Discurso durante a 141ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas aos partidos de oposição por supostamente supervalorizarem os problemas existentes no País; e outros assuntos.

Autor
Telmário Mota (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
  • Críticas aos partidos de oposição por supostamente supervalorizarem os problemas existentes no País; e outros assuntos.
GOVERNO FEDERAL:
Publicação
Publicação no DSF de 22/08/2015 - Página 14
Assuntos
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, VIAGEM, PARTICIPAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, ENTREGA, RESIDENCIA, PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV), LOCAL, RORAIMA (RR), SOLICITAÇÃO, APOIO, GOVERNO FEDERAL, OBJETIVO, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, REGIÃO, MELHORIA, FORNECIMENTO, ENERGIA ELETRICA, DEMARCAÇÃO, RESERVA ECOLOGICA, POSSIBILIDADE, ABERTURA, PORTO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, ENTE FEDERADO.
  • CRITICA, ATIVIDADE POLITICA, MEMBROS, OPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, AUSENCIA, ETICA, DISCURSO, COMENTARIO, EMPENHO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELABORAÇÃO, POLITICAS PUBLICAS, OBJETIVO, MELHORIA, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, POLITICA NACIONAL.

            O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, que preside a sessão nesta sexta-feira, Senador José Medeiros, do PPS de Mato Grosso do Sul, expoente Senador, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado.

            Senador Paim, eu estava ouvindo V. Exª falar da tribuna agora, e fizemos até um aparte, e V. Exª falava sobre a crise que hoje toma conta do Rio Grande do Sul. Por coincidência, ontem, ainda desta tribuna, V. Exª fez uma referência a essa situação. Eu também já me referi ao Estado de Roraima, meu Estado.

            Recentemente, fui com a Presidenta Dilma Rousseff ao Estado de Roraima para a entrega de 747 casas do Programa Minha Casa, Minha Vida. Na viagem, a Presidenta pediu a mim e a mais dois Deputados que falássemos sobre a situação em que Roraima se encontrava. Nós tivemos a oportunidade, ainda na aeronave, no trecho daqui a Boa Vista, Roraima, de falar para a Presidenta que Roraima hoje precisa fundamentalmente do Governo Federal para destravar o Estado, porque ele está travado em alguns pontos que cabem ao Governo Federal.

            O primeiro ponto é a questão energética. Roraima precisa de uma energia forte, confiável. O Estado de Roraima é o único ente federativo que ainda não está interligado, no Brasil inteiro, porque está parado ali na reserva indígena Waimiri-Atroari, entre o Estado do Amazonas e o Estado de Roraima. Então, precisamos liberar essa energia, para chegar ao Estado de Roraima, para lhe dar garantia.

            Outro ponto é a questão fundiária. Há lá uma proposição. Quando as terras foram passadas para o Estado de Roraima, na ocasião, os administradores, gestores, os políticos que a fizeram não tiveram o cuidado e o zelo de ver que Roraima já contribuiu bastante com demarcações e ainda ali acataram duas unidades de conservação, de Lavrado. E também essa é uma situação que precisa ser equacionada no Estado de Roraima, e nós falamos isso à Presidenta, que a área pretendida é uma área produtiva que fica impossibilitada de fazer isso, porque começa a inviabilizar o Estado como um todo.

            O terceiro item é o Porto de Guanta, na Venezuela, para abrir a exportação, para facilitar o escoamento da produção, para que Roraima seja o grande produtor do Norte do País, tendo ali interligada uma parceria econômica, comercial, entre a Venezuela e o sul da Venezuela.

            E ontem houve uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado de Roraima. Foi no Parlamento Amazônico. Dali saiu um ofício solicitando uma audiência com a Presidenta da República, Srª Dilma Rousseff, para serem encaminhados os pedidos - esses mesmos pedidos - para o Estado de Roraima.

            Então, isso vem fortalecer, vem ao encontro da nossa proposição à Presidenta. Eu parabenizo essa ação da Assembleia Legislativa, que ali ouviu membros do Ministério de Minas e Energia e da Funai sobre essa situação. Foi solicitado, nesse ofício, nessa audiência, e nós vamos interceder junto à Presidenta no sentido de viabilizar essa audiência, para que a Presidenta possa receber mais de 80 Parlamentares do Parlamento Amazônico, em favor dessa causa do meu Estado.

