Discurso durante a 16ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Destinada à a comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras.

Autor
Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Destinada à a comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras.
Publicação
Publicação no DCN de 05/08/2015 - Página 25
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, COOPERATIVISMO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS, ENFASE, IMPORTANCIA, SISTEMA COOPERATIVISTA, ECONOMIA, BRASIL, HOMENAGEM, FUNDADOR, ORGANIZAÇÃO, COOPERATIVA, LOCAL, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).

     O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR-MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Eu quero saudar a Sra. Senadora Ana Amélia, Presidente da nossa Comissão de Agricultura, sempre presente nesta Casa em eventos importantes como este, o Sr. Deputado Osmar Serraglio e, por seu intermédio, outros Parlamentares presentes. Quero saudar o Sr. Márcio Freitas, Presidente da OCB -- Organização das Cooperativas do Brasil. Estão também no plenário o nosso companheiro Sr. João Spenthof, Presidente do Sicredi em meu Mato Grosso, e o Sr. Onofre Cezário, Presidente da OCB do meu Estado.

     Eu quero inicialmente lembrar uma figura que já não está conosco, o Padre João do Município de Juscimeira, que foi o pioneiro, no meu Estado, em incentivar o cooperativismo. Ele era um dos que pregava muito que não temos que dar o peixe, temos que dar a vara, porque o cidadão tem que aprender a pescar, tem que produzir. Foi assim que ele incentivou muito, na região sul do Mato Grosso, que os pequenos pudessem se juntar, no sentido de buscar, através da parceria, o fortalecimento.

     Iniciou-se com a cooperativa de leite e depois vieram as cooperativas de crédito. Eu me lembro bem de quando nós tivemos a oportunidade de discutir com a OCB. Eu quero também lembrar o Senador Jonas Pinheiro, que sempre incentivou muito essa área.

     Nós estivemos, à época, na Europa, por mais de 60 dias, numa Comissão com o Banco do Brasil, com representantes do Banco Central, para discutir o que poderíamos fazer para modernizar o nosso sistema cooperativo.

Algumas coisas foram feitas -- legislações e normatizações no Banco Central -- nessa área de crédito, principalmente, que era a angústia, porque as cooperativas só podiam trabalhar com o seu segmento específico. Mas, aí, graças a esse trabalho, muita coisa evoluiu. E vemos hoje o sistema de cooperativa de crédito no Brasil extremamente forte, claro que não tanto quanto o desejado, como na Europa, mas já hoje bastante significativo. Há cooperativas de crédito como a UNIMED, que hoje também têm força em todo o Brasil.

     O sistema de cooperativismo no Brasil já é uma realidade. E isso não faz muito tempo, não. Isso foi no meu primeiro ou segundo mandato, há 20 anos, quando existia essa dificuldade muito grande, e cada dia mais os avanços estão sendo alcançados.

     Agora há pouco, eu conversava ali com o João. Ainda esta semana, teremos uma reunião com o Banco do Brasil, no sentido de ampliar os recursos dos fundos constitucionais, para que as cooperativas de crédito no Brasil também possam ter mais acesso a esses recursos. Sem dúvida alguma, nesses recursos, que são recursos para promover o desenvolvimento regional -- no nosso caso, da Região Centro-Oeste, o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste --, é extremamente importante a participação das cooperativas, porque elas conhecem a clientela. Elas estão ali muito mais próximas, para discutir e saber se aquele projeto realmente tem viabilidade para promover o desenvolvimento da região.

     Diferentemente, os bancos comerciais -- inclusive, aí entra também o próprio Banco do Brasil -- não vivem diretamente com a comunidade, e, às vezes, são aprovados projetos muito grandiosos, e um projeto pequeno é deixado de lado.

     Por isso, Senadora Ana Amélia, nós entendemos que esta sessão, em que estamos hoje comemorando os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras, é fundamental, até para que nós possamos, também, falar um pouco do Brasil, reconhecendo esse trabalho feito pelo sistema Cooperativo de modo geral, mas também tendo a oportunidade de divulgá-lo mais ainda, para que, cada dia mais, as comunidades valorizem-se e fortaleçam-se nesse sistema.

     Como diz um dos fundamentos da cooperação, “não é suficiente ficar junto, é necessário trabalhar junto, é necessário cooperar”.

     Os objetivos mais distantes só podem ser alcançados por meio da cooperação, qualquer que seja o seu formato.

