Discurso durante a 16ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Destinada à a comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Destinada à a comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras.
Publicação
Publicação no DCN de 05/08/2015 - Página 5
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, COOPERATIVA, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS, RELEVANCIA, TRABALHO, COOPERAÇÃO, ARRECADAÇÃO, IMPOSTOS, ENFASE, IMPORTANCIA, COOPERATIVA AGRICOLA, ECONOMIA, LOCAL, RIO GRANDE DO SUL (RS), NECESSIDADE, CAMARA DOS DEPUTADOS, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, ASSUNTO, BANCOS, CAIXA DE CREDITO COOPERATIVO, ACESSO, RECURSOS, FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR (FAT), DEFESA, PROJETO, AUTOR, SENADOR, TRAMITAÇÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, SENADO, REFERENCIA, CAPTAÇÃO DE RECURSOS, COOPERATIVA DE CREDITO, AMBITO, ORGÃOS, MUNICIPIOS.

     A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Apoio Governo/PP-RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente.

     Caros amigos e amigas, quero saudar os cooperativistas brasileiros de todos os Estados aqui representados, seja pelos seus próprios dirigentes, seja pelos seus servidores, sobretudo pelos principais servidores desta Casa. Cito aqui com muito carinho a Senadora Gleisi Hoffmann, do Paraná, um Estado como o meu, o Rio Grande do Sul, extremamente vocacionado ao cooperativismo.

     Também saúdo, na figura do Presidente desta sessão, o nosso Deputado Waldir Maranhão, 1º Vice-Presidente da Câmara e do Congresso Nacional, e o meu querido amigo Deputado Osmar Serraglio. Eu e S.Exa., como Líder da Frente Parlamentar do Cooperativismo -- FRENCOOP, propusemos esta sessão especial de homenagem a um sistema que eu costumo definir como capitalismo solidário, capitalismo de cooperação, para celebrar não apenas o Dia Internacional do Cooperativismo, que ocorreu no dia 4 de julho, mas também os 45 anos da jovem Organização das Cooperativas Brasileiras -- OCB, aqui representada pelo seu Presidente, Márcio Freitas, que está mostrando a força desse sistema que tanto respeitamos.

     Muito obrigada, Presidente Waldir Maranhão, por estar aqui conosco nesta cerimônia.

     Quero saudar todos os nossos Deputados de vários partidos. Deem-me a licença para saudar o meu querido correligionário Deputado Luis Carlos Heinze, o nosso querido cooperativista e sempre Ministro Odacir Klein e o representante do Governo do Rio Grande do Sul, Otaviano Fonseca, pela sua presença, representando

o nosso Estado; quero saudar todas as autoridades, os servidores do cooperativismo, as autoridades de Embaixadas que estão aqui representadas.

     Está aqui presente o Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, o Sr. Caio Rocha. Peço ao Presidente que o convide para ocupar a Mesa pela responsabilidade que tem como representante da Ministra Kátia Abreu nesta cerimônia. Gostaria também que o Presidente convidasse a Senadora Gleisi Hoffmann. A presença de S.Exa. é muito importante.

     Cooperação, meus caros amigos, é a palavra que por sua força define muito bem a missão do movimento cooperativista, que celebrou, no dia 4 de julho, o Dia Internacional do Cooperativismo, motivo, como eu disse, desta sessão solene proposta pelo Presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, a FRENCOOP, liderada pelo nosso grande Deputado Osmar Serraglio e por mim, Vice-Presidente, com muita honra, desta mesma Frente e também hoje Presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal.

     Outro relevante motivo é exatamente a celebração dos 45 anos da OCB -- Organização das Cooperativas Brasileiras. Graças à atuação das cooperativas, baseadas em valores de ajuda mútua, solidariedade, interesses comuns e propósitos democráticos, a contribuição social e econômica tem sido enorme não só ao desenvolvimento do meu Estado, o Rio Grande do Sul, mas a toda a comunidade focada na sustentabilidade e na colaboração.

     Atualmente, o associativismo cooperativado envolve no nosso Brasil mais de 46 milhões de pessoas, aproximadamente 23% de toda a população brasileira. No mundo, mais de 1 bilhão de pessoas em 100 países praticam o cooperativismo. São 6,8 mil cooperativas espalhadas em nosso País, com 11 milhões de associados e 340 mil empregos diretos gerados por esse sistema. Só isso justificaria a sua força e a razão desta sessão solene.

     Estou certa de que as dificuldades econômicas e financeiras de nosso País, entre elas a inflação, o desemprego, os desequilíbrios econômicos e sociais, seriam maiores não fossem o desempenho e o protagonismo do sistema cooperativista, que nasceu no final do século XIX, em plena era da Revolução Industrial, a atuar fortemente para manter a estabilidade econômica, a produção, apesar daquelas dificuldades.

     A esse sistema o Brasil deve um grande papel e tem um tributo: contribuir para o seu crescimento e retomada do desenvolvimento econômico. Aliás, no meu Estado, temos cooperativas de produção agropecuária que já têm mais de 100 anos. Isso representa a força e a demonstração clara do seu significado, da sua relevância e das suas transformações provocadas em cada comunidade onde há uma cooperativa. Ela se integra. Ela tem um papel relevante.

     Eu queria dizer que a confiança e também a ação coletiva, Deputado Serraglio, são a base desse modelo empreendedor e bem sucedido de associativismo, que, a meu ver, são poderosas ferramentas contra as crises.

