Comunicação inadiável durante a 161ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à condução da política econômica pelo Governo Federal.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas à condução da política econômica pelo Governo Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2015 - Página 294
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, AUMENTO, IMPOSTOS, TRIBUTOS, JUROS, AUSENCIA, RESOLUÇÃO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, ISENÇÃO FISCAL, COMPRA E VENDA, AUTOMOVEL, PREJUIZO, ESTADOS, MUNICIPIOS, POPULAÇÃO, NECESSIDADE, CORTE, ORÇAMENTO, GASTOS PUBLICOS, REDUÇÃO, NUMERO, MINISTERIOS, SECRETARIA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PAGAMENTO, PREFEITURA, RECURSOS FINANCEIROS, CONCLUSÃO, OBRAS, PROGRAMA DE GOVERNO, PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV).

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Apoio Governo/PP - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Obrigado.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mais uma vez ocupo a tribuna desta Casa. Primeiramente, para agradecer a Deus por tudo que tem propiciado na minha vida e na dos meus familiares. Também para agradecer o carinho especial que meus amigos e minhas amigas do nosso Estado de Rondônia sempre tiveram e têm por mim, especialmente nos momentos de orações, ou em casa, ou na igreja, para que possa, cada vez mais, fortalecer e poder fazer ainda mais nosso trabalho como representante público.

            Assistimos, nesta semana, a mais um balaço ou “pacotaço”. Quando o próprio Governo - e aqui eu ouvi discurso de vários colegas meus, da própria Base do Governo Federal, do próprio Partido... Diz da situação que estamos vivendo. E é uma situação que estamos vivendo, como diz o outro, de gota em gota.

            No começo do ano, o Ministro dizia que, se aquele pacote fiscal fosse votado, resolveria o problema. Infelizmente, não conseguiram resolver nada. Ao mesmo tempo, mais uma vez se traz essa carga tributária, esse imposto, para vocês, para a sociedade, para o povo brasileiro pagar essa conta. Mas essa conta, ela é a maior conta do quê? Por que surgiu isso? Foi, na verdade, por falta de gestão. Na verdade, foi falta de planejamento na gestão de muitos ministros da gestão passada.

            Eu aqui, nesta tribuna, nesta Casa, disse e vou tornar a falar: quando o Governo Federal deu isenção para quem comprava carro zero quilômetro, eu dizia que isso é um absurdo. Gente, quem compra carro tem dinheiro. Se está pagando R$30, 40 ou 50 mil por um carro, que pague mais dez de imposto, para colocar esse recurso na infraestrutura.

            Hoje as nossas cidades estão superlotadas. Aqui em Brasília, que é o nosso Distrito Federal, uma cidade modelo, que foi planejada, para ir para casa almoçar na hora do almoço, você fica 15 minutos naquelas tesourinhas, sem poder chegar ao destino, à residência, para almoçar, ou na hora de pico, para chegar aqui, de tanto carro que há.

            Resultado: incentivaram venda de carros lá atrás, mas se esqueceram de que esse gargalo um dia ia fechar e ia acontecer o que está acontecendo. Deram isenção para quem tem dinheiro, porque quem tem condições de comprar um carro tem dinheiro no bolso.

            Mas eu pergunto a vocês que estão assistindo, que estão em casa: vocês que têm uma bicicleta, que têm uma moto, que não têm carro nenhum, quantos milhões de brasileiros que não são contemplados com essa isenção? Resultado: fizeram festa com chapéu alheio.

            O Governo Federal deu desconto de imposto, e esse desconto de imposto infelizmente atingiu no bolso de todo mundo, tanto do Município, como do Estado, como do Governo Federal. Agora, a crise está implantada, Sr. Presidente Jorge Viana. Está implantada a crise. Isso é falta de quê? É falta de comando, falta de gestão.

            Da mesma maneira, o Ministro Levy e o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, têm que mandar os dois de volta, um para cuidar de banco, porque cartão de crédito pagando 370%, isso é roubo. Isso é roubo! É roubo.

            Por que ontem aprovamos só mais 5% da alíquota ontem da contribuição social para os bancos? Por que não foi 50%? Porque quem está usando o cartão de crédito é o assalariado, é o médio, é o pequeno, porque o grande não usa. Então, Sr. Presidente, está equivocada a maneira como o Ministro Levy e o Ministro Nelson Barbosa estão fazendo.

