O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Oposição/DEM-GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Bom dia, senhoras e senhores, representantes do cooperativismo brasileiro e também internacional que se fazem presentes na data que hoje se comemora, pelo gesto da nossa Senadora Ana Amélia, também Presidente

da Comissão da Agricultura da Casa, junto com nosso Presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo da Câmara dos Deputados, nosso colega Deputado Osmar Serraglio, que preside a sessão neste momento.

     Eu quero estender os cumprimentos aos que compõem a Mesa: ao meu amigo Márcio Lopes de Freitas -- ontem estive com ele, em São Paulo, às 10 horas, quando recebeu uma bela homenagem da Associação Brasileira do Agronegócio -- ABAG, em reconhecimento pelo trabalho feito à frente do cooperativismo brasileiro --; ao Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e do Cooperativismo do Ministério, Sr. Caio Tibério Dornelles da Rocha; ao Diretor da Secretaria de Agricultura Familiar, Marcelo Botton Piccin; ao Secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Sr. Paul Israel Singer; ao Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania, Dr. Luiz Edson Feltrim, e meu amigo de longa data, desde o meu primeiro mandato na Câmara, o Deputado Valdir Colatto, que se faz presente também, ocupando o lugar à mesa.

     Eu quero rapidamente fazer algumas referências e cumprimentar também, representando o meu Estado,na nossa área da saúde, o Dr. José Abel Ximenes, falando em nome do Presidente da UNIMED, Dr. Eudes de Freitas Aquino.

     Quero cumprimentar o meu colega Odacir Klein, uma das melhores cabeças do Congresso Nacional. Esta Casa sente muito a ausência de V.Exa., um homem extremamente preparado, grande debatedor, íntegro e perfil daquilo que o Congresso Nacional cada dia mais precisa buscar. Quero prestar esta homenagem, porque é merecedor, pela sua trajetória de vida, mesmo em posições contrárias. V.Exa. sempre teve nosso reconhecimento.

     Eu quero também pedir 1 minuto para homenagear um líder, no meu Estado, Goiás: o Sr. Antonio Chavaglia,que preside hoje a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano -- COMIGO, de Rio Verde, e já foi Presidente da Cooperativa da OCB de Goiás. É um homem que deu conta, num Estado onde não havia a cultura do cooperativismo, de desenvolver e cada vez mais mostrar a competência, a capacidade, a qualidade, a técnica e a possibilidade de aplicar o que existe de mais moderno, como colocou aqui o Deputado Luis Carlos Heinze, fazendo uma agricultura altamente competitiva.

     Hoje, a sua região, a sua cidade, Rio Verde, passou a ser uma referência nacional, um polo, assim como temos no Rio Grande do Sul; em Não-Me-Toque, no Paraná; em Cascavel e em outros lugares. Temos a Agrishow, no Rio Grande do Sul, e a Tecnoshow, em Rio Verde, mostrando a realidade da agricultura e da pecuária brasileira, hoje, com altíssimo padrão de tecnologia.

     Nesse setor não há mais espaço para “achismo”, para improvisações. É um setor altamente preparado e competitivo. Eu costumo dizer que tenho um orgulho enorme e muita alegria, assim como o Heinze, o Colatto, o Moka, a nossa turma antiga da Frente Parlamentar da Agropecuária da Câmara dos Deputados, que agora chega ao Senado Federal, de representar um setor que deu certo no Brasil. Hoje, ninguém pergunta sobre jogador de futebol ou carnaval do Rio de Janeiro, perguntam como o Brasil consegue produzir tanto, como o Brasil é capaz de fazer essa transformação e buscar exatamente aquilo de que precisamos, que é modernizar a agricultura brasileira.

     Sem dúvida alguma, é o cooperativismo brasileiro que tem dado esse espaço. Os senhores são professores. Os senhores criaram a condição de terem discípulos no Brasil todo. São discípulos na área do cooperativismo da saúde, do trabalho, do crédito, da agropecuária, de vários setores e ramos que representam.

