Discurso durante a 164ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Preocupação com os apagões que têm ocorrido em Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MINAS E ENERGIA:
  • Preocupação com os apagões que têm ocorrido em Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 22/09/2015 - Página 88
Assunto
Outros > MINAS E ENERGIA
Indexação
  • REGISTRO, APREENSÃO, FALTA, ENERGIA ELETRICA, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), ESTADO DO ACRE (AC), EXPECTATIVA, CENTRAIS ELETRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A (ELETRONORTE), SOLUÇÃO, PROBLEMA.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Elmano, Srªs e Srs. Senadores, subo à tribuna para falar de uma situação um tanto grave no meu Estado. Estive lá esse final de semana, percorrendo diversas cidades em Rondônia, e, durante o final de semana, foram dois apagões de energia elétrica. Eu lamento profundamente, porque Rondônia hoje está mandando energia - quando estão funcionando as subestações - para fora do Estado. Mais de 3 mil megawatts de energia estão indo de Rondônia para o centro-sul do País - São Paulo, Rio de Janeiro -, interligando o sistema nacional das usinas de Santo Antônio e Jirau. E nos últimos 40 dias foram seis apagões.

            Eu acabei de sair da sala do Ministro Eduardo Braga, que me recebeu prontamente. A Deputada Marinha Raupp também esteve lá, mas não pôde esperar, porque foi ao Palácio do Planalto também, para ajudar a resolver esse problema. Conversei, nos últimos dias... Ontem mesmo, eu conversei...

            Domingo eu estava conversando, ao meio-dia, mais ou menos, com o Presidente da Eletrobras, Dr. José da Costa, e ele me disse que amanhã vamos torcer, ficar aqui neste momento na torcida, depois da conversa que tive com o Dr. Efraim, de Rondônia, com o Dr. Luiz Marcelo, com o Dr. Charone, Diretor de Operação da Eletronorte, com o Ministro Eduardo Braga, com quem estive agora há pouco - acabei de sair, vim direto aqui, ainda bem que houve tempo de chegar e fazer esta fala aqui para o povo de Rondônia e para o Brasil...

            Eu espero que as palavras do Dr. Costa se concretizem - e ele me disse ontem que, a partir de amanhã, já não haveria mais apagões, e hoje já não houve, graças a Deus, hoje já não houve apagão em Rondônia e no Acre. Quando cai o sistema em Rondônia, cai em dois Estados inteiros, parece-me que só na cidade da divisa de Rondônia com Mato Grosso, que é a cidade de Vilhena, não cai o sistema. Em todas as outras cidades, de Pimenta Bueno para cima, até Guajará-Mirim, até o Acre, até a divisa com o Peru, cai o sistema, e, num calor de quarenta e tantos graus, que nós tivemos, nos últimos dias, em Rondônia, o Estado inteiro, o Estado de Rondônia ficar sem energia é realmente o caos. E o prejuízo? Neste momento, o Ministério Público já está pedindo esclarecimentos, já está fazendo uma investigação para ver onde está o problema.

            Para piorar a situação, ainda saem matérias lá desencontradas, dizendo que não estão mandando energia para Rondônia, porque tem de se atender o centro-sul do País, o Sudeste do País, o que não é verdade. Eu já conversei com todos os técnicos da Eletrobras e da Eletronorte, com o próprio Ministro agora há pouco, que me disse que não têm absolutamente nada a ver as informações que estão tentando jogar na mídia de Rondônia, dizendo que Rondônia e Acre estão sendo desabastecidos, porque estariam priorizando o centro-sul do País. Segundo todas as declarações que eu obtive de ontem para hoje, isso não é verdade, não procede, não é verdadeiro.

            De resto, Rondônia e o Acre estão sofrendo. Então, eu quero, mais uma vez... Eu já fiz isso pessoalmente ou por telefone, pessoalmente com todo o setor elétrico nacional, como já disse aqui, com a Eletronorte, com a Eletrobras, com o Ministro Eduardo Braga, que é nosso colega aqui no Senado e engenheiro eletricista, conhece profundamente a situação, é da Amazônia, conhece as nossas dificuldades e a nossa situação lá em Rondônia, no Acre e em toda a Amazônia e está empenhado nessa questão. Eu espero, eu acredito - nós nunca podemos ter certeza de 100% - que não vá acontecer mais o que vem acontecendo lá.

