Pronunciamento de Dário Berger em 10/09/2015
Discurso durante a 155ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Aplausos ao Governo do Estado de Santa Catarina pelas medidas adotadas para superação da crise econômica que afeta o País.
- Autor
- Dário Berger (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
- Nome completo: Dário Elias Berger
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO ESTADUAL:
- Aplausos ao Governo do Estado de Santa Catarina pelas medidas adotadas para superação da crise econômica que afeta o País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/09/2015 - Página 48
- Assunto
- Outros > GOVERNO ESTADUAL
- Indexação
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- CUMPRIMENTO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), MOTIVO, ADOÇÃO, MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, COMBATE, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, ENFASE, EXPECTATIVA, CRESCIMENTO, ECONOMIA, REGIÃO.
O SR. DÁRIO BERGER (Bloco Maioria/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que mais uma vez preside a nossa sessão aqui, no Senado Federal; Srªs Senadoras, Srs. Senadores, dirijo-me a V. Exªs com espírito lúcido e tranquilo, onde as paixões se amortecem e deixa íntegro o meu senso de justiça e de responsabilidade.
Ocupo mais uma vez esta democrática tribuna para expressar aqui a minha imensa preocupação com a realidade brasileira e também com o cenário de incertezas que mapeiam o nosso País em detalhes, o chamado País do futuro, e também com o seu presente e com o seu futuro.
Sr. Presidente, o Brasil está assistindo a pior crise das últimas três décadas, e o modo como Santa Catarina está atravessando essa turbulência pode inspirar outros Estados da Federação.
Desde a redemocratização do País, no início dos anos 80, não se via um quadro nacional tão sombrio, no qual a fragilidade política e a debilidade econômica estão unidas em um só corpo. Santa Catarina, obviamente, não está alheia a esse cenário e nem imune à crise, mas recomendo a esta Casa, à Câmara Federal, aos governantes, aos formadores de opinião que olhem com mais atenção o que está acontecendo no Sul do Brasil, um lugar onde o Brasil continua sobrevivendo.
Antes de mais nada, Sr. Presidente Paulo Paim, por quem tenho profunda admiração e grande respeito, quero me solidarizar com os nossos vizinhos gaúchos, com o meu correligionário José Ivo Sartori. O Governador herdou uma estrutura arcaica e uma economia pública insolvente, que amarga o indesejado primeiro lugar no ranking nacional de endividamento.
O Rio Grande do Sul sempre foi protagonista da cena brasileira, berço de personalidades políticas como Alberto Pasqualini, Oswaldo Aranha, Getúlio Vargas, Paulo Brossard, Leonel Brizola, Pedro Simon, entre tantos outros, e não pode ser relegado ao ostracismo devido às adversidades econômicas.
Quero aqui emprestar a minha voz e a minha solidariedade para, junto com os colegas Lasier Martins, Ana Amélia Lemos e nosso ilustre Presidente do Senado Federal, que preside a sessão neste momento, Paulo Paim, abrir canais de negociação junto ao Governo Federal, aqui, em Brasília, não apenas ao Rio Grande do Sul, pois, infelizmente, o cenário de incertezas não é exclusividade do povo gaúcho.
Também inserida na crise, mas com um quadro político e econômico diferenciado, Santa Catarina trilha caminhos que podem auxiliar gestores públicos de outras unidades da Federação. Desde o governo Luiz Henrique da Silveira, homem público que tanto honrou esta Casa, foi implantada uma filosofia inovadora de governo, baseada na gestão descentralizada. Sob o slogan "Todos por Santa Catarina", o inesquecível Luiz Henrique deu início a um estilo novo de governar, a um estilo de administração na qual divergências políticas, partidárias e ideológicas não podem se impor aos interesses do Estado. Uniu todos em torno da negociação da dívida, estimulou ainda mais a diversidade de um Estado marcado pela multiplicidade e tratou adversários e aliados com a mesma cordialidade e respeito.
Felizmente, os mesmos princípios servem de bússola para o Governador Raimundo Colombo. Ex-Senador da República, Colombo imprime também um modelo que permite aos catarinenses do setor público e da iniciativa privada uma turbulência mais suave do que a enfrentada pelos demais Estados brasileiros. A gestão Raimundo Colombo tem se caracterizado pelo estigma da responsabilidade fiscal e da austeridade. É uma administração moderna, focada em metas e avaliada sistematicamente.
O modelo vem gerando resultados expressivos para Santa Catarina. Das dez principais economias brasileiras, Santa Catarina apresenta a melhor relação entre endividamento e receita. Em 2005, o passivo correspondia a 119% da arrecadação. Uma década depois, esse percentual é de apenas 45%.
O Estado é considerado hoje um porto seguro para investimentos. Não se fala em aumento de tributos e nem se descumprem obrigações. A segurança jurídica atrai novas atividades e grandes empresas, como é o caso que se deu recentemente da montadora alemã BMW.
Dono de apenas 1% do Território nacional, o 20º menor Estado do Brasil se firma como a economia superlativa. Na contramão do cenário da recessão, projeta um crescimento de 1,5% em 2015. Maior exportação de frango e carne suína no País, sedia o maior fabricante de motores elétricos no mundo, a WEG, e a maior fundição da América Latina, a Tupy, só para ilustrarmos com alguns exemplos.
Enquanto a desesperança ganha espaço no sentimento nacional, a capital catarinense se consolida como o maior polo de tecnologia e inovação do País, apelidado carinhosamente no exterior como vale do silício brasileiro. Esses indicadores econômicos se refletem diretamente na qualidade de vida dos cidadãos. É, por exemplo, o Estado que mais reduziu pobreza entre todos os Estados brasileiros. É o de menor mortalidade infantil e o de maior longevidade. Está em Santa Catarina a maior taxa de alfabetização do País, e é o Estado que mais cresce e que mais gera emprego.
Não por acaso, o Estado de Santa Catarina é o que mais acolhe os imigrantes. Mesmo em meio ao turbilhão de desesperança e de descrença, consegue realizar o maior volume de obras de infraestrutura de toda a sua história. Pode-se dizer também que atravessa a tempestade justamente porque não se acomoda sobre os louros da boa estatística.
Atento ao tsunami econômico que nocauteia Estados irmãos, o Governador Colombo e o seu Vice, Eduardo Moreira, reúnem os gestores das estatais pelo menos uma vez por mês, com um único objetivo: relembrar a todos os mantras da austeridade e da responsabilidade fiscal.
(Soa a campainha.)
O SR. DÁRIO BERGER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Colombo e Pinho Moreira insistem em uma única e simples tecla: as despesas precisam caber dentro das receitas.
Longe de ser ufanista, reitero que Santa Catarina é o Brasil que está dando certo, que longe do cenário de incerteza, de desesperança e de descrença, está conseguindo sobreviver com dificuldades, é verdade, porém, com a esperança de quem enfrenta as dificuldades, as adversidades e está vencendo.
Portanto, Sr. Presidente, é com muita alegria que faço este relato, destacando que Santa Catarina projeta este ano um crescimento de 1,5%, enquanto a projeção do Brasil é de crescimento negativo, que hoje já beira os 3%.
Era o que tinha para relatar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.