Discurso durante a 194ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada à entrega do Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada à entrega do Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico.
Publicação
Publicação no DSF de 03/11/2015 - Página 36
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, ENTREGA, CONCESSÃO HONORIFICA, PREMIO, HOMENAGEM, JORNALISTA, ROBERTO MARINHO, MERITO, JORNALISMO, RECONHECIMENTO, PESSOAS, CONTRIBUIÇÃO, EFICIENCIA, ANALISE, IMPRENSA, RELAÇÃO, POLITICA.

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros; Sr. ex-Presidente desta Casa, José Sarney; nosso Presidente do Conselho do Prêmio Jornalista Roberto Marinho, nosso colega, Senador Cristovam Buarque - os quais parabenizo por este momento, pela insistência, pela persistência de estarmos aqui agraciando essas pessoas valorosas com esse prêmio. Com certeza, se não fossem eles, não estaríamos aqui; meu amigo, ex-Governador do meu Estado, Dr. Albano Franco; nosso Líder, Deputado André Moura, Líder do PSC na Câmara, que estava aqui até há pouco e foi para uma votação nominal; Sr. Carlos Eloy, Secretário da Juventude do meu Estado, de Aracaju; nosso presidente da CDL de Itabaiana, Município, Sr. Jamisson Barbosa, no nome de quem saúdo todos os itabaianenses e todos os sergipanos aqui; nossos agraciados, Srª Berenice Seara, amigo Diógenes Brayner; amigo também Gerson Camarotti; o senhor que representa aqui as Instituições Globo, Sr. Paulo Tonet Camargo, bem-vindo a esta Casa; aos familiares; a todos os presentes; aos demais colegas Parlamentares aqui presentes; às senhoras e senhores, inicialmente, gostaria, mais uma vez, de parabenizar o Senado Federal pela grande iniciativa de, em 2009, instituir esta premiação, que tem como objetivo reconhecer os jornalistas que contribuem, diuturnamente, para o engrandecimento da profissão no nosso País, além de reconhecer a importância do jornalismo para o exercício da democracia.

    Na medicina, aprendi a tratar a dor física, a dor de cada um, a dor individual, mas também, na medicina, compreendi que, para tratar a dor social, a dor coletiva, a dor de todos, como essa que milhões de brasileiros vivem neste momento em muitos cantos, o instrumento era a política. Por isso, pedi a oportunidade ao meu povo e à minha gente do meu Estado, Sergipe, para que aqui estivesse cumprindo esta missão.

    Mas, durante o mandato, percebi o desafio de uma outra profissão. Faço o caminho diferente do da Senadora Ana Amélia. Foi na política que compreendi e percebi a importância do jornalismo e, agora, Presidente, sou estudante, faço jornalismo com muito orgulho - tenho a minha carteira de estudante. Justamente por entender e reconhecer esta profissão que hoje sou estudante de jornalismo da Universidade Tiradentes (Unit), em Aracaju, capital do meu Estado - cumprimento aqui meus primeiros mestres: a Profª Juliane Almeida, que me ensinou as primeiras lições, e o Prof. Bittencourt -; por entender que é com o jornalismo forte, com o jornalismo sincero, transparente e ético que haveremos também de corrigir as mazelas que este País tem. Este País tem jeito. Sonho com isso, Senador Lasier. Sei que o senhor também. O jeito quem dá somos nós, com as nossas escolhas, com as nossas convicções, nunca, absolutamente nunca, abrindo mão de princípio nem de valores, muito menos em espaços como este.

    Este ano, como já foi dito aqui, foram agraciados com o Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico quatro profissionais que trazem consigo, no exercício da profissão, a essência, como escreveu o poeta e também jornalista William Ernest Henley, em seu poema "Invictus": "Eu sou dono e senhor do meu destino; Eu sou o comandante de minha alma". Mas eu só sou dono do meu destino, só sou senhor do meu destino porque tenho dois ingredientes: a vida e a liberdade, dada pelo bom Deus, por isso acredito nele.

    Sr. Presidente, gostaria de homenagear a jornalista carioca Berenice Seara por sua brilhante trajetória, onde, por mais de duas décadas, atua na cobertura política, tanto no contexto regional quanto no contexto nacional.

    Contudo, não posso deixar de prestar minhas homenagens aos outros dois jornalistas também, Gerson Camarotti, com quem convivemos diuturnamente. Ele, com o celular dele. "Lá vem ele'', não é, Presidente? "Lá vem ele". Vamos sair depois no jornal das dez, como disse o Senador Cristovam, sabe lá como. E o jornalista e grande amigo Diógenes Brayner, que, para nós sergipanos, nós nordestinos, tem sua grande importância.