            Nós temos uma térmica, uma termoelétrica de 400 mega que não está em funcionamento, porque o Governo assim determinou que as termoelétricas fossem desligadas para economizar recursos neste momento de crise em que o Brasil vive.

            Então, a térmica estava até sem combustível. Se a térmica estivesse com combustível suficiente para sustentar esses apagões, não teríamos o racionamento, o apagão de energia em Rondônia e Acre.

            Eu vi o Ministro, na minha frente, ligar para o Presidente da Eletrobras, Dr. José da Costa, determinando que a solução fosse encontrada para resolver esse problema. Assim, eu espero, com muita confiança no nosso Ministro, Eduardo Braga, no Presidente da Eletrobras, que essa situação não venha mais a ocorrer, porque não se justifica.

            A nossa capital, Porto Velho, tem 700 mil habitantes, uma população que cresceu muito nos últimos cinco, seis anos - eram 550 mil e passou para 700 mil em função da construção das usinas de Santo Antônio e Jirau. Então, você olha da nossa cidade, chega à beira do rio, que é o centro da nossa capital, Porto Velho, e olha para o Rio Madeira, você vê a usina de Santo Antônio. São quatro, cinco quilômetros de distância, talvez nem isso, do centro da cidade de Porto Velho. Então, como é que você fica olhando, contemplando uma obra gigantesca, que é a Usina de Samuel, que já está mandando energia para fora de Rondônia, para outras regiões do País, e vive um racionamento de até quatro, cinco horas? Não se justifica. Ninguém aceita.

            As comunicações, o rádio, a televisão, os jornais, os sites, neste momento, estão todos criticando essa crise energética do Estado de Rondônia e do Acre, sendo que nós temos geração sobrando. O problema não é geração. Nós tínhamos já a Usina de Samuel, de 230 mega, agora temos duas usinas gigantescas - as duas, juntas, quase que dão a de Itaipu, que é a maior usina o nosso País -, que são Santo Antônio e Jirau, e Rondônia e o Acre vivendo com racionamento energia. Então, isso é inaceitável.

            Eu estou subindo, neste momento, à tribuna e não estou aqui tecendo nenhuma crítica ao nosso Ministro, aos nossos Presidentes da Eletrobras e da Eletronorte, mas os técnicos dessas empresas têm que encontrar uma solução para acabar com isso. É isso que eu estou pedindo. É isso que eu fui pessoalmente pedir ao Ministro Eduardo Braga, foi isso que eu fiz ontem, por telefone, com o Dr. Costa, Presidente da Eletrobras, com o Dr. Charone, Diretor da Eletronorte, com os nossos gerentes e diretores da Ceron, em Rondônia, para acabar com essa crise energética, sob pena, Sr. Presidente, de a população ir para a rua, porque já estão convocando nas redes sociais.

            Se esse problema não for solucionado, não for resolvido nos próximos dias, a população vai para a rua. E eu conheço o que é isso. Eu estou em Rondônia há 37 anos, e eu vivi, como vereador da cidade de Cacoal, há 33 anos, uma crise, um racionamento de energia. A população foi para a rua e causou, inclusive, danos à empresa de energia elétrica, à prefeitura, a tudo que encontravam pela frente. Então, isso não é bom. Estou aqui alertando as autoridades do sistema elétrico nacional porque isso não é bom para a população dos Estados de Rondônia e Acre.

            Fico feliz porque temos, hoje, graças a Deus, energia sobrando. É um problema técnico, de subestações, de interligação. São problemas menores. Com empenho dos técnicos da Eletrobras e da Eletronorte, essa situação será resolvida.

            Então, fica aqui, Sr. Presidente, esse desabafo, esse alerta em nome do povo de Rondônia, que não pode viver do jeito que está vivendo neste momento, com esses apagões.

            Se não resolver, voltarei à tribuna amanhã, voltarei à tribuna depois de amanhã, para questionar e pedir por essa situação.

            Era o que tinha, Sr. Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/09/2015 - Página 88