     Não é difícil compreender a existência de um dia internacional dedicado ao cooperativismo, e os números falam por si sós. No mundo inteiro, cerca de 1 bilhão de pessoas, em 96 países diferentes, movimentam um volume anual de negócios que se aproxima dos 3 trilhões de dólares. São mais de 1.300 cooperativas com faturamento anual acima dos 100 milhões de dólares, cooperativas que exercem suas atividades em áreas tão distintas quanto agricultura, alimentação, indústria, seguros, vendas no atacado e no varejo, crédito, educação, saúde, e assim por diante.

     Se formassem um país, as cooperativas, com certeza, seriam uma das maiores economias do mundo. No Brasil, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras, temos mais de 11 milhões de cooperados distribuídos por quase 7 mil cooperativas. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estima que as cooperativas exportaram mais de 6 bilhões de dólares no ano passado e quase 3 bilhões de dólares até o mês de junho deste ano.

     Nosso País abriga cooperativas de todos os tipos e de todos os tamanhos, atuando nas áreas mais diversas e nos locais mais variados. Em Jericoacoara, no Estado do Ceará, por exemplo, existe a Associação das Crocheteiras Mundo Jeri, uma cooperativa de mulheres que ganham seu sustento confeccionando e vendendo peças de croché. Essa cooperativa foi tema de um documentário premiado pela Organização das Nações Unidas, em 2012, por ocasião da celebração do Ano Internacional das Cooperativas.

     Se formos ao Rio Grande do Sul -- Estado da Senadora Ana Amélia e berço do cooperativismo agropecuário brasileiro --, as cooperativas vitivinícolas chamarão nossa atenção. Elas produzem os quatro vinhos brasileiros que estão classificados entre os cem melhores do mundo, segundo a Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores.

     Na Região Sudeste, por sua vez, localiza-se a terceira maior cooperativa industrial do mundo, a Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo, a conhecida COPERSUCAR.

     Em Mato Grosso, meu querido Estado, no Município de Cáceres, existe a Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal, uma cooperativa que cria jacarés em cativeiro e tem autorização do IBAMA -- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis para comercializar a carne e a pele desses animais. E há muito mais em Mato Grosso. Hoje são 159 cooperativas devidamente registradas, com 366.123 cooperados e 8.512 colaboradores. Existem 12 cooperativas, cujas matrizes estão em outros Estados, mas com forte atuação no meu Estado, Mato Grosso. Do total de 159 matrizes, 62 são do ramo agropecuário, e o maior número de cooperados está nas cooperativas de crédito, com 333.332 cooperados.

     Em Mato Grosso, o cooperativismo se destaca: 46% dos habitantes do Estado estão envolvidos no cooperativismo. É o terceiro Estado, proporcionalmente, com o maior número de pessoas ligadas a esta atividade, que está presente em 118 Municípios, cobrindo 84% do Estado, que tem 141 Municípios.

     Ao falar sobre o cooperativismo em Mato Grosso, quero aqui prestar uma homenagem a um dos maiores entusiastas do cooperativismo no Estado, o Coronel José Meirelles, falecido no dia 29 de agosto de 2012. Ele foi um dos fundadores da Organização das Cooperativas de Mato Grosso, da qual veio a ser Presidente, ainda

no início da década de 80.

     Coronel Meirelles, como era chamado, era um humanitário convicto. Na sua extensa biografia, se me permitem, está o trabalho que realizou pela abertura da que é uma das mais importantes rodovias brasileiras, a BR-163, ligando Cuiabá a Santarém, no Pará. Na época, ele era Comandante do 9º Batalhão de Engenharia e Construção.

     Foi um enorme desafio. A maior dificuldade do grupo era abrir a floresta virgem da Amazônia.

     Pensando nisso, o comandante e seus homens criaram os chamados carroções, uma espécie de trailer montado em cima de chassi de caminhão, para ganhar mais mobilidade. Isto é, em tudo Meirelles via a possibilidade de avançar sobre a ótica do cooperativismo.

     Cumprida a missão, Meirelles ingressou na carreira política, chegando a ocupar o cargo de Prefeito da nossa capital, Cuiabá.

     Também, dizia Meirelles: “Como Presidente da Organização das Cooperativas do Estado, conheci em profundidade o sistema cooperativo nacional e suas vantagens para a evolução das classes populares”.

     Era, portanto, um homem sintonizado com o tempo, com uma visão de futuro muito cristalina.

     Quero dizer ainda que existem três princípios adicionais que completam o caráter transformador do cooperativismo: a ênfase na educação e na formação dos seus membros, a intercooperação e o interesse genuíno pelo desenvolvimento sustentado e sustentável das comunidades em que atuam. São princípios simples, mas que dão estrutura e consistência ao cooperativismo e que fazem dele uma das melhores ferramentas de que dispomos para alcançar um de nossos objetivos constitucionais mais relevantes: “construir uma sociedade livre, justa e solidária”, uma sociedade em que o tema do Dia Internacional do Cooperativismo -- a equidade -- possa prevalecer.

