Discurso durante a 133ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a reverenciar a memória de Eduardo Campos, em razão do transcurso de um ano de seu falecimento, nos termos do Requerimento nº 841, de 2015, do Senador Roberto Rocha e outros Senadores.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão especial destinada a reverenciar a memória de Eduardo Campos, em razão do transcurso de um ano de seu falecimento, nos termos do Requerimento nº 841, de 2015, do Senador Roberto Rocha e outros Senadores.
Publicação
Publicação no DSF de 14/08/2015 - Página 14
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EDUARDO CAMPOS, EX GOVERNADOR, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA.

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Roberto Rocha, autor do requerimento e Senador emérito do PSB do Maranhão; Governador Rodrigo Rollemberg e Márcia Rollemberg; Presidente Carlos Siqueira; colega e companheiro Fernando Bezerra; Emília Ribeiro, representante do Ministério da Ciência e Tecnologia; Presidente Casagrande, da Fundação João Mangabeira; Senadores e Senadoras; autoridades; convidados para esta solenidade, acho que os oradores que me antecederam se expressaram da forma mais adequada possível, retratando e expressando, em uma síntese extraordinária, a personalidade e a figura - podemos dizer - inesquecível e histórica de Eduardo Campos.

            Pelo exemplo edificante que ele deixou para todos nós e para os mais jovens de como se deve empreender a luta política, respeitando o adversário, utilizando-se desse instrumento de articulação do ser humano com outros seres humanos, para fazer o bem e trabalhar em benefício da humanidade.

            Eu me recordo - e eu quero aqui expressar a minha saudade daquele tempo - de quando ingressei no PSB, em uma solenidade, em um evento que foi realizado na Assembleia Legislativa do meu Estado, com a presença do saudoso Miguel Arraes; do nosso grande Líder, Eduardo Campos, então começando a sua vida pública; e de Pedrinho Valadares, meu sobrinho, que fez toda a articulação política para que eu ingressasse no PSB, 20 anos atrás.

            Memorizo esse fato para deixar bem claro que o que motivou a minha presença no PSB foi, acima de tudo, o ideal desse Partido em lutar pela igualdade, pela correção das injustiças sociais, pela liberdade, pela democracia, pelo respeito ao cidadão e aos ditames formulados pela população quando elege um cidadão para governar um Município, um Estado ou a Nação.

            E é dentro desse prisma que eu continuo a achar que o espírito de Eduardo Campos continua entre nós, um homem que nunca desistiu de sua ação. Desde o início, desde os primórdios, quando ainda estudante muito jovem da Universidade Federal de Pernambuco, como jovem estudante de Economia, já era eleito presidente do diretório daquela faculdade, um demonstrativo de sua inclinação, do seu pendor para a política, para a execução, num amanhã, de um projeto em favor de Pernambuco, em favor do Brasil.

            A lembrança de Eduardo Campos significa, antes de tudo, um estímulo para que continuemos a sua luta, para que edifiquemos o seu trabalho e para que tenhamos a sua personalidade como exemplo para as gerações atuais e as futuras gerações. Quando ele afirmava: “No dia em que o pobre e o rico, o político e o cidadão, o empresário e o trabalhador estudarem na mesma escola, nesse dia, teremos o Brasil que queremos”. Essa sua pregação, ele o fazia, de uma forma ideal, acreditando que o nosso País, através de uma luta para equilibrar a economia, o social, a ética e a decência, alcançaria um dia essa igualdade tão perseguida, ao longo de tantos anos, na história da humanidade.

            Eduardo Campos, quando afirmava que o Nordeste não era problema, mas era uma solução, era uma parte da solução do Brasil, é porque ele acreditava na potencialidade da nossa região, nos seus recursos naturais, que são imensos, na força do homem nordestino, na sua coragem, na sua energia para derrubar as dificuldades das secas e das cheias, porque, segundo ele, na palavra do grande poeta, “o nordestino é, acima de tudo, um forte”.

            Quando, finalmente, ele disse aquela frase que ecoou em todo o Brasil e em todo o mundo, principalmente, depois de sua morte: “Não vamos desistir do Brasil” é porque ele acreditava que, apesar dos percalços vividos pela Nação, das dificuldades de entrosamento entre os políticos, do bloqueio para a execução de programas sociais, na busca da igualdade, apesar da corrupção desenfreada, da falta de ética, em muitos lugares deste País, ele acreditava que, através de uma luta de todos nós, uma luta consciente, engajada com o Brasil, com o sonho de todos nós, que trabalhamos nas escolas, nos campos, nas cidades, haveríamos de encontrar um Brasil melhor no futuro.

            Por isso, as minhas homenagens a esse grande homem público que fez história, ainda tão jovem desaparecido do nosso meio, mas cuja memória haverá sempre de assinalar o momento de alegria, de virtude e de engrandecimento do Nordeste e do Brasil.

            Agradeço, Sr.Presidente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/08/2015 - Página 14