Discurso durante a 172ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

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Autor
Ataídes Oliveira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
Nome completo: Ataídes de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TRABALHO:
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Publicação
Publicação no DSF de 01/10/2015 - Página 231
Assunto
Outros > TRABALHO
Indexação
  • COMENTARIO, DIVULGAÇÃO, RESULTADO, PESQUISA, INDICE, DESEMPREGO, BRASIL, CRITICA, UTILIZAÇÃO, METODOLOGIA, ENFASE, LEVANTAMENTO, DADOS, EMPREGO, PAIS, SOLICITAÇÃO, COMPARECIMENTO, PRESIDENTE, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), AUDIENCIA PUBLICA, SENADO, OBJETIVO, DISCUSSÃO, MATERIA.

    O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco Oposição/PSDB - TO. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Dário. Só quero fazer um registro.

    A imprensa, dia 29 de setembro, noticiou que o desemprego no Brasil atingiu o índice de 8,6% nos três meses até julho, segundo o IBGE. Isso significa, segundo a estatística do Governo, que nós temos hoje 8,6 milhões de trabalhadores desempregados. Eu quero colocar, Sr. Presidente, que essa Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que é calculada tão somente nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, é uma pesquisa que não demonstra a verdadeira realidade do nosso emprego.

    Depois veio a PNAD Contínua, pesquisa que é mais abrangente, pois chega a coletar dados em 3.500 Municípios - o que também não reflete a realidade do desemprego em todo o nosso País.

    Eu tenho dito aqui, Sr. Presidente, que o desemprego hoje no Brasil, se usarmos o índice do Governo de 8,6%, atinge 8.600 brasileiros. Se nós pegarmos os trabalhadores que estão procurando emprego, se eles, dentro de 30 dias, não conseguirem achar emprego, sairão da estatística de desempregados para desalentados. Hoje nós temos 9,3 milhões de trabalhadores no seguro-desemprego, que são considerados empregados também nessa estatística. E os "nem-nem", que nem estudam, nem trabalham, são 10 milhões.

    Isso significa, Sr. Presidente - estou concluindo -, que hoje nós temos não 8,6 milhões de trabalhadores desempregados. Nós temos 29,5 milhões de trabalhadores desempregados!

    Portanto, essa metodologia de calcular o emprego no Brasil é um engodo, é uma estatística errada. E é de praxe deste Governo maquiar os números para enganar a sociedade. Isso é muito ruim para o nosso País, para os nossos empresários, para os empreendedores, para os nossos trabalhadores.

    Então, Sr. Presidente, requeri, junto à Comissão de Educação, Cultura e Esporte, uma audiência pública, convidando a presidente do IBGE, Srª Wasmália Bivar, e também o Ministro do Trabalho, para discutirmos essa metodologia, que, no meu entendimento, é errática. Lamentavelmente, não atenderam o nosso pedido. O meu chefe de gabinete telefonou para o IBGE, e eles disseram o seguinte: "Quando o assunto for relevante, nós iremos. Mas, quando for irrelevante, nós não iremos". Olhe que barbaridade, Sr. Presidente!

    Portanto, requeri agora nova audiência na Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor. Espero que essa senhora, a Drª Wasmália Bivar, presidente do IBGE, esteja presente nessa audiência, para discutirmos este assunto de tamanha relevância para o nosso País, o desemprego hoje, que bate na casa dos 30%.

    Agradeço a V. Exª e também ao nosso querido Senador Amorim.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/2015 - Página 231