante para a política do País, para os partidos políticos e também para o Estado de Pernambuco, Estado no qual tive a honra de nascer. Hoje me considero pernambucano de nascimento e roraimense de coração, mas jamais estarei distante das questões que dizem respeito a Pernambuco e ao Brasil.

            E hoje nós temos uma data em que comemoraria 50 anos, comemoraria o seu aniversário, o meu amigo e conterrâneo, político que deixou uma marca importante na política do Brasil, Eduardo Campos. Eduardo Campos nasceu em 10 de agosto de 1965 - portanto, mais novo do que eu, muito mais conterrâneo do meu irmão, Alvaro.

            Acompanhei a vida de Eduardo na política de Pernambuco. Eduardo era economista, assim como eu; filiou-se, em 1990, ao PSB; foi Deputado Estadual, Deputado Federal; Ministro da Ciência e Tecnologia no mesmo período em que fui Ministro da Previdência - portanto, fomos contemporâneos de ministério -; eleito Governador de Pernambuco, quando iniciou uma campanha com 4% dos votos. A maioria das pessoas não entendia por que ele era candidato, e eu dizia para ele, sempre brincando, que a tarefa dele era ir para o segundo turno porque, do jeito como ele era, se ele fosse para o segundo turno, seria Governador de Pernambuco. E ele saiu de 4%, foi para o segundo turno e se elegeu Governador de Pernambuco.

            Fez um grande trabalho, formou uma grande equipe - uma equipe de jovens, uma equipe moderna - e deu exemplo de gestão, sendo escolhido diversas vezes o melhor Governador do Brasil. Foi candidato à reeleição em Pernambuco e se elegeu com 87% dos votos, aliás, 82% dos votos, Senador Raimundo Lira. Não é fácil! É uma marca difícil de alcançar no País.

            O Eduardo tinha um jeito diferente de ser: ao mesmo tempo em que ele era simples, ao mesmo tempo em que ele era bonachão, brincalhão, ao mesmo tempo em que ele gostava de contar histórias, o Eduardo também era um determinado. E ele queria um caminho melhor para o Brasil e se candidatou a Presidente da República. Através do PSB, junto com a Marina Silva, candidata a Vice, ele iniciou uma caminhada que levava esperança para o País. Talvez ele não fosse eleito Presidente nessa eleição, mas, sem dúvida nenhuma, o seu futuro estaria traçado com o futuro do País. Ele ocuparia - não tenho dúvida - espaços fundamentais na política brasileira no futuro, mas quiseram os destinos e quis o desígnio de Deus que ele perdesse a vida no dia 13 de agosto de 2014, em plena campanha política, após, no Jornal Nacional do dia anterior, dizer que não iria desistir do Brasil. Em um acidente aéreo fatal, nós perdemos o Eduardo. A campanha política recebeu um choque, e a política brasileira ficou mais pobre.

            Depois de amanhã, no dia 13, completar-se-á também data do seu falecimento - portanto, muito perto a data do nascimento da data do falecimento. No dia 13, vai completar um ano da sua perda. As marcas ainda são profundas. Pernambuco sofre com sua ausência, o PSB sofre com sua ausência, seus amigos sofrem com sua ausência, e sua família, mais do que nunca, também.

            Eu quero, ao fazer esse registro simples, enaltecer a figura, as lições e o exemplo de Eduardo Campos e dizer que Eduardo era um brasileiro visionário e que merece o reconhecimento de toda a Nação.

            Eu quero mandar o meu abraço fraterno e caloroso para Renata, sua esposa, para os filhos, Maria Eduarda, João, Pedro, José e Miguel, e também para a sua mãe, Ana Arraes, hoje Ministra do Tribunal de Contas, Deputada Federal, uma pessoa por quem temos um carinho e uma estima muito grandes.

(Soa a campainha.)

