Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a crise de governança pela qual passa o País.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Considerações sobre a crise de governança pela qual passa o País.
Publicação
Publicação no DSF de 08/10/2015 - Página 221
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Indexação
  • ANALISE, CRISE, POLITICA NACIONAL, CRITICA, AUSENCIA, LIDERANÇA, GOVERNO FEDERAL, BUSCA, OPOSIÇÃO, RENOVAÇÃO, ELEIÇÕES, FALTA, QUORUM, VOTAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, CONGRATULAÇÕES, TRIBUNAL DE JUSTIÇA, MINISTERIO PUBLICO, MOTIVO, MANUTENÇÃO, IMPARCIALIDADE.

    O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Sem revisão do orador.) - Em nome da pluralidade, podemos nos manifestar nesta tribuna para este Plenário.

    Esta Casa não tem apenas Senadores representando o Governo ou representando a oposição. Nós temos aqui um grupo de Senadores independentes e temos um partido, que é o Partido Socialista Brasileiro, que, em resolução do seu diretório nacional, se declara independente.

    Eu gostaria, rapidamente, de fazer uma análise. Eu serei muito breve, não vou ocupar... Todos estamos aguardando a Ordem do Dia desde as 16 horas, mas eu gostaria de dizer que, neste momento, o Tribunal de Contas, que não é um tribunal que ocupe o cenário político deste País, de repente se apresenta com um poder quase decisório sobre o futuro do Governo. O Tribunal Superior Eleitoral também é uma instância política, é um tribunal que julga com bases técnicas, mas sobretudo com base política. Depois, há um Governo que faz uma reforma ministerial, cuja maioria não lhe responde, não lhe corresponde.

    Nós estamos diante de uma situação delicada, inquietante, preocupante. O Governo não consegue dar condução, tenta construir uma maioria e não consegue. O Congresso não consegue se reunir para tomar decisão. E isso demonstra claramente uma crise de governança, Sr. Presidente. Nós estamos diante de uma crise de governança. Nós estamos diante de uma situação que gera uma expectativa da sociedade. A sociedade nos olha e olha essa crise de governança com extrema desconfiança. Não imaginem que haja alguma disposição da sociedade de ir para rua cobrar numa direção e noutra direção, porque o que se está observando é uma crise em que o Governo não dá condução, a oposição tampouco, e o Parlamento está paralisado. O Congresso Nacional está paralisado sem poder tomar, sem poder deliberar. Não temos quórum. Não temos condições de debater, discutir e votar propostas que possam fazer com que saiamos do impasse.

    Portanto, eu gostaria de dizer a este Plenário que não temos afinidade, que estamos distante deste Governo por razões que já expressei aqui. O Governo para se reeleger prometeu aquilo que não pode entregar. Ao contrário, o Governo reduziu tarifas de energia elétrica, e a primeira medida, depois de eleito, foi aumentar a tarifa que atinge a todos os brasileiros. Todos os domicílios brasileiros estão pagando uma tarifa de energia elétrica quase insuportável, eu diria, que atinge seu orçamento familiar. Não consegue governar. A oposição busca uma nova eleição, mas a eleição terminou o ano passado.

    Eu acho que nós temos que reunir aqui aqueles que estão distante dos dois polos para construirmos uma alternativa, fazermos uma proposta clara para a sociedade brasileira para que possamos sair dessa crise de governança, dessa crise em que, felizmente, as nossas instituições estão conseguindo manter-se intactas.

    Eu falo isso em função dos...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP) - ...dos Tribunais de Justiça, do Ministério Público, que continua cumprindo com suas funções, com suas obrigações e continua investigando, continua se mantendo independentemente da crise política.

    Portanto, eu acho que nós temos essa oportunidade, sim. E eu estou convencido de que o Brasil vai sair infinitamente maior dessa crise.

    Era isso, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/10/2015 - Página 221