Pela Liderança durante a 176ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Alegria pela manutenção da liderança do Estado do Mato Grosso no ranking brasileiro de valor bruto da produção agropecuária.

Autor
José Medeiros (PPS - CIDADANIA/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Alegria pela manutenção da liderança do Estado do Mato Grosso no ranking brasileiro de valor bruto da produção agropecuária.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/2015 - Página 251
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • COMENTARIO, MANUTENÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), LIDERANÇA, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, CUMPRIMENTO, AGRICULTOR, PRODUTOR, REGIÃO, MOTIVO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos acompanham pela Rádio e pela TV Senado, os que nos visitam e que nos acompanham nas galerias - sejam muito bem-vindos -, o que me traz hoje a esta tribuna é uma boa notícia: segundo levantamento divulgado há poucos dias pela Coordenação Geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o meu Estado de Mato Grosso liderou pelo segundo ano consecutivo o ranking brasileiro do valor bruto da produção agropecuária.

    Segundo o estudo, divulgado no dia 15 de setembro último, as lavouras e a pecuária do Mato Grosso geraram R$62,37 bilhões na safra de 2014/2015, contra R$61,21 bilhões do segundo colocado, o Estado de São Paulo. Isso quer dizer que o Estado de Mato Grosso está gerando sozinho 13% do valor bruto de toda produção agropecuária do Brasil, um novo recorde para o Estado.

    De acordo com a pesquisa, Mato Grosso se confirma como o maior produtor nacional de algodão, milho, soja e carne bovina. Esses itens, importantíssimos na pauta de exportação brasileira, representam 89% do faturamento bruto do Estado.

    Considerando-se sempre os dados da safra 2014/2015, fomos responsáveis por 56,5% de toda a produção brasileira de algodão, por 24,5% da colheita de milho do País e por 29% de toda a safra de soja. Também na pecuária os resultados são notáveis: no trimestre de abril a junho de 2015, o Estado abateu 1,105 milhão de cabeças de gado, o que nos coloca à frente de Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, de Goiás e de São Paulo, que vêm em seguida. Os números mostram que o Mato Grosso vem se consolidando como o maior celeiro da produção nacional de alimentos.

    E eu não posso deixar de parabenizar aqui os agricultores, os pecuaristas e os empreendedores mato-grossenses. E faço uma homenagem aos sulistas, representados aqui por estes dois eminentes Senadores: o Presidente que ora conduz os trabalhos e o Senador Paulo Paim, um de Santa Catarina e outro do Rio Grande do Sul. Esses sulistas, em sua maioria - obviamente, junto com os mineiros e nordestinos -, foram a Mato Grosso para desbravar e tornar aquele Estado, que antes era praticamente só floresta, esse celeiro com essa pujante produção nacional.

    E vejam, senhoras e senhores, que não são poucas as dificuldades que esse povo enfrenta. Esses desbravadores, Senador Dário Berger, quando chegaram a Mato Grosso, enfrentaram, como eu disse, malária, atoleiros e toda sorte de dificuldades. E eles continuam enfrentando.

    Agora mesmo, por exemplo, enfrentamos um grave problema na questão da infraestrutura: há poucas estradas, poucas rodovias e quase nenhuma ferrovia para escoar. E o Estado enfrenta outro problema: a economia de Mato Grosso é totalmente lastreada na exportação desses produtos, e Mato Grosso não pode arrecadar nenhum centavo sobre o que produz. Por exemplo, ele não pode arrecadar ICMS sobre a soja que exporta. Isso acontece por força da Lei Kandir, que é uma lei que o Governo Federal implantou no País, há alguns anos, para incentivo às exportações. E esse incentivo é justamente não cobrar: se o sujeito planta e exporta, ele não recolhe o ICMS. Para compensar essa perda dos Estados que exportam, foi criado o fundo de compensação FEX, de que cotidianamente falo desta tribuna. A primeira parcela de 2014 começou a ser paga agora, na segunda-feira, e o de 2015 já venceu, e não se sabe quando será pago. Eu tenho sempre batido na mesma tecla, porque essa é uma das dificuldades que Mato Grosso enfrenta.

