O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, apenas uma comunicação à Casa.

            Semana passada, eu denunciei, aqui da tribuna do Senado, que no pronto atendimento infantil, lá no meu Estado, morreram seis crianças em menos de uma semana. Há uma situação de calamidade, e eu fiz um apelo ao Ministro da Saúde para que auxilie o Estado do Amapá, que mande uma força-tarefa para que a gente possa melhor assistir a população. Há um estado de abandono da saúde gravíssimo.

            E, três dias atrás, voltou a acontecer algo mais dramático ainda. Uma mãe teve seu filho no Hospital da Maternidade, e a criança veio a óbito um mês e dez dias depois.

            A direção do hospital exigiu a certidão de nascimento. Enquanto ela foi buscar a certidão de nascimento para resgatar o corpo de sua filha, o corpo da criança desapareceu da maternidade. E, dois dias depois, o Governo não sabia o que dizer, o Secretário veio a público para dizer que a criança teria sido incinerada junto com o lixo hospitalar.

            Essa é uma situação que demonstra claramente a desorganização total da saúde no Amapá e, por isso, eu insisto. Encaminhei hoje um documento ao Ministro Chioro, Ministro da Saúde, para que ele possa designar uma força-tarefa para uma avaliação da situação de calamidade em que está vivendo a assistência à saúde em meu Estado.

            O Governador, no início do ano, decretou estado de emergência, mas, em vez de a situação melhorar, piorou, e piorou muito, com esse total descaso. E eu quero prestar solidariedade à mãe que perdeu essa criança e que, também, perdeu o corpo de sua filha, que terminou incinerado junto com o lixo hospitalar.

            Era isso, Sr. Presidente. Lamento, mas é necessário que a gente faça essa colocação.