Pela ordem durante a 138ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica ao pacote de ajuste fiscal proposto pelo Governo Federal.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Crítica ao pacote de ajuste fiscal proposto pelo Governo Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2015 - Página 200
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • CRITICA, PROPOSTA, AJUSTE FISCAL, AUTORIA, GOVERNO FEDERAL, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUSENCIA, CUMPRIMENTO, LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL, CULPA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CRISE, ECONOMIA NACIONAL.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Enquanto a votação se desenrola, Sr. Presidente, quero fazer meu registro, dizendo que tenho responsabilidade com o Brasil.

            A fala da Senadora Vanessa, que é uma fala genérica, de quem não vota com esse pacote da Presidente Dilma, não tem responsabilidade com o País.

Quem não tem responsabilidade com o País é quem vilipendiou, estuprou a economia deste País e nos jogou nessa queda livre em que nós estamos. Aliás, não chegamos ainda ao fundo do poço. Quem não tem responsabilidade com o País é quem estuprou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Quem não tem responsabilidade com o País é quem aparelhou este País, aparelhou de forma tal para chamar de meu ou para chamar de nosso, com base nas suas ideologias, e nos colocou em uma exposição tamanha para o mundo de vergonha pública, como nós nunca vivemos.

            Eu estou votando “não” e tenho responsabilidade com o meu País. O Brasil, hoje, é um corpo diabético, com taxas muito altas e vivendo um desequilíbrio. Todo mundo sabe que um diabético, quando as taxas estão altas, fica descompensado. O Brasil está descompensado.

            Eu sou filho de uma mulher diabética. Tenho três tias amputadas, e uma morreu amputada. Chamo a atenção do Brasil: por que eu quero dizer isso? Minha tia precisou ser amputada, Senador Vicentinho, porque tinha uma perna cujo pé apodreceu, gangrenou. Havia gangrena no pé, na perna. E o médico disse: “Amputa a perna para salvar o corpo.” Alguns parentes choravam: “Não, não amputa não.” Se não amputar, vai perder o corpo.

            Eu conheço muita gente amputada que vive muito bem, porque o diabético, quando se cuida, tem mais saúde do que qualquer pessoa, porque equilibra a alimentação, equilibra o sono, equilibra o remédio.

            O Brasil está com taxas muito altas e com uma perna podre, precisando ser amputada. Na hora em que amputar essa perna, que alguns insistem em não amputar, será possível salvar o corpo, que é a Nação brasileira. Alguns acham a perna e o pé diabético feridos e querem ficar voando ali em volta, lambendo aquilo, alimentando-se dessa miséria.

            Este País tem um ordenamento jurídico, Sr. Presidente, e nós não podemos nada fazer. É como a ética médica: para amputar alguém, é preciso que a família assine, existe documento. Este País tem ordenamento jurídico. Ruim, mas tem. Em alguns momentos, até ridículo, mas tem um ordenamento jurídico, Senador Vicentinho. E não é possível, mesmo tendo ordenamento jurídico, que se tome qualquer medida fora do ordenamento jurídico brasileiro. Eu concordo com isso. Agora, dizer que a Nação brasileira, as pessoas que se vestiram de verde e amarelo e que foram para as ruas são golpistas, isso é brincadeira de mau gosto! Aí, só falta chover para cima, porque o resto já vi. Mamãe, me acode!

            Então, ninguém pode falar nada? Vilipendia-se, estupra-se, comete-se o strip-tease moral em praça pública, e ninguém pode reagir!

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Pode reagir, sim. Isso é absolutamente legítimo. As pessoas podem ir às ruas, chiar, gritar, porque elas pagam impostos. As pessoas acreditaram e foram enganadas.

            E o que nós estamos votando hoje, sem dúvida alguma, foi um pacote de bondade para atrair os empresários a três meses do processo eleitoral. E o que a três meses do processo eleitoral se disse, agora manda a lei desdizer aquilo que se disse. Admira-me muito o Ministro Levy entrar nessa economia de mandioca da Presidente Dilma.

            Eu quero dizer que o meu voto é porque tenho responsabilidade com este País, mas não existe golpe nenhum. Qualquer cidadão pode ir para a rua, falar o que quiser, requerer o que quiser. Este País é democrático e livre. E quem acha que estão errados, vá para a rua fazer o mesmo tipo de protesto. Agora, ficar botando habeas corpus preventivo. Amanhã, se o ordenamento jurídico apontar, porque há erros a serem examinados e investigados, que chegue a uma posição fim. Estão botando habeas corpus! Quem são essas pessoas? Quem são os golpistas? Os assalariados? Aqueles que acreditaram?

            Por isso, Sr. Presidente, eu precisava fazer o meu registro, dizer que a nossa Nação está febril, a nossa Nação está descompensada no seu diabetes e com uma parte podre precisando ser amputada para salvar o resto do corpo. Essa é uma reação da Nação.

            Peço desculpas àqueles que pensam que, neste momento, dar nome de agenda positiva para salvar o País vai livrá-lo da queda livre. Tirem o cavalo da chuva, porque não vai! Este País vai parar no fundo do poço. Eles escreveram esse script. Essa novela foi escrita pelo PT e vai ter final no fundo do poço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2015 - Página 200