Pela ordem durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à ação violenta de jovens da classe média do Rio de Janeiro.

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Críticas à ação violenta de jovens da classe média do Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 24/09/2015 - Página 303
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • COMENTARIO, AUMENTO, VIOLENCIA, LOCAL, RIO DE JANEIRO (RJ), ENFASE, ATUAÇÃO, ADOLESCENTE, CLASSE MEDIA, AGRESSÃO, MORADOR, PERIFERIA URBANA, DEFESA, NECESSIDADE, MELHORIA, SEGURANÇA, CIDADE.

            O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Apoio Governo/PT - RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Senador Humberto, é só um minuto.

            Inclusive, Presidente Renan Calheiros, eu estou inscrito para falar hoje e falar no dia de amanhã sobre os episódios de violência no Rio de Janeiro, o arrastão que existiu no final de semana nas praias.

            Sabemos que a polícia pode, em cima do delito, prender quem cometeu o crime, mas o que me chamou a atenção, Sr. Presidente, foi o fato de um grupo de jovens de classe média, na Zona Sul, parar, Senador Paim, um ônibus que ia para a Zona Norte. O que me chama a atenção, Sr. Presidente, é um grupo de jovens de Zona Sul, com tacos de baseball, pararem um ônibus, Senador Magno. Era um ônibus que ia para a Zona Norte e que tinha jovens; havia jovens negros dentro daquele ônibus. Nenhum tinha sido acusado de delito, porque quem comete um crime tem que ser preso pela polícia na hora.

            Mas, no caso, parecia o seguinte: é como se todo jovem pobre e negro, morador da periferia, fosse culpado. Uma cena de selvageria! E bateram num jovem desses que não tinha envolvimento algum com o crime na praia. Eu digo: a polícia tem que agir na hora, tem que prender. Isso é uma coisa; o que não podemos aceitar é a criminalização da pobreza, é a criminalização do jovem negro.

            Porque agora estão, Senador Paulo Paim - esse tema tem a ver com a sua história -, parando ônibus, como se, num ônibus que vem da periferia, todos fossem culpados; como se todo jovem negro tivesse culpa.

            Então, quero trazer aqui, Sr. Presidente... Vou fazer discursos aprofundados sobre o tema, mas é uma sensação de barbárie. Quero trazer aqui, como Senador do Rio de Janeiro, o meu repúdio a atos como esse. Nós não podemos misturar as coisas. Para quem comete crime tem que haver punição, mas não pode haver criminalização da pobreza, em especial da juventude negra do nosso País.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/09/2015 - Página 303