            Então, quero aqui parabenizar todos os Deputados que fizeram essa audiência, em nome do Deputado Oleno Matos, que é do nosso partido, do PDT, que teve uma participação muito ativa nessa reunião do Parlamento Amazônico.

            Hoje, Sr. Presidente, eu venho a esta tribuna fazer justiça, porque, neste momento que o País atravessa, é fácil você atirar a pedra, é fácil você apedrejar e também é fácil você tentar escurecer, colocar uma cortina de fumaça em cima de verdades. Acaba que a oposição insiste em mostrar um País à beira do colapso, esquecendo que o País está caminhando, que o Brasil tem solução, que o Brasil está se encontrando e que o Brasil não está totalmente estagnado.

            Portanto, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, um dos requisitos fundamentais ao exercício da atividade política é a honestidade intelectual.

            Não contribuímos para o bom debate político, Sr. Presidente, quando superestimamos nossos próprios argumentos e realizações e, paralelamente, menosprezamos ou omitimos os argumentos e as realizações de nossos adversários.

            Falhamos em nossa condição de agentes públicos, muito especialmente quando deixamos de admitir nossos erros ao mesmo tempo em que não reconhecemos os acertos dos que se encontram no lado oposto do campo partidário.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço essa observação porque vejo esculpido nas atitudes e nas palavras de amplos setores da oposição, no cenário político atual, um tipo de comportamento que, em muito, lembra a desonestidade intelectual.

            A imagem que tais setores buscam vender do Brasil é a de um país à beira do colapso, um país onde só existem problemas, um país onde nada dá certo.

            É claro que existem problemas, e eu incorreria na mesma desonestidade intelectual que estou aqui a lamentar se dissesse que eles não existem.

            Ocorre, Sr. Presidente, porém, que mesmo submetido a uma série de desafios - desafios enfrentados com muita coragem e determinação, diga-se de passagem -, o Governo Federal tem também um conjunto de realizações a exibir. Essas realizações, Sr. Presidente, nunca são reconhecidas por aqueles que vêm pautando sua atuação política pela oposição sistemática e contundente.

            Ora, Sr. Presidente, se quisermos, a todo o momento vamos encontrar evidências de que o Governo da Presidenta Dilma Rousseff segue a pleno vapor por meio da adoção das medidas que se fazem necessárias ao nosso desenvolvimento, mas, para isso, não podemos estar com os olhos vendados pelo ardor oposicionista.

            Cito, Sr. Presidente - e deixo bem claro que são apenas exemplos, já que haveria muitas outras ações a destacar -, algumas notícias positivas que nos chegaram nos últimos dias.

            Ainda nesta semana, a Presidenta deve entregar o primeiro trecho do Projeto de Integração do Rio São Francisco, sonho historicamente acalentado pela população nordestina. O referido projeto, que vai beneficiar 12 milhões de brasileiros, já tem 78% de suas obras concluídas, e fases importantíssimas vêm sendo executadas nos últimos meses.

            No último dia 7, por exemplo, no Município de Cabrobó, em Pernambuco, tivemos o primeiro acionamento com êxito de uma bomba, na Estação de Bombeamento do Eixo Norte. Também já estão sendo testados os sistemas elétricos e de telecomunicações, válvulas, instrumentos de supervisão, painéis e motores.

            Outra excelente notícia recebida dias atrás veio da área ambiental. Nos últimos dez anos, Srªs e Srs. Senadores, a taxa anual de desmatamento na Amazônia Legal caiu 82%.

            Somente entre agosto de 2013 e julho de 2014, a queda foi de 15%, representando a preservação de aproximadamente 5.900 quilômetros quadrados. Daí resultou simplesmente a segunda menor taxa anual de desmatamento registrada na Amazônia Legal desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais começou as fazer as medições, em 1988.

            Já vimos duas notícias, Sr. Presidente, uma relacionada à área de infraestrutura e outra, à área ambiental. Vejamos agora uma conquista na área da educação.

            Na 43ª edição do WordSkills Competition, a maior competição de educação profissional de todo o mundo, o Brasil alcançou o melhor resultado de sua história na competição. Primeiro colocado, com 11 medalhas de ouro, 10 de prata, 6 de bronze e 18 certificados de excelência, nosso País somou 99 pontos, que o colocaram à frente da Coréia do Sul e de Taiwan, respectivamente segundo e terceiro classificados. Das 27 medalhas brasileiras, entre as quais as 11 de ouro, foram conquistadas por estudantes formados pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec, situação que evidencia o elevado nível alcançado pela educação profissional em nosso País.

