A SRª MARTA SUPLICY (S/Partido - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Prezado Senador signatário desta homenagem, Senador Roberto Rocha; Senador Fernando Bezerra; querida Márcia Rollemberg; Rodrigo Rollemberg, Governador do Distrito Federal; Ministro das Cidades, Gilberto Kassab; Presidente Nacional do PSB, caro Carlos Siqueira; Presidente da Fundação João Mangabeira, Governador do Estado do Espírito Santo no período de 2011 a 2014, Sr. Renato Casagrande; representando o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, a Secretária-Executiva Emília Ribeiro; caros amigos e admiradores de Eduardo Campos, muitos dos que me antecederam já falaram tantas coisas, mas, lendo com cuidado a sua também escrita biografia, o que nós percebemos é a determinação, o encantamento pela política e também a rapidez com que decidia e assumia seus compromissos.

            Muito cedo na vida, ele escolheu a sua companheira. E, muito cedo na vida, ele formou uma sólida família. Embora tenha passado um curto tempo com sua a família, ele pôde encaminhar muitos dos mais velhos e ter uma relação profunda, apesar de todo o trabalho com que ele se envolvia. E aí ficam laços e marcas para o resto da vida.

            Essa é uma característica importante de alguém que muito cedo percebeu qual era a sua vocação. Podia ter sido outra. Seu pai vinha de outra estirpe, de outra lide, mas ele teve a força muito intensa do seu avô, da sua mãe, e logo decidiu para onde ia. Assim como decidiu as primeiras escolhas afetivas, ele também decidiu o seu caminho, a sua vocação.

            Eu fiquei muito impressionada e até fui perguntar ao Carlos se ele tinha mesmo terminado a faculdade aos 20 anos. O Carlos falou: “Olha, foi muito cedo, não sei se com 20 ou 21, mas foi algo por aí”. Então, eu continuei a ler para saber mais detalhes. E tudo foi muito cedo, muito intenso, muito inovador, muito rápido e muito decisivo também.

            Decisivo neste sentido: ia estudar nos Estados Unidos, mas abriu-se a oportunidade de então trabalhar com o avô, e a decisão: ficar com o avô. Depois, outras decisões também mostram muito essa sua característica: ter sido chefe de gabinete; a visão de ter criado a primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco; também quando, em 1991, ele ingressou no PSB. Elegeu-se Deputado Estadual, Deputado Federal, foi Secretário da Fazenda, reelegeu-se Deputado Federal com a maior votação já obtida no Estado.

            Um Deputado sempre brilhante que, no seu terceiro mandato, já era articulador do Governo Lula na reforma da Previdência e na reforma tributária. Em 2004, foi Ministro da Ciência e Tecnologia, reelaborou todo o Plano Estratégico, revisou o Programa Espacial Brasileiro e o Programa Nuclear Brasileiro, articulou a aprovação do programa de biossegurança, que permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e transgênicos, e assumiu a Presidência Nacional do PSB em 2005; depois, em 2006, concorreu e ganhou o Governo de Pernambuco. Com o governo bem avaliado, popularidade em alta, concorreu e foi reeleito em 2010.

            Com sua condução, Pernambuco foi um exemplo: cresceu acima da média nacional - 3,5% em 2009, num momento difícil - e os índices de violência caíram, com o Programa Pacto pela Vida. Na saúde, também a sua gestão foi um marco: Pernambuco se firmou como o Estado nordestino com maior ganho de anos de expectativa de vida - 72 anos -, superando a média de toda a região. Entre 2007 e 2011, Pernambuco registrou um crescimento de 14,8% - dá saudade, não é? - no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, número que superou em mais de duas vezes a média nacional. Quer dizer, uma trajetória excepcional.

            Além dessas homenagens, temos de fazer uma reflexão profunda em favor do nosso País - ele dizia sempre: “Nós não vamos desistir do Brasil” -, que precisa de homens e mulheres com a sua fibra, com a sua força; a força de um homem ousado, um homem conciliador, um homem de visão, inovador, que se dedicou à política, que é o grande instrumento de mudança do mundo e da vida das pessoas.

            Que ele seja para sempre uma grande inspiração para todos nós, para o seu partido, que agora tem um novo timoneiro, Carlos Siqueira, grande amigo pelo qual tenho enorme respeito e amizade. Um grande abraço a toda a Bancada de, também, amigos aqui do Congresso Nacional.

            E quero dizer para o Eduardo que a sua luta continua em todos nós.

            Muito obrigada. (Palmas.)