Discurso durante a 172ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância do Dia Internacional contra o Câncer de Mama e do Outubro Rosa.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Considerações sobre a importância do Dia Internacional contra o Câncer de Mama e do Outubro Rosa.
Aparteantes
Regina Sousa.
Publicação
Publicação no DSF de 01/10/2015 - Página 212
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, COMBATE, CANCER, MULHER, COMENTARIO, NECESSIDADE, REALIZAÇÃO, EXAME MEDICO, PERIODICO, ENFASE, PREVENÇÃO, DOENÇA GRAVE, APOIO, CAMPANHA, MES, OUTUBRO, ASSUNTO, DOENÇA.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

    Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senadora Lídice, minhas primeiras palavras são para convidar todas as pessoas que estiverem no Congresso Nacional para, logo mais, às 18 horas, participarem das atividades que serão realizadas no Salão Negro do Congresso Nacional, com a apresentação de uma peça cultural, musical. Na sequência, Senadora Lídice, às 18h30, vamos nos dirigir à rampa do Congresso Nacional para presenciar a iluminação na cor rosa, com o lançamento da campanha Outubro Rosa, contra o câncer de mama. Então, será iluminado o Congresso Nacional a partir das 18h30, e assim ele ficará durante todo o mês de outubro.

    Quero dizer, com muita alegria, que essa campanha, que tem uma extensa programação, com debates em audiências públicas e apresentações culturais, além da iluminação, está sendo realizada no Congresso Nacional em parceira com inúmeras entidades. Entre elas, quero aqui citar o Centro Cultural Três Poderes, a Femama, o Governo de Brasília, o Banco Mundial, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Ministério da Saúde, a Ordem dos Advogados do Brasil, a ONU Mulheres, a Organização Mundial de Saúde, a Organização Pan-Americana de Saúde, a Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal e a União Brasileira de Mulheres, entre outras entidades que são nossas parceiras.

    Srª Presidente, 57 mil pessoas, possivelmente, neste ano, receberão o diagnóstico de câncer de mama, somente no Brasil. A grande maioria mulheres, porque o câncer de mama, apesar de atingir majoritariamente as mulheres, também acomete os homens. São pessoas que terão de enfrentar, provavelmente, a mais dura batalha de suas vidas, que terão de encontrar forças para lutar contra uma doença grave e perigosa.

    No mundo, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, será aproximadamente 1,6 milhão de pessoas que receberão o diagnóstico de câncer de mama. Portanto, quero aqui convidar todas as pessoas que estão nos assistindo e nos ouvindo neste momento a, no dia 19 de outubro, que é o Dia Internacional contra o Câncer de Mama, participarem das inúmeras atividades, manifestações de solidariedade e de conscientização social que deverão acontecer no mundo inteiro e no nosso País também.

    O Outubro Rosa acontecerá do dia 1º... Hoje inauguraremos a... Já iniciamos com um debate na Câmara dos Deputados, teremos a iluminação em rosa do Congresso Nacional a partir das 18h30min, mas durante todo o mês eventos acontecerão - a maior parte deles concentrados no dia 19, que é o Dia Internacional de Conscientização contra o Câncer de Mama.

    As atividades organizadas durante todo o mês de outubro têm o objetivo de chamar a atenção de todos para o problema, além de convidá-los a fazer, cada um, a sua parte na prevenção do câncer de mama.

    O Outubro Rosa existe desde a década de 90 do século passado e surgiu a partir da mobilização de diversas entidades dos Estados Unidos em favor do diagnóstico precoce. O movimento expandiu-se pelo mundo e, no Brasil, desde o ano de 2008, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) vem reunindo diversas entidades e órgãos públicos em favor da causa.

    Desde 2011, o edifício do Congresso Nacional - e tantos outros edifícios públicos no Brasil inteiro - fica colorido de rosa com o objetivo de colaborar nessa luta que já alcançou alguns resultados positivos, é bom registrar. Um estudo divulgado no final do ano passado mostra que a taxa de sobrevivência de pacientes com câncer de mama no Brasil aumentou de 78%, entre 1995 e 1999, para 87% entre 2005 e 2009. O percentual é o mesmo registrado em países com outro patamar de desenvolvimento, como os Estados Unidos, o Canadá ou a Austrália. Ou seja, no Brasil, 87% das pessoas sobrevivem, descobrem precocemente o câncer de mama e conseguem tratar e curar a doença. É um percentual, 87%, significativo, e essa conquista vem se dando graças a várias campanhas de conscientização da população brasileira.

    Esses números representam milhares de vidas salvas por consequência direta de medidas que permitem o diagnóstico precoce e a melhoria do tratamento pós-operatório. São resultados imediatos do aprimoramento das políticas públicas do setor e do incremento dos investimentos na área. Entre 2010 e 2013, a quantidade de tratamentos radioterápicos e quimioterápicos na rede pública aumentou 20%. Em três anos, as verbas destinadas pelo Ministério da Saúde à assistência oncológica cresceram quase 40%. Ou seja, não há milagre aqui; há, sim, uma efetiva priorização nos gastos e um forte envolvimento da população nas campanhas de conscientização.

