O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (Bloco Maioria/PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores: “O sonho sempre despertou o fascínio da humanidade. Fazer Medicina sempre foi o meu sonho”.

(Soa a campainha.)

            O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (Bloco Maioria/PMDB - RN) - Mas logo agora?

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS. Fora do microfone.) - Anunciando que V. Exª vai falar agora.

            O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (Bloco Maioria/PMDB - RN) - Pensei que era para terminar.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS. Fora do microfone.) - Não, é para começar.

            O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (Bloco Maioria/PMDB - RN) - Sei que V. Exª há de ser tolerante, porque nós estamos falando aqui do sonho de uma estudante de Medicina chamada Ana Luiza Silva de Lima, aluna do Curso de Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte/UFRN, em Caicó.

            Ela diz, em seu discurso:

Mas assim como para muitos outros jovens, eu presenciava meu sonho distanciar-se de mim ao encarar as dificuldades para ingressar em uma faculdade, tanto pública como privada.

Além disso, o fato de morar no interior do Rio Grande do Norte distanciava-me ainda mais desse desejo. Todavia, no meio de uma dessas reviravoltas que só a vida sabe fazer, deparei-me com o meu sonho ali, possível: uma escola de Medicina em minha cidade Caicó, em pleno sertão nordestino, terra da qual sou filha.

            E prossegue:

As escolas médicas, antes privilégio de grandes centros urbanos, tornaram-se realidade para cidades e cidadãos do interior, os quais, assim como eu, dificilmente acreditavam que um dia teriam médicos sendo formados em suas próprias regiões. O processo de interiorização das escolas de Medicina levou os olhos da sociedade para as áreas remotas do País. Mais que isso, deu voz aos sertanejos, ribeirinhos, indígenas e tantas outras comunidades do Brasil.

            Sr. Presidente, eu peço a V. Exª que faça constar nos Anais desta Casa o discurso dessa estudante de Medicina de Caicó, minha terra natal, em meu Estado, onde nasci. Hoje, esse discurso pronunciado perante a Presidenta da República, Dilma Rousseff; o Ministro da Saúde, Arthur Chioro; o Ministro da Educação, Ministro Renato; o Ministro Aloizio Mercadante, pronunciado perante centenas de Parlamentares - posso estar exagerando, digamos, dezenas de Parlamentares -, esse discurso, eu diria, roubou a cena.

            Emocionou a todos. E eu não poderia deixar de fazer com que ele tivesse essa repercussão aqui, no plenário desta Casa, e constasse dos Anais desta Casa.

            Associo-me, inclusive, à Senadora Fátima Bezerra, que aqui já registrou o discurso dessa estudante.

            Na verdade, o Programa Mais Médicos fez hoje dois anos e vai tomar um outro rumo, um outro curso, porque não serão mais os médicos vindos de Cuba, de outros países, que enveredarão por essas regiões mais distantes do País, mas serão médicos brasileiros. As 4 mil vagas que estão reservadas para esse programa agora serão ocupadas por irmãos nossos e futuramente ocupadas por médicos como essa estudante sonhadora que me fez hoje, meu caro Paulo Paim, acreditar que este País tem futuro.

            Muito obrigado.