            Do esporte, Srªs e Srs. Senadores, veio outra boa notícia, Senador Capi, lá do nosso Macapá. No Parapan de Toronto, o Brasil conquistou 257 medalhas, das quais, Senador Medeiros, 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze. Pois bem. Dessas 257 medalhas, 249, ou seja, 97% foram obtidas por contemplados com a Bolsa Atleta ou a Bolsa Pódio, do Ministério do Esporte.

            Isso mostra, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, Sr. Presidente, que o Governo Federal está sabendo valorizar os atletas que representam o Brasil em competições internacionais, dando-lhes o necessário suporte ao aperfeiçoamento de suas condições físicas e técnicas.

            Volto a insistir, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que esses casos aqui citados são apenas exemplos e que temos muitas outras evidências de que uma agenda positiva vem sendo cumprida pelo Governo neste difícil momento da vida nacional.

             Resta-nos, portanto, ser intelectualmente honestos, admitir que existem, sim, problemas a serem enfrentados, mas também reconhecer que muitas coisas boas vem sendo feitas.

            Era o que eu tinha, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, a comentar.

            Meu muito obrigado.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Muito bem, Senador Telmário Mota. V. Exª me obriga a dizer, mais uma vez, meus cumprimentos.

            V. Exª é um Senador que, com muita tranquilidade, tenta passar ao País e ao mundo, porque nós estamos aqui ao vivo pela TV Senado, que o Brasil não está nesse caos que alguns setores - eu não sou daqueles que dizem que é a oposição ou não é a oposição - tentam levantar. Não é esse caos extremo.

            De fato há uma crise, e nós todos reconhecemos, mas se compararmos com a Grécia, com Portugal, com a Espanha, nós estamos ainda, digamos, menos mal. Não estamos nem próximos da situação, por exemplo, da Grécia. Não estamos nem próximos.

            Então, eu acho que há como dar a volta por cima, retomar o crescimento. E que possa haver mais investimento na saúde, na educação, na segurança, em todas as áreas. É aquilo que nós sempre pregamos ao longo das nossas vidas.

            Parabéns pelo seu pronunciamento.

            O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Senador Paulo Paim, são tantas as causas tornam a população aflita, mas nós precisamos ter paciência. O brasileiro tem competência. Nós já mostramos isso nas diversas crises por que esta Nação já passou. Mas querer, neste exato momento, responsabilizar a Presidente Dilma por todas as mazelas que acontecem hoje no País, pela crise econômica por que o País passa é, no mínimo, não querer enxergar a verdade.

            A Presidente Dilma não é responsável pela crise americana, da qual eles estão tentando sair. A Presidente Dilma não é responsável pela crise europeia que está aí. E querer dizer que no mundo globalizado em que vivemos hoje o Brasil não seria afetado é a desonestidade intelectual de que acabei de falar.

            Ora, vamos lá.

            O Governo da Presidente Dilma é de quatro anos, não apenas de oito meses. Nós a elegemos para quatro anos. Vamos esperar o Governo acontecer, vamos esperar as modificações chegarem. Praticamente nesta semana nós concluímos os ajustes fiscais. Então, estamos dando credibilidade à Presidenta, estamos dando credibilidade à equipe econômica para que realmente possamos tirar o País dessa situação, colocar o País no eixo do crescimento, no eixo do desenvolvimento. Aí sim, nós vamos, com o Governo andando, com mais tempo decorrido, poder cobrar alguma coisa de forma muito mais contundente.

            Acredito que agora o próprio calor das ruas, as próprias manifestações já demonstraram que o povo não aceita mais corrupção. O povo não aceita mais os descasos com a coisa pública. O povo não aguenta mais a mistura dos gestores ou dos agentes políticos irresponsáveis da coisa pública com a coisa privada. Isso nós não aceitamos mais, nós não queremos mais. Mas nós temos de trabalhar no sentido de juntos somar toda a nossa força, somar todas as nossas energias para que possamos tirar o País dessa crise e oportunizar uma vida de qualidade para todos.

            O meu muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/08/2015 - Página 14