O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senador.

            Eu vim aqui para uma breve comunicação, apenas para parabenizar os professores de educação física, pois hoje é o dia deles: 1º de setembro! É o dia em que a Lei nº 9.696/98 foi sancionada. E ela, então, a partir daí, trouxe um novo momento para essa categoria tão importante para o nosso País. Os professores de educação física fazem com que ocorra aquilo que é importante para cada ser humano: o equilíbrio entre a mente e o corpo.

            Não só a atividade intelectual é fundamental, mas também a atividade física. Esses valorosos homens que se espalham na vastidão do nosso território, são muito importantes também para despertar em nossas crianças o amor pelo esporte. Agora nós estamos discutindo no Supremo Tribunal Federal se devemos ou não liberar o consumo da droga. Esse consumo da droga, certamente, poderá trazer um aumento no tráfico de drogas, que nós não conseguimos combater nem nas nossas fronteiras, nem nas grandes cidades brasileiras.

            Agora, o professor de Educação Física pode incutir, em cada um desses meninos e meninas, o amor pelo esporte. Pode desenvolver sua índole e sua vocação para cada uma das modalidades. Pode fazer com que se crie, na alma desses jovens, desses meninos e meninas, o sonho de serem atletas olímpicos, de mergulharem nas piscinas, de darem um salto do trampolim, de saltarem com vara, de impressionarem a audiência, sua família, seus amigos numa corrida, no atletismo, ou mesmo no basquete, no vôlei, no futebol.

            Quando falamos de liberar as drogas, o consumo delas, e discute até que ponto a quantidade não é tráfico, é muito mais importante nós discutirmos a lei que os professores lutam no Congresso para aprovar, que é impor a cada escola municipal o dever de ter um professor de Educação Física para meninos e meninas desde a sua tenra idade. Esse é o melhor combate que se pode fazer ao flagelo das drogas no nosso País.

            E eu faço aqui, no Dia do Professor de Educação Física, um chamamento ao Congresso Nacional, pedindo a todos que venhamos a ponderar sobre esse tema. Também ao Ministro da Educação.

            É bem verdade que apresentarão o argumento de sempre: que faltam recursos para dotar cada escola do ensino primário, do ensino fundamental, das primeiras séries, na verdade, com o professor de Educação Física; mas eu lembro que muito mais do que isso nós gastamos para depois trancafiar homens e mulheres que se envolveram no tráfico de drogas, ou mesmo para combater esse flagelo que vitima a sociedade brasileira nos dias de hoje.

            A melhor maneira de se tratar um problema é no início, é na raiz, é na sua causa, e não no efeito. E é isto que eu faço aqui agora à Nação: um chamamento. Vamos vacinar nossos meninos e meninas, nossos jovens contra as drogas, levando a eles a paixão pelo esporte,...

(Soa a campainha.)

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - ... dando a eles a oportunidade de seguirem o modelo de um professor de Educação Física, que não só vai ditar a eles as regras para a performance no esporte, mas também que tenha conhecimentos psicológicos, que tenha conhecimento da fisiologia desses meninos, para poder despertar neles aquele esporte que melhor se lhes adapta.

            Então, é isso!

            Eu não poderia, Sr. Presidente - dê-me mais um minuto apenas-, de modo algum fazer aqui esta loa, este estribilho, este elogio a esses valorosos profissionais de Educação Física sem lembrar o nome do Presidente do Conselho Federal, Prof. Jorge, e, também, de uma das figuras mais simpáticas, mais atuantes, mais presentes que, sempre com boas ideias e argumentos, participa dos debates em função, ou melhor, em defesa da sua categoria, em defesa da Educação Física do Brasil, que é o querido Prof. Ernani Contursi, do Rio de Janeiro.

            Ernani, em seu nome, quero homenagear todos os professores, que, com idealismo, com abnegação, com amor à profissão, tem feito do nosso País um País muito melhor.

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - Senador Crivella, permita-me?

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Pois não, com o maior prazer.

