Comunicação inadiável durante a 176ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de reunião do Consórcio Brasil Central, fórum que reúne os governadores do Centro-Oeste, de Rondônia e de Tocantins, ocorrida em Campo Grande, na sexta-feira passada.

Autor
Simone Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Registro de reunião do Consórcio Brasil Central, fórum que reúne os governadores do Centro-Oeste, de Rondônia e de Tocantins, ocorrida em Campo Grande, na sexta-feira passada.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/2015 - Página 244
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, GOVERNADOR, REGIÃO CENTRO OESTE, ESTADO DE RONDONIA (RO), ESTADO DO TOCANTINS (TO), LOCAL, CAMPO GRANDE (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), OBJETIVO, DISCUSSÃO, ASSUNTO, MELHORAMENTO, EDUCAÇÃO, REGIÃO, ELOGIO, FORMAÇÃO, GRUPO, DESENVOLVIMENTO, PAIS.

    A SRª SIMONE TEBET (Bloco Maioria/PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente, Senador Dário.

    Prometo que não vou extrapolar o tempo regimental de cinco minutos para a comunicação inadiável, até porque sei que o tempo está sendo permutado com o tempo da liderança do Senador José Medeiros.

    Venho à tribuna, nesta tarde de terça-feira, Sr. Presidente, apenas para deixar registrado nos Anais desta Casa um evento importante que aconteceu no meu Estado, na sexta-feira última passada, na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, quando se reuniram seis Governadores do Brasil: os Governadores do Centro-Oeste - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal -, junto com os Governadores de Tocantins e de Rondônia.

    Era mais uma das reuniões mensais que eles estão fazendo do chamado consórcio interestadual, que tem como prioridade absoluta unir forças em prol do desenvolvimento regional do Centro-Oeste e de dois Estados do Nordeste. Esse consórcio já tem nome, chama-se Brasil Central, e está sendo constituído pelas assembleias legislativas desses seis Estados. É o primeiro consórcio interestadual do Brasil, que, como disse, tem um único objetivo, unir forças em prol do desenvolvimento regional e do desenvolvimento do interior do Brasil.

    Utilizando as palavras do idealizador desse projeto, Mangabeira Unger, ex-Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, o Brasil Central é o lugar onde o dinamismo brasileiro aparece em sua forma mais pura. Por isso, nas palavras do ex-Ministro Mangabeira Unger, a principal obra do Brasil Central é colocar todo o Brasil para andar.

    E ele não poderia estar mais certo, Sr. Presidente. O Centro-Oeste brasileiro junto com alguns Estados do Norte e mesmo do Nordeste são o celeiro hoje do Brasil. São os Estados que podem, por conta de seu dinamismo, fazer este País andar. Ali se concentram, dentro desse cenário dos seis Estados, 25% do Território brasileiro. Há nessa região algumas particularidades: o segundo mais extenso bioma deste País, que é o Cerrado; temos o Pantanal; temos os maiores mananciais de água doce do mundo, como o Aquífero Guarani, a bacia do Rio Paraná, a bacia do Rio Paraguai; ali temos condições de gerar energia limpa; temos saindo dali, alimentando o mundo e os brasileiros, mais de 40% do milho produzido no Brasil, mais de 60% do algodão, mais de 45% da soja, mais de 40% do rebanho bovino e assim por diante - não vou me estender.

    Mas também este Brasil Central tem problemas, assim como a maioria dos Estados brasileiros. E é preciso unir forças, a começar por problemas de logística. Como alimentar o Brasil e o mundo se não temos condições de escoar a produção de forma eficiente e rápida? Ali temos problemas educacionais, de evasão escolar, principalmente no ensino médio. Ali temos o problema de falta de repasses federais, porque somos Estados com pouca densidade demográfica, temos poucos habitantes, consequentemente temos poucos Parlamentares na Câmara dos Deputados, consequentemente as nossas emendas são mais limitadas e mais importantes, infelizmente.

    Este é um Brasil que o Brasil não conhece. Um Brasil que os técnicos, que os administradores e que os gestores, que ficam nas suas mesas, no ar condicionado, aqui na Esplanada, não conhecem. Consequentemente, não conhecendo, não têm a noção exata de sua importância.

    Por isso, nesta última sexta-feira, nós tivemos o quarto fórum em Campo Grande. No primeiro, que aconteceu em julho, em Goiás, decidiu-se pelo consórcio. No segundo fórum, que aconteceu já em Mato Grosso, assinou-se o termo de cooperação. No terceiro, que aconteceu em setembro, no Tocantins, iniciaram-se os projetos e as parcerias, como, por exemplo, a parceria com a EPL no que se refere a logística. E no quarto, em Campo Grande, que aconteceu na semana passada, avançou-se no que se refere ao lançamento do site e ao compromisso - e é para isso que eu quero chamar a atenção hoje na tribuna do Senado - desses governadores com um dos pontos mais importantes, a meu ver, desse projeto.

    Estou encerrando, mas confesso que cheguei, Senador Lasier, extremamente desanimada para o evento. Falei: "Esta é mais uma das inúmeras reuniões em que se discute sem nada se decidir." Fiquei impressionada com a organização e com o quanto se avançou em tão pouco tempo, Senador Capiberibe. Em apenas quatro meses, formou-se o consórcio, diagnosticaram-se os problemas, planejou-se, estabeleceram-se metas. E, na sexta-feira passada, o Brasil Central fez um compromisso maduro com a educação deste País, em especial com o ensino médio, de combater a evasão escolar e de aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para que pudéssemos melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região.

    E ali se firmou - e eu fico com esta colocação para encerrar - a seguinte confirmação: não há crescimento e desenvolvimento sem se investir na educação. Se não aumentarmos o índice, o Ideb, da Região Centro-Oeste, e mesmo do Brasil, nós não temos como aumentar a produtividade do trabalhador brasileiro. E, no ranking do Pisa, nós estamos na posição 58; somos o 58º país em produtividade do nosso trabalhador. Corresponde, o nosso trabalhador, a 24% de um trabalhador americano, ou a 50% de um trabalhador chileno, ou a 50% de um trabalhador sul-coreano. É como se precisássemos de quatro brasileiros para dar conta do que um americano dá; de dois brasileiros para dar conta do que um sul-coreano ou um chileno dão conta de fazer. Isso é inadmissível! Pela capacidade do nosso povo, porque o trabalhador é ordeiro, porque o povo brasileiro gosta do trabalho e tem vontade de aprender. O que não pode é o Governo, o Poder Público se omitir nesse dever de dar à população brasileira, ao trabalhador, a cidadania.

    Então, encerro agradecendo a oportunidade de estar nesta tribuna, para que fique registrado nos Anais desta Casa que está surgindo neste País o primeiro consórcio entre Estados. E esse primeiro consórcio, que é chamado de Brasil Central - nós estamos, aliás, no Brasil Central, porque o Distrito Federal faz parte -, tem muito a dar para o Brasil.

    É disso que precisamos para sair da paralisia, para avançarmos, para continuarmos e para caminharmos.

    Então, vida longa a esse consórcio, porque o sucesso desse consórcio vai ser o sucesso do Brasil.

    Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/10/2015 - Página 244