(Soa a campainha.)

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Apoio Governo/PP - RO) - O senhor, Presidente, foi governador. Eu fui governador e fui prefeito. Falar em crise, está o.k. Cortar no Orçamento para o ano que vem, está o.k. Mas deixar de pagar conta que já fez, aí virou picaretagem, virou sacanagem. Quem trabalha neste País, que faz obra, pavimentação... No Estado de Rondônia, as obras pararam. Pararam os viadutos em Porto Velho. As empresas, o consórcio tem R$17 milhões a ver de R$32 milhões. A 425, de Nova Mamoré a Guajará-Mirim, tem R$40 milhões a ver. Até um amigo meu que fornece alimentação para a empresa lá não pagou o mercado, não pagou a borracharia, não pagou a quitanda, não pagou o açougue. Quer dizer, a empresa não recebeu, os credores também não receberam. Então, se não está movimentando dinheiro, infelizmente, essa crise está nos quatro cantos do País por falta de gestão, Sr. Presidente.

(Interrupção do som.)

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Apoio Governo/PP - RO) - Então, Sr. Presidente, é desta maneira que a política econômica está tocando, na base do calote, da picaretagem? Pelo amor de Deus! Se é um cidadão comum que não paga conta, está cortado o crédito. 

            O Rio Grande do Sul, Estado do Paim, que estava aqui ainda agora, não tinha dinheiro para pagar a dívida do Governo Federal. Foi lá e bloqueou o dinheiro. E o resto dos credores brasileiros, como é que vão receber a conta? Desculpe-me, Presidente Dilma, nós somos da Base, mas esses ministros vieram todos picaretas de banco! O Ministro da Fazenda tem que voltar lá no banco de origem dele, porque, pelo amor de Deus! Não dá para concordar com a maneira como está sendo conduzido o País.

            Estão achando que nós, Parlamentares, Senadores, somos bonecos de presépio? A cada momento, um pacote novo, a cada momento, um pepino novo, a cada momento, uma situação nova, como se o que nós vamos criar agora vai resolver lá na frente. Vai resolver patavina nenhuma! Eu voto contra essa criação de novos impostos.

            Aí eu faço uma pergunta para a Presidente Dilma: quantos ministérios foram cortados? Mas, Cassol, o que você entende disso? Fui prefeito; cortei. Fui governador; cortei. Eram vários penduricalhos. Criaram lá várias secretarias, criaram várias autarquias. Eu fui lá e meti o facão para tudo quanto é lado. Se perguntar para um secretário, para o ministro que está na pasta, ele nunca vai entregar essa teta em que está mamando. Então, tem que ter pulso. Vai lá e corta. “Ah, mas vai perder Base aliada aqui.” Mas que Base aliada tem aqui no Senado e na Câmara? Não tem quase nada; está tudo esfacelado. Então, corta e fica de bem com o povo brasileiro. Mas, não. Continua com 39 ministérios. Tem lá quantos e quantos apadrinhados?

            Portanto, da maneira como está sendo conduzido o Brasil, infelizmente, não tem jeito. Eu sei que a Presidente Dilma tem determinação, tem pulso, mas, infelizmente, ela tem que colocar para a frente e não tem que ter mais medo, porque a popularidade já caiu quase a zero; está lá embaixo, não vai cair mais nada. Portanto, Presidente Dilma, meta a caneta, comece a limpar, comece a diminuir, que aí começa a sobrar dinheiro.

            Em primeiro lugar, Presidente Dilma, manda pagar todos os débitos que o Governo Federal tem com as prefeituras, em emenda, com os credores do Minha Casa, Minha Vida, todos os débitos que o Governo Federal tem. A partir desse momento, esse dinheiro circula e o imposto arrecada. Portanto, Sr. Presidente, vou deixar muito bem claro: sou contra, voto contra a criação de novos impostos, mais uma vez, trazendo a fatura dessa incompetência para a população brasileira pagar. Portanto, eu sou contra a maneira com que se está tocando, porque eu fui contra quando deram isenção para quem comprava carro. Fui contra lá atrás, há quatro, cinco anos! Mas deram. Então, agora, aguenta o pepino quem deu essa mordomia para quem tinha condições de pagar imposto neste Brasil!

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2015 - Página 294