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - Obrigado. Quero me congratular com V. Exª pela homenagem que faz aqui aos professores de Educação Física. Quero, ao me associar a esta homenagem, lembrar-me da importância dessa atividade e do professor para as pessoas adquirirem bons hábitos e os levarem para frente, sejam crianças, jovens e os que têm mais idade. Quero registrar minha satisfação, em nome de um parente meu - de um primo -, lá de Foz do Iguaçu, Paulo Camilo, que é professor de Educação Física, com quase 30 anos nessa área. Em nome dele, congratulo-me com todos aqueles que fazem e prestam serviços aos Municípios, Estados e à Nação brasileira. Parabéns e muito obrigado.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Muito obrigado, Governador.

            Então, é isso! Tanto eu como o Senador Blairo, aqui, de maneira reverente e solene, prestamos nossa...

(Soa a campainha).

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - ... devotada homenagem a esses profissionais da Educação Física. Que os senhores possam iluminar nossa Pátria, despertando, em meninos e meninas e em nossos jovens, o amor ao esporte. É a melhor vacina contra as drogas: colocar o professor na escola primária para dar a nós todos um futuro melhor.

            Aliás, em relação ao ensino religioso, está escrito na Bíblia: “Ensina a criança o caminho em que deve andar e, ainda, quando envelhecer, não se desviará dele.” Tiramos a Bíblia da escola e, agora, não queremos que o professor de Educação Física seja um profissional imprescindível na formação de meninos e meninas.

            Nós, do Congresso Nacional, precisamos fazer essa lei efetiva. Cada escola, cada menino e menina devem ter um professor de Educação Física para despertar seu talento, sua índole e sua vocação para o esporte para que ele seja um atleta, ao invés de, amanhã, ser um pobre viciado em drogas.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Crivella, permite-me um aparte muito pequeno?

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Pois não.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - É só para cumprimentar V. Exª. Nós votamos, hoje pela manhã, o relatório apresentado pelo senhor. E eu, hoje pela manhã, falei de um psicanalista do Rio de Janeiro que foi o primeiro a me procurar para regulamentar a profissão de professor de educação física, Eduardo Mascarenhas. V. Exª deve tê-lo conhecido. Ele já faleceu, era psicanalista e autor do projeto. Casualmente, ele faleceu três semanas depois, não foi um mês. Eu peguei essa questão do professor de educação física como uma homenagem a ele. Assim, trabalhamos, trabalhamos, o Senador Paulo Rocha foi o Relator, até que conseguimos aprovar o projeto do Eduardo Mascarenhas, já falecido. Hoje, quando V. Exª lembrou que é o Dia Nacional do Professor de Educação Física, eu achei justo que eu fizesse também essa homenagem a ele, que apresentou o projeto a pedido dos professores. E hoje é lei. Que bom que hoje é o Dia Nacional do Professor de Educação Física, professores que são tão machucados neste País, como no caso do Rio Grande do Sul, onde não recebem nem o piso e estão parados porque receberam R$600 no fim do mês. Meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Muito obrigado, Senador Paim. Eu nem ia tocar aqui nos rendimentos que eles recebem nas academias de ginástica, que realmente são uma coisa degradante.

            De qualquer forma, Senador Jorge, eu peço que consigne o meu discurso nos Anais do Senado.

            E nossas reverentes homenagens aos professores de educação física no seu dia.

SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR MARCELO CRIVELLA.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco União e Força/PRB - RJ. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores,

            No dia 1º de setembro, comemoramos o Dia do Profissional de Educação Física. A data marca, Sr. Presidente, a promulgação da Lei n° 9.696, de 1998, que regulamentou a profissão e criou o Conselho Federal de Educação Física.

            Não poderia deixar passar essa data sem registrar uma homenagem a estes profissionais, que sempre admirei e valorizei.

            Da forma como vejo, Srªs e Srs. Senadores, a educação física ocupa um lugar especialmente estratégico, como parte do esforço educativo e como aspecto importante do cuidado com a saúde.

