O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Queria cumprimentar os ouvintes da TV Senado, da Rádio Senado, cumprimentar o nosso Presidente em exercício, Senador Paulo Paim, cumprimentar os demais Senadores e Senadoras aqui presentes nesta sessão e registrar que as preocupações colocadas anteriormente aqui pelo Senador Garibaldi Alves são bastante procedentes.

            Eu já fiz um discurso aqui sobre a questão da necessidade da água, sobre o tanto que a questão da água doce é fundamental para este País. O Senador Otto já fez discurso aqui sobre a necessidade da preservação do Rio São Francisco, dos investimentos necessários.

            E, agora, com essas barragens de acumulação que eu estou propondo, podemos melhorar essa questão dos cursos dos rios brasileiros, não só do São Francisco, como dos demais, como o do Rio Grande, por exemplo, cujas usinas hidrelétricas estão passando por muita dificuldade neste momento de estiagem.

             O que me traz aqui para falar em nome da Bancada do PSD, que é composta aqui pelos Senadores Omar Aziz, nosso Líder, por Otto Alencar, por mim e pelo Senador Petecão, é a reunião do Parlatino, que está acontecendo aqui em Brasília.

            Sr. Presidente, Sr^as Senadoras, Srs. Senadores, é com muita satisfação que subo à tribuna para tratar da reunião do Parlamento Latino-americano, o Parlatino, que se inicia hoje aqui em Brasília e continua amanhã e quinta-feira.

            Um dos grandes especialistas dos problemas latino-americanos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano, certa vez disse que a primeira condição para se modificar a realidade consiste em conhecê-la.

            Creio ser fundamental que membros de Parlamentos dos países de nossa região, representantes de cidadãos com inúmeras singularidades, por meio de um Parlamento continental, possam ter a valiosa oportunidade de se reunir, trocar informações e debater legislações para a superação dos problemas de nossos povos.

            Como um dos membros do grupo brasileiro, tive a enorme felicidade de ter participado, no primeiro semestre deste ano, em Havana, acompanhando o nosso Presidente do Parlatino Brasileiro, Senador Flexa Ribeiro, de duas Comissões do Parlatino: a de Equidade de Gênero, Infância e Juventude e a de Saúde. Fiquei muito contente ao testemunhar que as questões continentais são cada vez mais discutidas nesse fórum, e diversas políticas públicas e legislações são propostas para melhorar a vida de todos os cidadãos de nossa região.

            Inclusive, gostaria de saudar a Presidenta do Parlatino, Senadora Blanca Alcalá, por meio de quem estendo meus cumprimentos a todos os demais colegas do Parlamento. A Senadora Blanca, que representa, no México, o belíssimo estado de Puebla e que tive a oportunidade de conhecer em Cuba, é uma grande batalhadora das causas continentais. Assim como todos os membros do Parlatino, é uma grande ativista da superação dos problemas comuns dos países latino-americanos e defensora da democracia, da inclusão social e do respeito aos direitos humanos.

            Gostaria de destacar, Sr. Presidente, que, nas reuniões que realizaremos aqui em Brasília, devemos instalar o Grupo de Trabalho sobre Educação, Ciência e Tecnologia. Para mim, é uma grande satisfação poder testemunhar esse novo passo na evolução dos trabalhos do Parlatino. A ampliação temática reflete o aumento da demanda de nossos cidadãos por uma agenda alinhada às constantes mudanças de paradigmas de nossos países.

            Como é do conhecimento dos nobres colegas, sou Vice-Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática desta Casa. Posso garantir que, hoje, qualquer tema nacional passa pelo questionamento de como a tecnologia pode trazer mais eficiência às políticas públicas.

            Para se ter uma ideia, no meu caso, como engenheiro eletricista de formação, sempre tenho fomentado a aliança entre as novas fronteiras tecnológicas e a sustentação de uma matriz energética mais barata e mais limpa. É esse o caso da energia solar fotovoltaica, Sr. Presidente.

            Tenho a convicção de que os governos dos países latino-americanos, considerando as nossas particularidades, devem buscar alternativas às tradicionais fontes de energia. A instalação de usinas hidrelétricas de baixa eficiência e de termelétricas, por exemplo, é compreensiva em regiões fora dos trópicos, mas são inoportunas na maior parte de nossa região. A incidência solar na América Latina é elevada e não podemos deixar de aproveitá-la.

            Como exemplo, neste ano, destinei R$10 milhões, por meio de emenda parlamentar impositiva, à instalação de painéis solares em 17 escolas, atingindo 16 mil pessoas, e em 3 hospitais do Distrito Federal. Isso representa, meu caro Senador Alvaro Dias, uma economia que pode chegar a até R$4 mil por mês, por exemplo, na conta de cada escola, e R$150 mil de economia na conta do Hospital de Ceilândia, por exemplo.

            São ações como essa, aliada à troca das luminárias por LED e outras medidas, que, se tomadas em conjunto por Municípios, Estados e países, podem trazer novos padrões às matrizes energéticas. No longo prazo, simboliza uma economia de recursos de governo e de nossos cidadãos, além de representar a garantia de um meio ambiente sustentável para a nossa região.

            E não poderia deixar de registrar que, nas reuniões desta semana, também será instalada a Comissão de Cultura e Comunicação. Fomentar a nossa identidade e os laços que nos unem é fundamental para que possamos nos compreender e nos situar no mundo. Compartilho da ideia de que a América Latina, cada um de seus países e a região como um todo, deve guardar as suas tradições e a sua memória como forma de desenvolvimento social e humano.

            Todo mundo sabe, há testemunho da história, do massacre aos maias, aos incas e a outros povos que viviam aqui, na América Latina,...

(Soa a campainha.)

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - ... também no nosso Brasil, aos nossos indígenas. Por isso, nós só temos que valorizar a nossa cultura. E, hoje, com a instalação, também, da Comissão de Cultura e Comunicação do Parlatino, nós damos um passo adiante nessa linha.

            Para concluir, Sr. Presidente, gostaria de salientar que a nossa Constituição lista, como um dos princípios de nossas relações internacionais, a busca da integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina. Tenho a convicção de que a participação do Poder Legislativo é central para que alcancemos esses objetivos.

            Sr^as Senadoras e Srs. Senadores, por meio de órgãos como o Parlatino, o diálogo com nossos países vizinhos e irmãos é fortalecido. O Parlatino é a inequívoca representação da democracia e da cooperação no plano continental e uma fundamental forma...

(Soa a campainha.)

            O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - ...de troca de conhecimento e de busca de soluções para os inúmeros desafios que dizem respeito a todos nós, latino-americanos.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado a V. Ex^a pela direção dos trabalhos.

            Obrigado, senhores e senhoras.