     Em nome da equidade, da liberdade, da justiça e da solidariedade, desejo saúde e vida longa às cooperativas e ao cooperativismo brasileiro.

     Por seu intermédio, Dr. João, quero, então, homenagear todos aqueles brasileiros que estão lá em nosso Mato Grosso, que, com uma população pequena, está construindo um Estado gigantesco através de um cooperativismo que já é exemplo no Brasil e no mundo.

     Parabéns! (Palmas.)

     O SR. PRESIDENTE (Osmar Serraglio. Bloco/PMDB-PR) - Agradeço ao Senador Wellington Fagundes.

     SEGUE, NA ÍNTEGRA, O PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR WELLINGTON FAGUNDES

     O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR-MT. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, estamos aqui hoje, em Sessão Solene, para celebrar a união, o trabalho e a cooperação. Estamos aqui para comemorar duas datas importantes: o Dia Internacionaldo Cooperativismo; e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras.

     Como diz um dos fundamentos da cooperação: “não é suficiente ficar junto, é necessário trabalhar junto, é necessário coopera?’

     Os objetivos mais distantes só podem ser alcançados por meio da cooperação, qualquer que seja o seu formato.

     Não é difícil compreender a internacional dedicado números falam por si só.

     No mundo inteiro, cerca de um bilhão de pessoas, em 96 países diferentes, movimentam um volume anual de negócios que se aproxima dos 3 trilhões de dólares. São mais de 1.300 cooperativas com faturamento anual acima dos 100 milhões de dólares, cooperativas que exercem suas atividades em áreas tão distintas quanto agricultura, alimentação, indústria, seguros, vendas no atacado e no varejo, crédito, educação, saúde, e assim por diante.

     Se formassem um país, as cooperativas seriam uma das maiores economias do mundo.

     No Brasil, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras, temos mais de 11 milhões de cooperados distribuídos por quase 7 mil cooperativas. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estima que as cooperativas exportaram mais de 6 bilhões de dólares no ano passado; e quase 3 bilhões de dólares até o mês de junho deste ano.

     Nosso País abriga cooperativas de todos os tipos e de todos os tamanhos, atuando nas áreas mais diversas e nos locais mais variados. Em Jericoacoara, no Estado do Ceará, por exemplo, existe a Associação das Crocheteiras Mundo Jeri, uma cooperativa de mulheres que ganham seu sustento confeccionando e vendendo peças de crochê. Essa cooperativa foi tema de um documentário premiado pela Organização das Nações Unidas, em 2012, por ocasião da celebração do Ano Internacional das Cooperativas.

     Se formos ao Rio Grande do Sul -- o berço do cooperativismo agropecuário brasileiro --, as cooperativas vitivinícolas chamarão nossa atenção. Elas produzem os quatro vinhos brasileiros que estão classificados entre os 100 melhores do mundo, segundo a Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores. Na Região Sudeste, por sua vez, localiza-se a terceira maior cooperativa industrial do mundo, a Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo, a conhecida COPERSUCAR.

     Em Mato Grosso, meu querido Estado, no Município de Cáceres, existe a Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal, uma cooperativa que cria jacarés em cativeiro e tem autorização do IBAMA para comercializar a carne e a pele desses animais. E há muito mais em Mato Grosso. Hoje, são 159 cooperativas devidamente

registradas, com 366.123 cooperados e 8.512 colaboradores.

     Existem 12 cooperativas, cujas matrizes estão em outros Estados, mas com forte atuação em Mato Grosso. Do total das 159 matrizes, 62 são do ramo agropecuário, e o maior número de cooperados estão nas cooperativas de crédito, com 333.332.

     Em Mato Grosso o cooperativismo se destaca: 46% dos habitantes do Estado estão envolvidos no cooperativismo. É o terceiro Estado -- proporcionalmente -- com o maior número de pessoas ligadas a esta atividade, que está presente em 118 Municípios, cobrindo 84% do Estado, que tem 141 Municípios.

     Ao falar sobre o cooperativismo em Mato Grosso, quero aqui prestar uma homenagem a um dos maiores entusiastas do cooperativismo no Estado, o Coronel José Meirelles, falecido no dia 29 de agosto de 2012. Ele foi um dos fundadores da Organização das Cooperativas de Mato Grosso, da qual veio a ser seu presidente, ainda no início dos anos 80.

     Coronel Meirelles, como era chamado, era um humanitário convicto. Na sua extensa biografia, se me permitem, está o trabalho que realizou abertura dessa que é uma das mais importantes rodovias brasileiras, a BR-163, ligando Cuiabá a Santarém, no Pará. Na época, ele era comandante do 9º Batalhão de Engenharia e Construção, o 9º BEC.

