O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, eu quero, na linha do Senador Lasier Martins, parabenizar o Governador José Ivo Sartori, do Rio Grande do Sul, pela coragem, pela determinação, pela atitude que tomou ao fazer o enxugamento drástico da máquina estatal do Rio Grande do Sul. Nós não temos outro caminho.

            Há um prefeito, Senador Dário Berger, do meu Estado, que na gestão passada nomeou apenas um secretário. De todos os secretários, nomeou - se não me falha a memória - o secretário de Educação. Só o secretário de Educação. Todos os outros não foram nomeados e ficaram com gerências, diretorias... E ele simplesmente, depois de quatro anos, foi reeleito com 74% dos votos. Setenta e quatro por cento dos votos. Isso está muito claro, está provado, que não adianta ter 39 ministérios, Senador Aloysio, não adianta o Estado ter 20, 30 secretarias. Hoje não funciona mais assim. Ou os governantes diminuem o tamanho da máquina, o tamanho do Estado, ou nós vamos continuar tendo problemas.

            Com todo o respeito, não era esse o discurso que eu ia fazer aqui agora. Eu vou entrar no outro tema já, já. Mas eu venho defendendo há muito tempo, como membro, como Senador da Base Aliada, que tem o Vice-Presidente da República... Mas, mesmo antes de termos o Vice-Presidente da República, eu vinha cobrando já o enxugamento, a diminuição da máquina estatal.

            Já dei entrevista na Rede Globo, em outros canais de televisão, de rádio, aqui na tribuna do Senado por várias vezes, dizendo que o Estado brasileiro tem que ser diminuído, que precisamos reduzir essa quantidade de 39 ministérios. E talvez criar, não um ministério a mais, um departamento da desburocratização, porque o que está acontecendo neste País é um excesso de burocracia. É muito ministério. Isso dá despesa. Não adianta dizer que há ministério que não dá despesa, porque dá despesa sim. Eu falo isso com muita tristeza até, porque há muita gente boa nos ministérios. Há muita gente bem-intencionada, mas não adianta o País ter 39 ministérios e não funcionar. E está aí a situação em que se encontra o Brasil hoje. Repito aqui com muita tristeza e com todo o respeito à Presidente da República e ao nosso Vice-Presidente Michel Temer. Ele também concorda comigo. Nós já discutimos isso em congresso do PMDB - com quatro, cinco mil pessoas, Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais, Federais, Senadores e Governadores -, essa situação do peso da máquina estatal.

            Mas entro agora, então, para encerrar essa parte, para parabenizar e desejar sucesso, todo o sucesso do mundo. Eu sei que não é fácil, não é uma tarefa fácil consertar as finanças do Rio Grande do Sul. É o único Estado da Federação brasileira que não reelegeu nenhum governador até hoje. Por que não reelegeu? Deve haver algum mistério. Isso aí é um mistério. O Estado do Rio Grande do Sul não suporta mais a folha de pagamento, os inativos, os ativos e tudo mais. Então, tem que diminuir. O Ivo Sartori deu agora essa tacada de enxugar dez secretarias, de cortar até salários de secretários, de diretores e tudo mais, até o próprio salário dele.

            Mas eu entro agora, Srª Presidente, na situação do meu Estado.

            Eu queria dizer que eu fiquei muito feliz, nesse último final de semana, em que pese a crise nacional, a crise brasileira, porque o Estado de Rondônia vive ainda um bom momento, e eu espero que a crise brasileira, é lógico que eu espero que a crise passe logo, porque as crises são passageiras...

(Soa a campainha.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - ... mas que o Estado de Rondônia não entre na crise em que entrou o País. Vem crescendo a sua receita em torno de 12% a 13%, nesse primeiro semestre, e o agronegócio é o que tem impulsionado o desenvolvimento do Estado de Rondônia, é a agricultura e a pecuária.

            Eu estive, nesse último final de semana, visitando quatro feiras, aliás, três. Eram quatro, só consegui ir a três. Quinta-feira à noite, Nova Mamoré, a Exposição Agropecuária de Nova Mamoré, que é o segundo rebanho de gado do Estado de Rondônia, e aproveitei para visitar as obras da ponte do Abunã sobre o Rio Madeira, indo para o Acre, sentido Rondônia e Acre, que já está numa fase bastante avançada, e também a restauração da BR-425, de Guajará-Mirim a Nova Mamoré, até o entroncamento da BR-364.

            Eu pediria, Sr. Presidente, mais uns três minutinhos para eu poder fazer. Eu acho que avançou um pouco o tempo.

            Visitei, na sexta-feira, a Exposição Agropecuária de Corumbiara, e aproveitei, no sábado de manhã, para visitar também uma obra do canal central da cidade de Colorado do Oeste, depois de ter passado por Cerejeiras e visitado também um trecho da BR-435, antiga rodovia 399, que liga Cerejeiras a Colorado, e Colorado a Vilhena, obras também que estão sendo executadas neste momento.

            Depois, fui à Exposição Agropecuária de Alvorada do Oeste, onde entreguei - esqueci-me de dizer que entreguei uma máquina, uma PC, em Corumbiara, no Parque de Exposições - outra máquina, do mesmo tamanho, outra PC, na Exposição Agropecuária de Alvorada do Oeste, para fazer tanques de peixe e outros trabalhos.

            Não pude ir à Exposição Agropecuária de Costa Marques, mas estive em outras ocasiões. É uma feira importante também da cidade de Costa Marques.

