O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero ler aqui alguns itens.

            Hoje, uma senhora de mais ou menos 85 anos de idade me entregou no aeroporto este papel e pediu: “Meu filho, eu gostaria muito que o senhor lesse para mim, porque eu já pedi - eu vim hoje cedo ao aeroporto - a alguns Deputados que passaram aqui. Eu lhes dei este papel, e eles olharam e disseram que não iriam ler. Mas eu gostaria que você o lesse para mim”. Eu olhei e falei: “Com certeza eu vou ler.”

            Ela escreve aqui: “Pacote econômico do Governo Federal”. E diz: “Este pacote é o verdadeiro ‘me engana que eu gosto [Eu concordo, vovó, com a senhora], arrocha apenas a população.”

            Veja o que ela escreveu:

“O Governo não cortou na própria carne. Cortou na carne da população. Por que não corta [Ela falou a metade, é porque a conta ainda não está boa] a metade dos ministérios, metade dos cargos comissionados, os cartões de crédito corporativos, as dezenas de milhares de telefones celulares do Governo, os milhões de gastos com viagens que nada produzem, os gastos com energia, água, telefone e alimentação nas repartições públicas? O Congresso e o Poder Judiciário também precisam colaborar e cortar na própria carne.

A proposta de aumento de impostos e a volta da CPMF são verdadeiros confiscos no bolso do brasileiro, que já paga uma das maiores cargas tributárias do mundo.

A sociedade não aguenta mais gerar e pagar a conta da crise, que só existe por causa de erros cometidos por este Governo.

Lamentável que o pacote prejudique, mais uma vez [ela é do meu Estado], o Estado do Espírito Santo. Ameaça obras de infraestrutura no Espírito Santo, como a ampliação da BR-342, que liga Nova Venécia a Sooretama, a ampliação do aeroporto...”

            Aliás, Sr. Presidente, essa ampliação do aeroporto, eu quero pedir uma explicação ao Ministro Eliseu Padilha. E eu disse, semana passada, Senadora Rose, semana retrasada, que eu faria um pedido de informação a ele, porque ele foi ao meu Estado de forma pomposa, anunciou o recomeço da obra, e lá não tem um ajudante de pedreiro! O meu pedido de informação é para que ele informe qual é a empresa que colocou aquelas máquinas trabalhando, movimentando-se atrás dele e depois sumiram. A informação no Estado é de que aquelas máquinas, os caminhões foram alugados tão somente para o evento, para fazer o cenário.

            E a senhora muito lúcida, de 84 anos, disse: “A construção da BR-342, a ampliação do aeroporto, a construção da BR-447, que liga a BR-101, em Cariacica, ao Porto de Capuaba, duplicação da BR-262, e construção do Mestre Álvaro.” Vovó, está lido o que a senhora me pediu. E quero dizer uma coisa à senhora, disse lá no aeroporto e vou reafirmar aqui, para o Brasil, que nos vê: eu concordo em gênero, número e em tudo o mais que a senhora escreveu.

            Vivendo num País como este que quer legalizar o jogo... E reafirmo ao Brasil a minha disposição de lutar para que essa indignidade não seja legalizada. Eu só concordo em legalizar o jogo buraco; com o buraco eu concordo, porque legalizaria um buraco para jogar dentro desse buraco esses incompetentes que acabaram com a vida econômica deste País.