     Essa é a escola. Nada melhor na vida do que formar discípulos capazes de levar as boas ideias a todos os rincões deste País. É isso que o cooperativismo brasileiro faz. É a única vacina capaz de combater o cartel. É a única vacina capaz de fazer com que haja uma verdadeira distribuição de renda no País e que o cidadão se

sinta, por menor que seja, dono de uma estrutura que muda o perfil de uma região e de uma cidade.

     Quero cumprimentar todos e dizer que, como Senador da República, o projeto de lei da Lei Geral das Cooperativas já havia sido aprovado, quando aqui cheguei. Ele já está na Câmara dos Deputados.

     Nós temos que reconhecer o trabalho do Deputado Hauly no ato cooperativo que ainda não saiu da Câmara. Tenho que reconhecer, Deputados Colatto e Heinze, o trabalho que fizeram naquela Casa.

     Fui Deputado Federal por cinco mandatos e nunca, Presidente Osmar Serraglio, assistimos à Câmara dos Deputados com total autonomia na pauta. Eu posso atestar isso como um Deputado de cinco mandatos. Hoje, a Câmara dos Deputados tem autonomia para pautar as matérias.

     Eu acredito, Deputado Colatto, que, com a sua liderança e a dos demais colegas, como o Deputado Heinze, o Deputado Lelo e tantos outros que aqui estiveram, vão conseguir pautar exatamente o ato cooperativo, matéria que vem sendo até cansativa para os ouvidos de todos os Líderes que aqui estão e não suportam mais a história de que isso deverá ser normatizado, uma norma constitucional que se arrasta por tantos anos, desde a promulgação da Constituição brasileira.

     Eu encerro dizendo da minha alegria em estar aqui hoje como titular da Comissão presidida pela nossa líder do setor rural, minha querida amiga e Senadora Ana Amélia, uma referência na política nacional. Quero dizer, em alto e bom som, que o Deputado Colatto e eu já estivemos aqui em 1989, quando tratamos do endividamento rural. Foi um momento delicado em que instalamos uma CPI, resistimos duramente e vivemos uma situação para a qual não queremos ver mais a agricultura voltar.

     Na semana passada, no sábado, tive a oportunidade de escrever um artigo na Folha de S.Paulo e dizer que o que querem com a agricultura nessa hora é o famoso abraço de afogado. O Governo está querendo dizer a nós que agora pode haver taxa de juros maior, que pode haver uma total insegurança jurídica nos investimentos. O setor rural já provou isso e não quer mais. O setor rural quer manter a meta de inflação, quer que haja o dólar com câmbio flutuante, quer que haja a limitação do processo de intervenção do Estado nas ações do setor da economia brasileira e, ao mesmo tempo, não aceita este momento em que nós estamos vivendo, sob total insegurança jurídica e de mercado.

     É necessário que o Brasil proponha mudanças substantivas e busque a credibilidade, condição sine qua non para que haja um Governo capaz de fazer os ajustes necessários.

     O setor rural não vai, neste momento, depois de ter percorrido todos esses anos de luta, sobrevivido a momentos de maior impasse, de endividamento, de desgaste, hoje, correr o risco de voltar àquilo com o que o Deputado Colatto e eu convivemos muito bem quando aqui chegamos, em 1990.

     A agricultura brasileira é outra. A agricultura brasileira é algo que pode dizer, de cabeça erguida, que foi o único setor da economia brasileira que deu certo. E, se deu certo, foi porque os senhores, e todos nós, soubemos trabalhar, dedicar, e trazer cada vez mais competência e tecnologia a esse setor.

     Contem com o Senador Ronaldo Caiado. Como Líder do Democratas que sou, contem com a votação da bancada em todas as matérias que vierem amanhã a serem apreciadas nesta Casa. E também saibam que, naquilo que depender do Democratas na Câmara dos Deputados, o cooperativismo brasileiro terá o seu total apoio.

     Muito obrigado, um abraço e meus cumprimentos a todos. Parabéns pelos 45 anos do cooperativismo brasileiro! (Palmas.)