Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à iniciativa do Presidente Renan Calheiros de criação da Agenda Brasil.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Apoio à iniciativa do Presidente Renan Calheiros de criação da Agenda Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 12/08/2015 - Página 157
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • APOIO, RENAN CALHEIROS, PRESIDENTE, SENADO, CRIAÇÃO, PROPOSTA, MODERNIZAÇÃO, ECONOMIA, BRASIL, EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, BANCADA, SENADOR, RELEVANCIA, POLITICA, COMBATE, CRISE.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC. Sem revisão do orador.) - Presidente Renan, caros colegas Senadores, eu me inscrevi já há algum tempo tão somente para fazer um registro, já que usei da tribuna hoje para fazer um pronunciamento em relação aos preços abusivos de passagens aéreas para o Acre. Neste dia, V. Exª fez um discurso importante aqui, no plenário do Senado, para a Nação brasileira, e tenho acompanhado, como Vice-Presidente da Casa, o esforço do Presidente Renan, de vários colegas Senadores de vários partidos, no sentido de retomar o protagonismo da política, neste momento de crise que o País atravessa.

            Independente de filiação partidária, o Brasil nos chama todos a dar uma parcela de contribuição. Isso não tira ninguém da posição de ser oposição ou situação. Ainda há pouco, Senador Jader - eu não estava no plenário, mas acompanhei o seu discurso - V. Exª colocou muitas verdades no seu pronunciamento.

            Neste ambiente de absoluta intolerância que o País vive, não deixo de registrar que nós, do PT, e pessoas que compõem o nosso Governo cometemos excessos ao longo desses anos, temos que começar reconhecendo isso: erramos.  Mas isso não pode fazer com que setores da oposição brasileira venham a agir com essa agressividade, com esse discurso que não tem meios-termos, não tem tradução, ele é pura e simplesmente uma ação contra o País.

            Acho que o Presidente Renan, hoje, tornou público um propósito que aproxima a política da economia. Em qualquer país do mundo, quando se tem uma crise econômica, recorre-se aos políticos, aos líderes políticos, para buscar a solução. Nas democracias, ao Parlamento. Sei que nós estamos vivendo uma quadra muito ruim para a política.

            Falam, falam e eu ouço aqui e, serenamente, registro ali, quando estou na Presidência, porque esse é o meu papel. Quando ocupo a tribuna, sou um Senador como todos os outros, que sente os problemas que o meu Governo, o meu Partido enfrenta, mas também tenho a possibilidade e a prerrogativa de responder, não na mesma moeda.

            Então, Sr. Presidente, caros colegas Senadores, acho que, nesta semana, estamos dando um passo importante para retomar o protagonismo da política no auxílio ao enfrentamento da crise. Quando saímos do encontro com a Presidenta Dilma, falei com a imprensa. E eu falava a palavra, o apelo que a Presidenta fazia a Senadores e Senadoras que são parte da Bancada de Apoio ao Governo. Ela fazia um apelo no sentido de nós ajudarmos a melhorar o ambiente político, a debater os temas que atenda os interesses do País.

            Sei que setores da oposição comungam com essa tese. À oposição cabe o discurso duro, a crítica dura, a cobrança dura, mas acho que o ambiente de intolerância não é bom para ninguém. Nós, da nossa Bancada, precisamos nos unir mais. Nós, da Base do Governo, precisamos nos unir mais. Agora, nós, situação e oposição, precisamos conversar mais. A crise, agora, atinge todos os brasileiros, e não importam as versões que se coloquem, todos nós temos que fazer algo para superá-la. A oposição pode fazer algo, nos ajudando a votar matérias que não agravem a crise e pode seguir sendo oposição, cobrando, prestando contas, fazendo o papel que, no jogo democrático, é tão importante. A nós, fazermos a defesa, dar as justificativas, os esclarecimentos.

            A Presidenta Dilma está fazendo uma agenda pelo País, seguindo, governando. Nós estamos definindo uma pauta melhor, uma pauta que não agrave a situação do País, mas que busque a solução. Eu acho que o ambiente político pode ser melhorado com mais diálogo, com um debate mais apropriado do que nós vimos fazendo.

            Concluo meu pronunciamento dizendo, também, que essa história de, todos os dias, nós ficarmos aqui sentados, no plenário, ou no meu caso, às vezes, sentado na Presidência, ouvindo, vendo colegas usando a prerrogativa da tribuna, mas apontando o dedo para o PT, com ouvi hoje à tarde...

(Interrupção do som.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ...apontando o dedo para a nossa Presidenta, para o nosso ex-Presidente Lula, isso não é adequado. Poucos - poucos! - têm condição de ficar apontando o dedo, porque quando se aponta o dedo assim, tem três dedos para o lado de trás.

            Qual é o partido, neste País, que faz um financiamento de suas campanhas, dos seus candidatos, e que pode vir aqui à tribuna fazer um discurso moralista, dando lição de moral para alguém? O PSDB não pode fazer. Setores da oposição não aguentam meia Lava Jato - meia Lava Jato! Mas o confronto não leva a nada. O que nós temos que fazer é baixar o tom. Em vez de acusar, conversar. Em vez de encontrar culpados, buscar solução.

            E é isso, eu queria me somar ao esforço do Presidente Renan, hoje,...

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ...de buscar para o Senado Federal um papel de protagonista. E eu faço um apelo aos colegas de oposição: sigam fazendo oposição, sigam sendo duros, cobrando do PT e do Governo, mas nos ajudem a trabalhar em favor do Brasil.

            Eu acho que esse é um movimento que nós podemos fazer. Aqui há Senadoras e Senadores da melhor qualidade, aqui há pessoas experientes, sabem encontrar o caminho para enfrentar as dificuldades que o País está vivendo, para que a gente possa seguir, com o País dando certo e a disputa política acontecendo dentro da normalidade democrática. Sem golpe, sem esperteza, sem atalhos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/08/2015 - Página 157