O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Eu queria cumprimentar a Mesa na pessoa de V. Exª, Senadora Vanessa Grazziotin, colega desta Casa.

    Eu queria cumprimentar também a nossa Senadora Regina Sousa, que tem prestado um grande trabalho no Piauí.

    Eu queria cumprimentar as nossas Deputadas aqui presentes. A Deputada Erika Kokay estava presente aqui, mas acho que já saiu.

    Eu queria cumprimentar também a representante da Marcha das Margaridas, Srª Carmen Foro, da CUT, e todas as pessoas aqui presentes, na lembrança da nossa querida Margarida Alves.

    Senhoras e senhores, não é que eu não abra mão de falar, mas é que, nesta Casa, há regras, e uma delas é a alternância da fala entre um Senador e um Deputado. Pediram-me que eu deixasse que duas Deputadas repartissem o mesmo tempo, para que pudessem falar antes de mim. Estou com uma audiência longe daqui e tenho compromissos inadiáveis a partir de 14 horas. Nesta Casa, todo mundo é igual.

Só estou aqui colocando meu protesto com relação ao que foi falado. Está certo?

    Vim aqui para saudá-las, porque fui Diretor da CUT por cinco mandatos e porque apoio a causa das companheiras mulheres de tanta luta! Estou falando aqui, porque sou Senador da República pelo Distrito Federal por quatro anos e porque, nesta Casa, eu, que apoio e participo da Comissão de Direitos Humanos e de outras áreas, vou dar muito apoio a todas as companheiras.

(Manifestação da galeria.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - Está havendo algum problema? O que está acontecendo? Qual é a arrogância que está acontecendo aí?

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - A palavra está assegurada ao Senador.

Prossiga, Senador!

O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) - Pois não.

    Como representante do Distrito Federal no Senado da República, incentivador e entusiasta dos movi- mentos sociais, não posso deixar de congratular-me com as organizadoras e com os milhares de participantes da Marcha das Margaridas 2015.

    A sessão solene do Congresso Nacional em homenagem a essa 5ª Marcha é o reconhecimento expresso do respeito inequívoco que o Brasil dedica a todas vocês, Margaridas.

    Essa já tradicional manifestação das mulheres brasileiras do campo e da floresta nos enche de orgulho cívico, em sua melhor acepção. É um movimento que revela e explicita a crescente conscientização política e social das trabalhadoras rurais, que conformam e dão vida a um dos pilares de nossa economia.

    Reunidas, nos últimos dois dias, na Capital de todos os brasileiros, Brasília, as Margaridas enfocam a temática, na Marcha deste ano, da defesa do desenvolvimento sustentável com democracia, com justiça, com autonomia, com igualdade e com liberdade.

    Com mais essa oportuna e bem-sucedida mobilização - que, ontem, em solenidade realizada no Estádio Mané Garrincha, contou com a participação e com o prestígio do ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, as mulheres do campo e da floresta dão visibilidade e protagonismo na agenda nacional a questões centrais para todos os brasileiros.

    Notadamente nesta quadra em que experimentamos todas as dificuldades, é importante saber que os movimentos sociais, com a presença, com a força e com a representatividade das Margaridas, são intransigentes na defesa de nossas conquistas centrais nas últimas décadas: democracia e estabilidade econômica.

    Considerada a maior mobilização de mulheres de nosso subcontinente, a América Latina, a Marcha traz a Brasília trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas e quilombolas. Reunidas, todas postulam estabelecer e manter permanentes linhas de diálogo com o Governo Federal na defesa de sua pauta de reivindicações.

    Eis aqui uma excelente oportunidade para a Presidenta Dilma Rousseff iniciar a construção de uma agenda positiva que repercuta e frutifique efetivamente em todo o Brasil.

    Todas e cada uma das Margaridas, essas mulheres que no anonimato ajudam a transformar substantivamente o nosso País, trazem consigo memórias, vivências, experiências, sonhos, reclamos e expectativas que podem auxiliar o Governo no encaminhamento da superação da inusitada crise ora vivida pelo Brasil.

    Se observarmos com atenção a pauta atual das Margaridas, veremos que ela é praticamente a pauta de todos nós, brasileiros: mães, pais, irmãs, irmãos, amigas e amigos, companheiras e companheiros, interessados no presente e no futuro do nosso País.

    O que postulam, enfim, objetivamente, essas milhares de mulheres que hoje tomam conta da Capital Federal? Elas querem simplesmente acesso à terra e valorização da agroecologia. Isso é importante. Buscam garantia perene de alimentos de qualidade em quantidade suficiente; defendem educação para todos, que não se discriminem as mulheres, bem como o fim da violência sexista.

    Elas reclamam ainda acesso à saúde, com direito de ser ou não ser mãe com segurança e respeito. Lutam por trabalho, renda, autonomia econômica, democracia e participação política.

    Como podem perceber os homens e as mulheres de boa-fé, as Margaridas têm agenda que interessa diretamente a todos os habitantes deste País.

    Eu faço esta fala aqui em respeito e consideração aos meus 32 anos de casado com uma mulher de fibra e de guerra, chamada Edy Gonçalves, e pelas três filhas que tenho na minha casa: uma de 27 anos, outra de 25 e outra de 23. Eu sei o quanto é importante, neste Brasil nosso, a valorização da mulher; o quanto é importante estarmos juntos nessa luta. E também meu filho, Hélio Gabriel.

    Que venham novas Marchas das Margaridas para despertar nos brasileiros o olhar e a sensibilidade para os problemas que interessam e afetam verdadeira e diretamente todos nós.

    A memória e a luta, brava e audaciosa, da notável líder sindical Margarida Maria Alves será sempre reverenciada como momento de inflexão na organização política da mulher do campo e da floresta.

    No Senado Federal, estaremos sempre abertos e dispostos ao diálogo transformador, capaz de assegurar um Brasil mais justo, próspero e solidário.

    Parabéns às milhares de mulheres brasileiras que se encontram hoje, em Brasília, nesta 5ª Marcha das Margaridas.

    O meu gabinete do Senado é o nº 19 e o nº 22. Estou falando aqui em nome da Liderança do PSD, do Ministro Kassab, que é o Presidente Nacional. Sou Senador da República pelo PSD.

    Estamos juntos nessa luta por um Brasil melhor. Passei 32 anos da minha vida construindo um Partido, chamado Partido dos Trabalhadores, o PT, e de lá saí para formar o PSD. Por isso, sou solidário e sei o quanto é importante o trabalho que vocês realizam.

    Estamos juntos com Dilma, com Lula, por um Brasil melhor para todos nós e, principalmente, pela Margarida Alves, que está lá no céu, iluminando todos nós e todos os guerreiros deste País.

Muito obrigado.

Desculpem qualquer coisa e um grande abraço a todas. (Palmas.)