     Agricultura, serviços, educação, saúde, crédito, eletrificação rural, logística em todas as áreas são apenas alguns dos exemplos dos setores envolvidos com esse tipo de apoio e cooperação, tão relevantes nos dias de hoje, quando imperam a falta de confiança e a queda no ritmo de atividade econômica em nosso País.

     No meu Estado, há cidades fortemente vocacionadas e ligadas ao cooperativismo, como Nova Petrópolis, considerada o jardim da Serra Gaúcha e a capital nacional do cooperativismo. Ali nasceu, cresceu e se desenvolveu toda essa história. Teutônia é outro exemplo.

     A geração de tributos nesses dois Municípios com atividade cooperativa superou, no ano passado, 1,7 bilhão de reais. E são cidades pequenas. Imaginem a relevância do trabalho de uma cooperativa.

     O faturamento, em 2014, em 13 ramos de atividade no Estado, superou 31,2 bilhões de reais, segundo dados da nossa Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul -- OCERGS, presidida por um estudioso, um grande especialista em cooperativismo, o Prof. Vergilio Perius, aqui muito bem representado pelo seu Diretor,

Irno Pretto.

     Obrigada pela sua presença. Cumprimente todos os componentes desse sistema no nosso Estado.

     Somente no Rio Grande do Sul, são 440 cooperativas, com 2,6 milhões de associados, gerando quase 60 mil empregos diretos. Além de gerar emprego e renda, as cooperativas ainda colaboram de forma decisiva para as contas públicas estaduais, ainda bastante debilitadas e necessitando de ajustes.

     Todos acompanharam, de ontem para hoje, as dificuldades que o Governo do Estado está enfrentando por conta desses desequilíbrios. E o sistema cooperativista, sem dúvida nenhuma, com o seu ativismo, com a sua produção, contribui para a manutenção da arrecadação financeira do Estado. No caso das cooperativas agrícolas, por exemplo, âncoras de nossa economia, agregam-se valor e renda, mão de obra e ICMS adicionado,

além de elas manterem muitos jovens no campo. Isso é realmente extraordinário.

     Por isso, como jornalista, por 4 décadas -- e aqui muitos gaúchos, meus conterrâneos, são testemunhas --, e, agora, como Senadora, neste meu mandato, estou sempre compromissada e reconhecendo o valor do sistema cooperativista na distribuição da renda e na qualidade de vida não só dos seus associados, mas do conjunto da sociedade onde elas estão instaladas.

     O Projeto de Lei nº 40, de 2011, de minha autoria, em tramitação na Câmara dos Deputados -- e peço ao nosso Presidente Waldir Maranhão, ao nosso Líder Osmar Serraglio e a todos os Deputados empenho para a votação desse projeto --, está na pauta e na agenda do cooperativismo da OCB. Ele autoriza o acesso dos bancos de crédito cooperativo aos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador -- FAT. O objetivo é ampliar e baratear a concessão do crédito não só para a produção, mas para todo o sistema cooperativista.

     Aliás, quero agradecer a presença ao Dr. Feltrim, do Banco Central.

     Todas as vezes que provoquei o Dr. Alexandre Tombini a respeito dessa questão na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, recebi dele as referências mais elogiosas ao Sistema Cooperativo de Crédito -- SCC, que, fiscalizado pelo Banco Central, é reconhecido pela instituição monetária oficial brasileira no sentido de uma disseminação de crédito. Em muitos Municípios, não há uma agência bancária ou um posto dos Correios, mas há ali uma agência do banco de crédito cooperativo, um representante do Sistema Cooperativo de Crédito.

     Então, essa seriedade, esse conhecimento, esse contato, esse trato pessoal e direto com o tomador do empréstimo fazem a diferença no lugar do País onde o Sistema Cooperativo de Crédito opera.

     Por isso, quero ressaltar a relevância de uma agenda pautada pela OCB e agradecer ao Banco Central por essas referências ao sistema.

     Outro projeto também de minha autoria, o Projeto de Lei do Senado nº 280, de 2014, em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, permite a captação de recursos pelas cooperativas de crédito com os Municípios e seus órgãos, entidades, ou empresas por eles controladas. Essas iniciativas legislativas convergem para esse propósito tão nobre que é o da cooperação.

     Aqui está a Senadora Gleisi Hoffmann, que conhece profundamente a relevância disso, porque o Paraná, como o Rio Grande, é um Estado onde o cooperativismo tem uma força extraordinária. Então, penso que essa seja uma contribuição também relevante.

     Por fim, senhoras e senhores, a Organização das Nações Unidas -- ONU reconhece que as cooperativas constroem um mundo melhor, promovem a inclusão social e a integração. Mesmo diante da crise que estamos vivendo, temos a clara demonstração de que a renúncia ao individualismo gerou sempre mais resultados positivos que negativos.

     O cooperativismo é o trabalho em conjunto de parceria solidária. Ele tem como base princípios que precisam se perpetuar ao longo da história. Com isso, não tenho dúvidas de que o resultado será o desenvolvimento sustentável, uma meta que pode e precisa ser alcançada por todos nós.

     Parabéns pelo Dia Internacional do Cooperativismo! Parabéns pelos 45 anos da OCB! Que comemoremos outros 45 anos! Acho que não estaremos aqui para fazer isso, mas vamos torcer para que os nossos sucessores o façam.

     Muito obrigada. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 05/08/2015 - Página 5