Discurso durante a 194ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada à entrega do Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico.

Autor
Cristovam Buarque (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada à entrega do Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico.
Publicação
Publicação no DSF de 03/11/2015 - Página 31
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • DISCURSO, ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, ENTREGA, CONCESSÃO HONORIFICA, PREMIO, HOMENAGEM, JORNALISTA, ROBERTO MARINHO, MERITO, JORNALISMO, RECONHECIMENTO, PESSOAS, CONTRIBUIÇÃO, EFICIENCIA, ANALISE, IMPRENSA, RELAÇÃO, POLITICA.

    O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Apoio Governo/PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Bom dia a cada uma e a cada um.

    Senador Renan Calheiros, permita-me duas coisas: uma é falar daqui, e a outra, começar saudando, antes mesmo do Presidente, o Presidente e Senador José Sarney, pela história, por tudo que ele representa na sua história, sobretudo nos cinco anos do processo de redemocratização, e porque ele cumpriu tão bem, à risca, o que se traçou para aquele período.

    O Senador Renan Calheiros, quero não apenas citá-lo como Presidente da Mesa, mas cumprimentá-lo por ter recuperado este prêmio que o Senador Sarney havia criado, que estava guardado, e o Senador Renan Calheiros trouxe-o de volta.

    Cumprimento a Senadora Ana Amélia, essa querida amiga, companheira e que é, sobretudo, jornalista.

    Cumprimento o Dr. Albano Franco, essa grande figura, empresário de sucesso, político tão respeitado, que, no meu caso especial, sempre é de muito carinho comigo.

    Quero cumprimentar os agraciados:

    - Srª Berenice Seara;

    - Sr. Diógenes Brayner;

    - Gerson Camarotti, que recebe não um título, mas um prêmio que deve perder apenas para o de pernambucano, que você carrega com tanto prazer;

    - Sr. Paulo Tonet, a quem agradeço sempre as boas conversas;

    - Srª Orly Burgos Castillo, da Embaixada da República Dominicana;

    - Sr. Ricardo Vilella, Diretor de Jornalismo da TV Globo;

    - Sr. Ricardo Pedreira, Diretor-Executivo da Associação Nacional de Jornais;

    - Sr. Luiz Roberto Antonik, Diretor Geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV;

    - Sr. Carlos Eloy Filho, Secretário Municipal da Juventude e Esporte, de Aracaju (SE);

    - Sr. Júlio César Vinha, Secretário dos Comitês Jurídico e de Relações Governamentais da Associação Nacional de Jornais; e outros que, por acaso, eu não tenha citado.

    Quero dizer que, para mim, foi uma grande honra ter sido o presidente neste 1º Prêmio Roberto Marinho, porque a ciência estuda e dá explicações para relações entre pais e filhos, irmãos e irmãs, sócios e sócias; tudo a gente consegue; mas Freud não se atreveu a analisar a relação entre jornalista e político, porque essa é muito complexa.

    É uma relação, Dr. Albano, que, obviamente, carrega uma grande admiração de nós políticos para eles, e até acho que deles para nós também. É uma relação de admiração.

    É uma relação de respeito, pela competência que manifesta cada um no seu trabalho diário, mas é uma relação também de certa inveja, pelo menos de nós políticos para os jornalistas. Eu, pelo menos - falo por mim -, tenho essa inveja, da liberdade, de poder usar a verve para escrever, não ficção, mas coisas concretas, coisas do real, porque é mais difícil.

    E, finalmente, é uma relação de temor. Não vamos negar que nós políticos temos medo de jornalistas. É uma mistura muito complicada.

    Uma vez, quando eu estava no governo, uma jornalista perguntou qual era o pior momento do dia, Senadora Ana Amélia, e eu disse: "É o café da manhã". E ela disse: "Por quê? Está de dieta?" Eu disse: "Não, porque eu leio o jornal na hora do café, e é a hora que eu mais temo no dia, porque é a hora das surpresas, aqui e ali, umas boas e, aqui e ali também, algumas ruins".

    Eu digo isso para mostrar a dificuldade que foi escolhermos três nomes. Não foi fácil. E aí nós fizemos da maneira mais simples, para resolver a dificuldade: não discutir, não conversar. Pedíamos aos 81 Senadores que indicassem nomes, e, no final, chegaram 27 nomes.

    Desses 27, nós simplesmente fizemos eleição em urna, sem debate, sem discussão, apesar de que houve uma pequena conversa, no início, sobre uma coisa especial também dessa relação. É que nós temos uma relação sobre os grandes nomes nacionais, mas temos uma relação sobre os nomes próximos a nós, no dia a dia da atividade regional. Então, nós do grupo decidimos esquecer isso, depois de algumas discussões. A única discussão foi essa. Decidimos esquecer, arranjamos uma urna e fizemos a eleição. E aí chegaram esses três nomes.

    Quanto ao prêmio ao Dr. Roberto Marinho, obviamente, não houve urna, não houve discussão, e foi unânime. É até capaz, meu caro Tonet, que, se a gente fosse debater politicamente a figura do Dr. Roberto, teria havido muita discussão, muito debate ali. Mas, do ponto de vista do símbolo de ele representar um agraciado como grande jornalista brasileiro, nenhuma dúvida, e foi uma unanimidade que nos satisfez muito, quando um de nós - eu não lembro qual - sugeriu essa ideia que não estava prevista na regulamentação inicial. Senador Collor, não é verdade? Não foi o senhor? (Pausa.)

    Senador Collor, é verdade. O Senador Collor trouxe essa ideia e imediatamente foi aceita por todos.

    Por isso, nós estamos aqui muito satisfeitos de entregar esse prêmio - agradeço ao Senador Sarney, que criou o prêmio, ao Senador Renan, que retomou e que me indicou como Presidente do Conselho - e desejo, Senador Renan, que esse prêmio vire um Oscar do jornalismo, do ponto de vista do Senado. E que todos os anos possamos fazer um evento que, aos poucos, vá inclusive crescendo, na medida em que vire uma tradição nacional. O momento em que nós políticos, com a admiração, com a inveja, com o respeito e com o temor, temos a coragem de escolher três nomes para dizer: "Esses são os agraciados deste ano".

    Parabéns a vocês e continuem honrando a profissão, como vocês têm feito, ao ponto de receberem esse prêmio de Senadores, políticos que nem sempre, obviamente, até para poderem exercer bem o papel, nem sempre tratam como nós gostaríamos, mas como deve ser, com o rigor da verdade.

    Muito obrigado a vocês. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/11/2015 - Página 31