    Como disse, há pouco, o Estado experimentou um atraso extremamente grande, pois o de 2014 não foi pago, e, agora, o de 2015 também não foi. Isso impacta toda a cadeia, porque o Estado depende desses recursos para dar condições ao exportador, à pessoa que planta, de exportar seus produtos de forma competitiva. Nossos competidores são países do naipe dos Estados Unidos, que têm uma malha ferroviária e uma malha hidroviária muito grandes, que os tornam competidores muito fortes dos nossos produtos.

    Nossa produtividade é maior, mas vamos competir em condições de desigualdade, devido à nossa falta de infraestrutura.

    Há outras dificuldades que também começamos a enfrentar. Agora mesmo, por exemplo, Senador, há um atraso sensível no cultivo da safra de soja de 2015. O receio é o de que tenhamos de novo uma estiagem severa, como a que tivemos no ano passado. Isso fez com que os sojicultores adiassem o início da lavoura, que deveria ter começado logo após o vazio sanitário de 15 de setembro. No entanto, as altas temperaturas e a pouca umidade do solo obrigaram os agricultores a restringirem a plantação apenas às áreas irrigadas e àquelas onde se pretende plantar algodão safrinha após a colheita da soja. Até o final de setembro, apenas 0,55% dos nove milhões de hectares estimados haviam sido plantados. No mesmo período do ano passado, o volume de soja plantado era quase três vezes maior, e daí nossa preocupação.

    Além da falta de chuva, que nos preocupa a todos e que tem sido motivo de várias das minhas manifestações neste plenário, a insegurança do cenário econômico também vem preocupando, e muito, nossos agricultores. Embora beneficie o exportador, a alta do dólar prejudica quem precisa importar insumos agrícolas, como é o nosso caso. E a redução das demandas da China, que é o destino de 40% dos produtos de Mato Grosso, fez com que o total de exportações de soja do Estado tenha sido quase 25% menor neste ano, no comparativo com o mesmo período de 2014.

    O problema não afeta apenas a soja, não! A seca prolongada deverá reduzir a produção de café em Mato Grosso em até 22%. No ano passado, foram beneficiadas mais de 165 mil sacas. Neste ano, a Conab projeta que serão apenas 127,9 mil sacas.

    Enfim, sabemos que a situação anda muito complicada no campo, mas seguimos em frente. A perspectiva para a safra 2015/2016 é a de que atinjamos 29 milhões de toneladas de soja, aumento de mais de 3%, dos quais 40% já estão vendidos. Estamos ainda colhendo a safra 2014/2015 de algodão, mas 32% da pluma da próxima safra já estão comercializados.

    Aqui, aproveito para dar as boas-vindas à comitiva do Parlamento japonês, que nos visita.

    Aliás, quero fazer um adendo aqui, Senador Dário Berger. O Japão, recentemente, fez um bloco de comércio com os Estados Unidos e com outros países, o que vem na direção do que tenho dito aqui: o Mercosul nos atrasa e engessa a nossa economia. Tenho defendido que o Brasil comece a comercializar unilateralmente ou que possamos sair desse bloco, para que não fiquemos atrás.

    Mas continuando, Senador, esse alto número de negócios futuros fechados tem a ver, evidentemente, com os preços que o mercado vem pagando, o que anima os agricultores. Mas, no Mato Grosso, é assim: se a água não nos faltar, vamos acordar cada vez mais cedo e trabalhar cada vez mais duro para dar de comer ao Brasil e ao mundo.

    Por isso, volto aqui ao início da minha fala: parabéns aos mato-grossenses por liderarem, pelo segundo ano consecutivo, o ranking brasileiro do valor bruto da produção agropecuária. É essa a saída para a crise. É assim que construímos um país.

    A Senadora Ana Amélia solicitou a palavra? (Pausa.)

    Encerro aqui, Sr. Presidente.

    São essas as minhas palavras...

(Interrupção do som.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - ...sobre a economia do Estado de Mato Grosso.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/10/2015 - Página 251