O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amigos que nos acompanham pelas mídias sociais, pela Rádio Senado e pela TV Senado, o que me traz à tribuna hoje é um assunto que já se tornou recorrente no Estado de Mato Grosso. São as interdições das rodovias. E, sempre que essas interdições ocorrem ou estão prestes a ocorrer, independentemente de questão partidária ou copartidária, tenho buscado agir de forma preventiva, de forma a alertar o Governo Federal para que o País não fique parado por problemas menores.

            E o Estado de Mato Grosso tem sido apenado constantemente por problemas de interdições nas rodovias, quer sejam elas por populações indígenas, quer sejam por movimentos sociais na luta pela terra. Mas recentemente eu senti, no Estado, uma movimentação dos movimentos sociais. E busquei, através da Comissão da Agricultura, trazer integrantes do Incra - o Senador Donizete, inclusive, participou de algumas reuniões, buscando audiência com as pessoas do MDA, do Incra.

            Mas, infelizmente, tudo aquilo que temíamos, Sr. Presidente, acabou acontecendo. Essas pessoas foram para cima das rodovias. No Mato Grosso já caminhamos para o décimo dia de interdições, e, no caso do Estado, é muito grave, porque ali existem apenas dois corredores que ligam o sul do País ao norte do País, que passam ali por Mato Grosso - são poucas as rodovias.

            É um Estado que vive da sua agricultura, que vive da exportação dessa agricultura. Mesmo para locomoção das pessoas, as rodovias são imprescindíveis. Lógico, os movimentos sabendo disso, buscam resolver os seus conflitos, invadindo as rodovias.

            Agora, o que a gente pede encarecidamente é que o Incra possa se antecipar a isso. A gente sabia que havia um conflito muito grande a respeito da Diretoria da Presidência do Incra no Estado do Mato Grosso.

            Pois bem, essas pessoas vieram aqui. Fomos a uma audiência aqui no Incra em Brasília, e eles passaram. Houve, em um momento, a intenção de ser trocada ali a superintendência, mas eles esperaram quase dois meses.

            Agora o conflito está lá instalado. E é uma dificuldade até para conseguir. Eu passei agora no recesso tentando resolver essa questão e, após um dia de muita dificuldade em conseguir falar, fiquei sabendo que o Incra daqui também estava invadido e que eles estavam atendendo em uma sala no MDA.

            O País não pode ficar à mercê dessas coisas. Às vezes, problemas menores, problemas muito pequenos travam o País. Nós estamos em um momento de crise, Senador Donizete, em que qualquer coisa nos fragiliza; qualquer navio que deixa de embarcar por atraso é prejuízo para o País, e nós temos órgãos com funcionários, com toda uma estrutura que está aí pra resolver essas coisas.

            Agora eu acho até que não seria - acho, não, tenho certeza - o caso de eu estar aqui tomando o momento dos Parlamentares, e eu já vi vários outros também se preocupando com essa questão, para tratarmos de assuntos quando há órgãos para resolvê-los. Está lá agora, o problema está instalado. Esperamos que o Governo Federal, o Ministério da Justiça, que o MDA possam se debruçar sobre esse tema, porque, o que o cidadão mato-grossense quer é paz; ele quer tranqüilidade, para se locomover; quer usufruir do seu sagrado direito de ir e vir. Chega disso, é impossível!

(Soa a campainha.)

            O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Já concluo, Sr. Presidente.

            Agora, neste momento, sendo objetivo, eles estão pedindo que seja trocado. Bem, saiu a portaria hoje de substituição do Presidente, mas disseram que vão continuar invadindo e agora agregaram as invasões também aos indígenas, porque não querem interventor. Então, o que a gente pede aqui e solicita é que o Incra possa se debruçar e dar a seriedade necessita esse problema, para que o Estado não fique pagando por, eu diria, quase uma desídia do órgão em resolver os problemas que devem ser resolvidos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.