    A questão, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, é que, por mais que reconheçamos os avanços dos últimos anos, essa batalha está longe de terminar. O câncer de mama matou mais 14 mil mulheres e mais de 180 homens somente no ano de 2013. E, mesmo com a diminuição da taxa de mortalidade entre as pessoas com o diagnóstico da doença, o número de falecimentos ainda pode aumentar. Isso porque a tendência é que os casos de câncer aumentem em quase todo o mundo.

    Estudos recentes mostram que as neoplasias vêm aumentando de forma geral, provavelmente em razão de nossos hábitos alimentares, do tabagismo, do consumo de álcool, do estresse e de outros fatores relacionados à vida contemporânea, sobretudo nas grandes cidades. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), somente nas décadas de 1960 e 1970, as taxas de incidência da doença cresceram, em média, dez vezes.

    E o câncer de mama representa uma parcela significativa desse problema, já que é o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras, se não levarmos em consideração o câncer de pele não melanoma. A doença é responsável por nada menos do que um quarto de todos os novos casos nesse grupo. Nós não podemos ignorar esses dados.

    Portanto, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a luta contra o câncer de mama é uma luta contra o relógio. Quanto mais tarde a paciente ou o paciente iniciar seu tratamento, menos chances de vida terá. O diagnóstico precoce ainda é a nossa melhor arma, e só é possível...

    A Srª Regina Sousa (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Senadora, V. Exª me concede um aparte?

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - Pois não, Senadora.

    O diagnóstico precoce ainda é a nossa melhor arma, e só é possível alcançá-lo por meio de duas frentes básicas: o atendimento médico de qualidade e a conscientização.

    Pois não, Senadora.

    A Srª Regina Sousa (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - V. Exª está tratando de um assunto muito caro para nós, mulheres. Eu gostaria só de registrar que o meu Estado do Piauí tem um programa chamado Amigo do Peito - e até reivindicamos que fosse "dos peitos", para ficar mais feminino. O programa consiste em carretas equipadas com dois mamógrafos e um aparelho de ultrassom que viajam o Estado inteiro. O programa tem dois meses e já fez 6,8 mil mamografias no meu Estado. Hoje, falando com o locutor de uma rádio do interior, soube que as duas carretas estavam lá. É um programa muito importante, e devemos incentivar os Estados todos a o fazerem. É muito difícil para as mulheres se deslocarem para cidades polos, onde há mamógrafos, as distâncias são muito longas para elas fazerem esse deslocamento. Então, o Estado do Piauí tem esse programa que é muito louvável.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - Agradeço o aparte de V. Exª e o incorporo ao meu pronunciamento, Senadora Regina. Sei que V. Exª, como Parlamentar, e Parlamentar mulher, tem dedicado...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - ... muita atenção a essa questão. Temos alguns projetos de lei tramitando nesta Casa que têm como objetivo melhorar ainda mais o atendimento, sobretudo no sistema público de saúde, e, principalmente, as ações de prevenção. Portanto, o acesso das pessoas aos mamógrafos é fundamental para que essa prevenção se dê da melhor forma possível.

    Cabe a nós, Parlamentares, cobrarmos do Poder Público todas as melhorias necessárias no sistema de saúde para que a rede pública dê conta de realizar os exames necessários para a identificação precoce dos tumores, além de oferecer um tratamento adequado aos doentes já diagnosticados. Temos o dever, como representantes de nossos eleitores e de nossas eleitoras, de cobrar políticas de saúde pública realmente efetivas. E é isso que todas nós, Senadoras e Senadores também, fazemos, e a esse tema a Procuradoria da Mulher do Senado Federal tem se dedicado.

(Interrupção do som.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) - Concluindo o meu pronunciamento, quero cumprimentar, Senadora Lídice, Senadora Regina, todas as servidoras da Procuradoria da Mulher, que desempenharam um belo trabalho durante todo o ano, buscando parcerias, envolvendo entidades públicas não governamentais para que essa campanha do Outubro Rosa, Senador Alvaro, seja uma campanha de grande sucesso.

    Portanto, cumprimento todas as companheiras e todos os companheiros e concluo da mesma forma como iniciei: convidando todos para que, a partir das 18 horas, estejamos no Salão Negro do Congresso Nacional e, às 18h30min, na rampa, para assistirmos ao acendimento das luzes cor-de-rosa do Congresso Nacional em alusão ao Outubro Rosa, campanha de conscientização contra o câncer de mama, que, repito, não atinge só mulheres - a grande maioria é de mulheres, mas os homens também são atingidos por esse tipo de câncer.

    Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/2015 - Página 212