            Como parte da educação, não há dúvida, Sr. Presidente, de que um corpo saudável não é apenas o meio para uma mente igualmente sã, mas, também, uma condição permanente e um ingrediente inseparável de estar e viver bem.

            Sabemos como o desenvolvimento intelectual de uma criança, por exemplo, depende fortemente de seu desenvolvimento físico. É dominando seu corpo, é ganhando agilidade, força, equilíbrio, coordenação, que a criança vai aos poucos adquirindo as ferramentas que vão permitir-lhe desenvolver suas capacidades cognitivas.

            O ser humano é uma unidade integrada de corpo e mente: desenvolvendo sua higidez física e, juntamente com seu intelecto, temos um indivíduo mais forte e íntegro. O profissional de educação física, como professor, tem papel fundamental na formação do indivíduo em sua integralidade.

            E, ao longo da vida, a prática de esportes ou outras atividades físicas continua importante, como elemento pedagógico. O tipo de incentivo que os esportes favorecem, por exemplo, pode ser muito importante para os jovens e ensinar muitas coisas sobre cooperação, superação de si e, o mais importante, a disciplina.

            Com relação à saúde, cada vez mais ampliamos nossa consciência dos benefícios da prática de atividades físicas, ajudando a controlar o risco de doenças graves, melhora o metabolismo, aumenta a resistência de músculos, ossos e tendões, eleva o bem-estar mental, combatendo depressão, ansiedade, estresse - e a lista poderia continuar, quando bem orientada, previne e ajuda a curar.

            A orientação do profissional de educação física, nesse contexto entre a educação e a saúde, é fundamental, em todos os lugares em que atua. Dada a amplitude dos benefícios que a atividade física e a prática de esportes promovem, é preciso cuidar para que sejam bem realizadas. Esse é o papel do profissional de educação física.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no ano que vem acolheremos, no Rio de Janeiro, os Jogos da 31a Olimpíada. Será uma oportunidade ímpar para a divulgação do esporte e de seus benefícios, e é uma ocasião única para reconhecermos o mérito da educação física.

            Receberemos a elite dos esportistas mundiais - mais de 10 mil atletas de mais de 200 países -, competindo em 42 modalidades e disputando mais de 300 medalhas. Por trás de tudo isso, está o profissional de educação física.

            Sem seus preparadores físicos, o puro talento desses atletas de elite não seria suficiente para transformá-los em esportistas de alto rendimento. Essa passagem do talento para o rendimento pede a intervenção de um preparador. Uma parte importante do sucesso desses atletas se deve, portanto, ao trabalho do profissional de educação física.

            Mas, não é só para os grandes atletas profissionais, naturalmente, que a atuação do profissional de educação física é relevante. Para os milhões de atletas amadores - nas ruas, nos parques, nas academias -, ter em algum momento a orientação adequada e, melhor ainda, o acompanhamento correto de sua atividade física é extremamente valioso.

            Mais do que isso, é, muitas vezes, um requisito para se obter os verdadeiros benefícios da atividade e para evitar os efeitos indesejáveis da má prática. E essa é a diferença que o profissional de educação física pode fazer.

            Pouco tempo atrás, se pensava, que qualquer pessoa poderia assumir o papel de treinador ou de professor de educação física, desde que tivesse saúde e disposição para tanto. Não se atentava para as especificidades da educação física, tanto em seus aspectos pedagógicos quanto em seus aspectos de saúde.

            A valorização do profissional veio com o reconhecimento e com a regulamentação da profissão, em 1998, data que marcou, efetivamente, um novo tempo para a educação física e, podemos dizer, também para todos os que querem se dedicar a uma prática física ou a um esporte com vistas a obter seus benefícios, evitando os riscos inerentes a essas atividades.

            Quero encerrar, Sr. Presidente, deixando minhas congratulações ao Presidente do Conselho Federal de Educação Física, o Sr. Jorge Steinhilber, e a todos os profissionais de educação física, a quem saúdo na pessoa do meu amigo Ernani Contursi.

            A todos, meus parabéns e meus sinceros agradecimentos pelo grande trabalho que realizam.

            Muito obrigado.