    Camarotti conheci há pouco tempo, cobrindo os acontecimentos aqui no plenário do Senado Federal, muitas vezes ali no cafezinho, sempre atento, ágil na apuração, hábil na construção da notícia política, um exemplo de profissional que exerce de maneira responsável e ética o jornalismo. Diante disso, a minha admiração, Camarotti, foi uma consequência natural. Parabenizo-o pela merecida premiação.

    Já o nosso amigo Brayner - e conheço e acompanho com respeito e admiração seu trabalho há bastante tempo -, embora seja pernambucano de nascimento, adotou Sergipe de coração. E filho é não só aquele que vem de forma natural, mas também aquele que é adotado e que adota, já que, há quase 20 anos, recebeu o Título de Cidadão Sergipano.

    Brayner, é um daqueles jornalistas que tem a profissão correndo no seu sangue, diuturnamente, dorme tarde, nutrindo suas células e a política como grande paixão. Sabemos todos nós sergipanos bem disso.

    E, por falar em paixão, essa sempre foi o que o moveu. Na juventude, participou ativamente de movimentos estudantis e, durante os mais de 40 anos de jornalismo, sempre foi movido pela inquietude que deve ter o jornalista em busca da notícia, em uma época onde não existia internet e a apuração das notícias dependiam de bons contatos e bons informantes.

    Entretanto, esse homem que persegue as notícias políticas e seus bastidores sempre esteve à frente também, assim como o jornalista Roberto Marinho sempre esteve à frente, e bem lá atrás - não é, Dr. Albano Franco? - criou o FaxAju. O FaxAju, por fax, mandava as notícias para todos nós em 1990. Era um meio ágil de fazer com que as notícias chegassem via fax aos seus eleitores, antes mesmo que os grandes jornais locais as noticiassem, passando, inclusive, a pautar os veículos de comunicação do nosso Estado, o Estado de Sergipe. Há oito anos, o FaxAju ganhou sua versão contemporânea, on-line. Entrou na modernidade, acompanhou a modernidade. Parabéns ao também amigo Brayner pela merecida honraria.

    Para finalizar, não poderia deixar de homenagear - como já foi dito aqui - esse ícone, uma grande referência do jornalismo brasileiro.

    Você vê, Presidente, como é atrativa a profissão de jornalista. Então, seguir esse caminho diferente, da medicina para a advocacia, da advocacia para a política e agora para o jornalismo, é extremamente prazeroso, embora fosse muitas vezes vencido pelo cansaço que o trabalho nos impõe. Mas é prazeroso, Sr. Presidente, ao voltar para o meu Estado, voltar aos bancos da faculdade, da universidade, e ali aprender com os nossos mestres, com os nossos professores, especialmente neste momento, com a Profª Juliana e com o Prof. Bittencourt.

    Como dizia, o prêmio a que empresta seu nome o jornalista Roberto Marinho, um dos grandes ícones e reconhecidamente uma das maiores personalidades do século XX - não só no nosso País, mas, ouso dizer, no mundo -, que com sua visão empreendedora, como disse o nosso Líder Collor, formou o maior conglomerado de comunicação do País e, com certeza, um dos maiores do mundo, com televisão, com rádio, com jornal impresso e com serviços de informação e entretenimento na internet. Apesar de tudo isso, seu maior orgulho - e ouvíamos isso sempre - era ser jornalista, Senador Lasier, como o senhor é.

    Então, é por esse caminho que volto ao que disse inicialmente, com a poesia do jornalista William Ernest Henley: nós somos senhores do nosso destino, sim. Nós somos o comandante da nossa alma, já que o bom Deus nos dá o milagre da vida e dá a liberdade para escolhermos o nosso destino.

    Que o brasileiro saiba aprender com tudo isso, com todo esse sofrimento, com todas essas mazelas, e possamos escolher um destino muito melhor. Esta Casa é fundamental por tudo isso. Por isso, Senador Cristovam Buarque, aqui estamos não por profissão. Estamos por missão. Entendo assim.

    Mais uma vez parabenizo a Mesa Diretora do Senado por resgatar esse prêmio. E, com certeza, daqui para frente ele será uma grande referência para o jornalismo brasileiro.

    A todos, o meu sincero muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/11/2015 - Página 36