     Foi um enorme desafio. A maior dificuldade do grupo era abrir a floresta virgem da Amazônia. A equipe da topografia seguia à frente para estaquear o solo. Viviam toda sorte de situações, inclusive enfrentamentos com animais selvagens. Meirelles contava que dependendo da vegetação, a equipe avançava 1 quilômetro por dia e, em 10 dias, estava há 10 quilômetros do acampamento, o que prejudicava ainda mais a logística precária da época.

     Pensando nisso, o comandante e seus homens criaram os chamados carroções, uma espécie de trailers montados em cima de chassi de caminhão, para ganhar mais mobilidade. Isto é: em tudo Meireiles via a possibilidade de avançar sobre a ótica do cooperativismo.

     Cumprida a missão, Meirelles ingressou na carreira política, chegando a ocupar o cargo de prefeito de Cuiabá, capital de Mato Grosso, sucedendo a Dante de Oliveira, de quem era vice. Um dos seus maiores trabalhos como prefeito foram as chamadas “obras humanas”, em que procurava transformar pessoas da comunidade em agentes ativos do desenvolvimento, através do cooperativismo.

     Dizia Meirelles: “Como presidente da Organização das Cooperativas do Estado, conheci em profundidade o sistema cooperativo nacional e suas vantagens para a evolução das classes populares”.

     Era, portanto, um homem sintonizado com o tempo e uma visão de futuro cristalina.

     O cooperativismo é um caminho que o Brasil deve continuar persistindo para avançar. Reavivar e disseminar suas filosofias, doutrinas e sistemas tem o meu apoio.

     Independentemente do local onde atuem, do tamanho ou do ramo de atividade, as cooperativas têm em comum alguns princípios básicos. São princípios que permeiam e fundamentam suas atividades e que foram criados há quase dois séculos, na época da Revolução Industrial, por um pequeno grupo de tecelões ingleses.

     Naquela época, os teares mecânicos eliminaram os teares manuais, e os tecelões perderam seus empregos e sua renda. Com dificuldade para comprar o pão de cada dia, um pequeno grupo de 28 pessoas juntou suas economias e, em 21 de dezembro de 1844, abriu uma pequena loja. O objetivo era obter escala para poder comprar, no atacado, a preço mais justo, os produtos de que necessitavam; e vender, no varejo, o excedente. O estoque inicial do negócio valia, cerca de 16 libras (o que equivale a 90 reais): eram 12 quilos de manteiga, 25 quilos de açúcar, 304 quilos de farinha, um saco de aveia e algumas velas feitas de gordura. Após um ano, eles passaram a vender carne. Dois anos depois, passaram a vender tecidos fabricados pelos próprios cooperados.

     Em 1854, eles conseguiram comprar 96 teares mecânicos. Seu exemplo -- o exemplo da Sociedade dos Pioneiros Equitativos de Rochdale -- é lembrado até hoje, e representa uma verdadeira inspiração para o cooperativismo mundial.

     Aqueles 28 indivíduos não foram os primeiros a acreditar que a união faz a força. Não foram os primeiros a tentar trabalhar em conjunto e a tentar cooperar. Seu pioneirismo consistiu em fazer a cooperação dar certo, em fazê-la prosperar. E a cooperação prosperou porque suas ações se baseavam naqueles princípios, naqueles

sete princípios que são considerados, até hoje, fundamentais para o cooperativismo.

     Em primeiro lugar, a adesão é livre e voluntária. Em segundo lugar, a gestão é democrática, e todos os membros participam ativamente da tomada de decisões. Em terceiro lugar, existe participação econômica, e cada membro faz contribuições e participa ativamente do controle do capital da cooperativa. Em quarto, as cooperativas são autônomas e independentes.

     E, por fim, existem os três princípios adicionais que completam o caráter transformador do cooperativismo: a ênfase na educação e na formação de seus membros; a intercooperação; e o interesse genuíno pelo desenvolvimento sustentado e sustentável das comunidades em que atuam.

     São princípios simples, mas que dão estrutura e consistência ao cooperativismo, e que fazem dele uma das melhores ferramentas de que dispomos para alcançar um de nossos objetivos constitucionais mais relevantes: “construir uma sociedade livre, justa e solidária”. Uma sociedade em que o tema do Dia Internacional

do Cooperativismo -- a equidade -- possa prevalecer.

     Em nome da equidade, da liberdade, da justiça e da solidariedade, desejo saúde e vida longa às cooperativas e ao cooperativismo brasileiro.

     Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 05/08/2015 - Página 25