            Na segunda-feira, foi a vez do lançamento da Portoagro, a feira agropecuária de Porto Velho, da nossa capital, sob nova diretoria, totalmente renovada, remodelada. Vai ser, sem dúvida, uma grande festa, e vai nascer ali um grande parque de exposições na cidade de Porto Velho.

            Ainda estive, na segunda-feira, em Manaus, participando da audiência pública, presidida pela Senadora Vanessa Grazziotin, da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle e da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre o CBA, o Centro de Biotecnologia da Amazônia. Nesse centro estão faltando cientistas, equipamentos, vamos ver se incrementamos agora para que ele possa funcionar para gerar pesquisa, gerar riqueza, gerar renda, gerar emprego para os Estados da Amazônia Legal.

            Encerro aqui a minha fala, dizendo, mais uma vez da minha alegria.

            A Srª Ana Amélia (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Senador Raupp.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Com muita satisfação, Senadora Ana Amélia.

            A Srª Ana Amélia (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Quero aproveitar a presença de V. Exª e de um aliado do Rio Grande do Sul, na Presidência desta sessão, Senador Dário Berger, que tem sido sempre muito presente na manifestação de solidariedade. Até aproveito V. Exª na tribuna, Senador Raupp, porque sua mãe mora em Capão da Canoa, uma cidade do litoral gaúcho, e, certamente, o senhor tem ouvido dela as apreensões que os gaúchos todos estão passando neste momento. É a mais aguda crise que o Estado do Rio Grande do Sul, Estado rico. V. Exª agora envia os relatos das feiras que V. Exª andou visitando no seu Estado e também os eventos lá em Manaus. Neste momento, está se realizando em Esteio, no Parque de Exposições Assis Brasil, o maior evento da produção agropecuária brasileira, que é a Expointer. É uma feira que reúne representação estrangeira de vários países. A qualidade genética da pecuária é de encher os olhos, o maquinário de alta tecnologia, a inovação tecnológica em todas as áreas da produção que faz o Brasil chegar a 215 milhões de toneladas. Mas o Estado, a gestão pública do Estado, está vivendo uma das suas piores tragédias...

(Soa a campainha.)

            A Srª Ana Amélia (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - ...porque está sendo, digamos, enfrentada, e o peso maior sobre o servidor. Entendo as dificuldades gravíssimas do Governador José Ivo Sartori, do seu Partido, do PMDB, que teve o nosso apoio no segundo turno, lá nas eleições. Estamos aqui fazendo um apelo para que a solidariedade federativa exista de fato, e também o relacionamento entre as próprias instituições. Sei que o Poder Judiciário, lá no Rio Grande do Sul, está atento a isso, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, a própria OAB do Rio Grande do Sul. O Governador está tendo uma audiência no Supremo Tribunal Federal, mas a situação é muito grave, a situação é muito grave, ela cria uma instabilidade institucional inclusive. Sou uma pessoa muito moderada, procuro ser muito equilibrada, mas estou reconhecendo e vendo que a situação está chegando a um limite da exaustão.

(Soa a campainha.)

            A Srª Ana Amélia (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Então, eu preciso aproveitar V. Exª para que, junto com as Lideranças não só do PMDB, mas a Bancada gaúcha ontem convocou o Ministro Joaquim Levy, para falar sobre isso... A situação é realmente desesperadora. É uma situação mais grave, que pode se estender para outros Estados. Muito obrigado ao senhor, Senador Valdir Raupp, que conhece muito bem o nosso Estado.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Obrigado a V. Exª, que contribui com esse aparte ao nosso pronunciamento, e peço a incorporação dele a nossa fala. E gostaria de dizer, Senadora Ana Amélia, que ontem foi realizado, no Rio de Janeiro, na sede do Governo, no Palácio Guanabara, do Governador Pezão, do nosso Partido também, uma reunião com todos os Governadores do PMDB, em solidariedade ao Governador Ivo Sartori, para tentar buscar um caminho. Já que nós somos uma Federação, acho que todos os Estados, todos os Governadores, a Presidente da República, os Ministros - de quem cobrei publicamente aqui, numa reunião na Presidência do Senado Federal...

(Soa a campainha.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - ... com o Senador Renan e quase todos os Senadores -, temos de cobrar que o Ministério da Fazenda e o do Planejamento encontrem um caminho para socorrer, neste momento, o Rio Grande do Sul.

            Houve uma época em que eu era Líder da Bancada do PMDB aqui no Senado, Senadora Ana Amélia, e eu fui ao Ministério da Fazenda - V. Exª ainda não estava aqui no Senado -, com o Senador Pedro Simon; o Sérgio Zambiasi, seu colega de rede, RBS, que estava aqui; e também o Senador Paim. Fui ao Ministro da Fazenda, marquei audiência, para socorrer o Rio Grande do Sul. Isso deve fazer uns cinco, seis anos ou mais.

            Naquele momento, o Rio Grande passava por uma situação muito difícil. E o Tesouro Nacional o socorreu. Neste momento agora, cobrei e vou continuar cobrando do Ministro Joaquim Levy, da Fazenda, do Ministro Nelson Barbosa e de todos aqueles que puderem ajudar a retirada do Rio Grande do Sul dessa situação.

(Soa a campainha.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Eu sei que falta, com essas medidas do Governador, de enxugamento da máquina, de determinação de fazer o que precisava ter sido feito já há muito tempo, o Rio Grande poderá sair. Tem de colocar a sua despesa dentro da receita. Não existe outra forma de governar hoje, se não colocar a despesa dentro da receita, e é isto que ele vai tentar fazer: colocar a despesa dentro da receita.

            A Srª Ana Amélia (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Muito obrigada, Senador. Em nome dos gaúchos, eu lhe agradeço.