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco Maioria/PMDB - RR) - Ao PSB queremos registrar a importância do trabalho do Eduardo e torcer para que o PSB continue nessa caminhada que o Eduardo vislumbrou. O PSB hoje é um Partido importante para o Brasil, é um Partido que precisa estar junto, construindo alternativas que nós queremos para o nosso País.

            Nós vivemos um momento, Senador Garibaldi, de muita gravidade e de muita definição. É preciso que os melhores se unam, não partidariamente, não eleitoralmente, mas politicamente pelo País. Nós temos que recobrar a segurança jurídica do Brasil. Nós temos que recobrar a credibilidade no nosso País. Nós temos que recobrar e projetar uma previsibilidade da economia para os agentes econômicos. E tudo isso precisa ser feito em harmonia e precisa ser feito através das ações firmes do Congresso Nacional.

            Eu quero aqui registrar este momento do aniversário do Eduardo como um momento de reflexão, um momento de alguém que deixou uma lição, apesar do pouco tempo de vida.

(Soa a campainha.)

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco Maioria/PMDB - RR) - Outras ações precisam ser encaminhadas nessa direção.

            Eu ouço o Senador Garibaldi para um pequeno aparte e já encerro, Sr. Presidente.

            O Sr. Garibaldi Alves Filho (Bloco Maioria/PMDB - RN) - O aparte é pequeno mesmo. É apenas para dizer que a contribuição de Eduardo Campos, em um momento como este, seria inestimável - nisso eu não tenho dúvida -, diante da biografia dele, diante do que ele representou para o País, diante do que ele sempre pregou. Eu me lembro de uma frase dele - não vou dizer literalmente aqui, talvez V. Exª se recorde melhor do que eu - que dizia: “Não devemos desanimar, não podemos deixar o Brasil desanimar”. Eu só diria a V. Exª que Eduardo Campos, realmente, nesta hora, está fazendo falta mesmo.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco Maioria/PMDB - RR) - É verdade.

(Soa a campainha.)

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco Maioria/PMDB - RR) - Eu agradeço o aparte de V. Exª, Senador Garibaldi.

            Encerro, Sr. Presidente, pedindo aqui a transcrição dos dados do meu querido amigo pernambucano e político Eduardo Campos, registrando que...

            Eu concedo um aparte rápido também ao Senador Paulo Paim.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Romero Jucá, é o encerramento da sessão, mas, ouvindo a fala de V. Exª, não há como não lhe fazer um aparte, nem que seja para dar uma saudação ao PSB e aos familiares. Sem sombra de dúvida, V. Exª tem razão em tudo o que falou. Ele era um conciliador, era um homem de diálogo, era um homem de construção coletiva. Mesmo no governo Lula, diversas vezes, ele colaborou - e muito - no diálogo e no entendimento na Câmara e mesmo junto ao Palácio. O Brasil todo chorou naquela noite, com certeza absoluta, independentemente das divergências pontuais ideológicas ou mesmo partidárias.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Ele era um homem que tinha um destino, eu diria, de voar muito alto. E nós sabíamos que ele queria muito chegar à Presidência da República, mas Deus disse para ele “Voar alto à Presidência para você é pouco, venha aqui para junto de Mim“ e o levou lá para o céu. E nós ficamos aqui hoje lembrando esse momento. Bela recordação de V. Exª. Meus cumprimentos.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco Maioria/PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª, Senador Paulo Paim.

            Fica aqui, Sr. Presidente, no encerramento da nossa breve fala, o registro da admiração, da amizade e do carinho por Eduardo e por toda a família, realçando que esses preceitos, essa lição, esse ensinamento, essa forma de ser são mais do que nunca atuais, no sentido de que nós possamos nos unir para realmente levar o Brasil para o rumo que todos os brasileiros esperam que é o rumo do progresso, da qualidade de vida, da responsabilidade. Então, fica aqui o nosso abraço.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

DOCUMENTO ENCAMINHADO PELO SR. SENADOR ROMERO JUCÁ EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

            - “Há 50 anos nascia Eduardo Campos”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2015 - Página 143