Discurso durante a 195ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao ex-Presidente Lula pelos seus 70 anos; e outro assunto.

Autor
Donizeti Nogueira (PT - Partido dos Trabalhadores/TO)
Nome completo: Divino Donizeti Borges Nogueira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem ao ex-Presidente Lula pelos seus 70 anos; e outro assunto.
HOMENAGEM:
Publicação
Publicação no DSF de 30/10/2015 - Página 135
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, HISTORIA, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, CRITICA, JUDICIARIO, MINISTERIO PUBLICO, EXCLUSIVIDADE, PERSEGUIÇÃO, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CONTRADIÇÃO, INEXISTENCIA, INVESTIGAÇÃO, DIFERENÇA, GESTÃO.
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, ELOGIO, ATUAÇÃO, CATEGORIA PROFISSIONAL, DEFESA, VALORIZAÇÃO, TRABALHO.

    O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador José Medeiros, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, ontem, dia 28 de outubro, foi Dia do Servidor Público Federa, esses trabalhadores e trabalhadoras que têm, ao longo da vida, contribuído muito para o desenvolvimento do nosso País e, às vezes, são tão atacados, tão agredidos por serem servidores públicos ou servidores do público.

    Eu quero aqui hoje, neste momento, antes de iniciar o meu pequeno discurso, homenagear cada servidora, cada servidor público do nosso País, para dizer que eles são muito importantes para este País, que nós precisamos muito deles e que precisamos sempre ter a perspectiva de melhor prepará-los, qualificá-los para servir a nossa população.

    Então, receba as minhas homenagens e os meus parabéns pela passagem do dia e que continuem contribuindo, como contribuem, para o nosso País.

    Também me inscrevi aqui hoje, Sr. Presidente José Medeiros, para falar de uma figura extraordinária que completou 70 anos, no dia 27, o sempre Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Lembro que, quando, em 1989, nós perdemos as eleições para Presidente da República, uma coisa que me ocorreu do porquê que perdemos as eleições foi que, naquele momento, a sociedade brasileira, o povo brasileiro ainda não estava preparado para ter um presidente com o nome de Lula, porque não é só ser Lula, é ter nascido do seio do povo brasileiro, é ter nascido das camadas mais simples, mais pobres, com a possibilidade de até ter morrido, não ter crescido, não ter desenvolvido antes de crescer ou até mesmo de nascer.

    Mas o Presidente Lula, teimoso e resistente, resistiu. Resistiu, persistiu e se tornou o maior e o melhor Presidente deste País, desta época, e uma, senão a maior, referência política, humana e social do Brasil perante o mundo.

    Então, ao completar esses 70 anos, eu quero me solidarizar com o Presidente Lula.

    E dizer que nós continuamos acreditando na capacidade que ele tem de interpretar o sentimento, os problemas e as necessidades do povo brasileiro.

    Eu poderia tecer aqui um rosário de programas desenvolvidos, criados, fortalecidos, consolidados pelo Presidente Lula durante os seus oito anos à frente do governo da República brasileira. Mas vou destacar apenas o que fez crescer o nosso País, Senador Lindbergh, como soberania perante o mundo. Como este País se fortaleceu perante o mundo na última década, nos últimos 12 anos! O respeito que este País adquiriu e as intervenções que, a partir das ações da nossa política de relações internacionais, contribuíram para o mundo na construção do G-20, que fez com que praticamente - ou até - desaparecesse a hegemonia do G-7. Hoje, não se fala, como se falava, no poder, na força e na capacidade de intervenção do G-7, porque as discussões dos países mais desenvolvidos, de maior força econômica e política acontecem no G-20.

    Também a criação do BRICS, que não é uma iniciativa única ou pessoal do Presidente, mas há um empenho pessoal do ex-Presidente Lula na construção desse bloco político e econômico, que, neste, momento passa por dificuldades. Mas, certamente, na medida em que formos resolvendo a crise mundial, esse bloco econômico, político e demográfico será muito importante não para fazer a polarização bélica que nós vivemos nos tempos da guerra fria, mas para fazer a polarização econômica e social de que o mundo precisa.

    Então, ao completar estes 70 anos, camarada, companheiro, Presidente Lula, precisamos ainda da sua coragem, da sua audácia, da sua perseverança e, sobretudo, da sua teima para ajudar o Brasil a passar por este momento de dificuldade que enfrentamos, sobretudo política, e para dar continuidade a esse processo de transformação social, política e cultural cuja construção iniciamos.

    Um operário nordestino que teve seu primeiro diploma como Presidente da República foi o homem que teve a capacidade, a força de vontade e a coragem de enfrentar o status quo e revolucionar o País, transformar a cara do Brasil como nenhum outro antes dele.

    Como comemoramos, na semana passada, o Bolsa Família, criado em seu primeiro governo, que retirou 36 milhões de pessoas da miséria extrema, ações Integradas do programa, como a obrigatoriedade de frequentar a escola e acompanhamento médico, mudaram a vida dos mais pobres, que agora podem voltar a sonhar com o futuro.

    Mas isso, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, é apenas um ponto dos pontos louváveis dos oito anos do governo coordenado pelo Presidente Lula, um programa muito singular para a vida no campo, como o Luz para Todos, que retira parte da nossa população que ainda estava no século XIX e a conduz para o século XXI.

    O Presidente Lula pensou grande e continua pensando grande. Vários aspectos que este País não tinha coragem de enfrentar, no governo do Presidente Lula, enfrentou. Enfrentou a possibilidade de pensar um País com fome zero. E, quando lançou o Programa Fome Zero, foi muito criticado por aqueles que não entendiam a extensão e a dimensão do programa, criticado por aqueles que sabiam que esse programa poderia fazer a redenção de muitas vidas e conduzir muitos brasileiros e brasileiras ao caminho da emancipação. Ficaram contra, diziam que esse programa era para proteger preguiçosos, que era para que os pobres não quisessem mais trabalhar.

    Quando criou o Bolsa Família, juntou aquele misturado de programas, de que eu tive oportunidade de falar, na semana passada, num programa de intervenção econômica e social, na vida do País.

    Econômica porque o Bolsa Família hoje é responsável pela movimentação da economia, sobretudo nos pequenos Municípios; social porque articulou a possibilidade de construirmos uma nova geração de brasileiros e de brasileiras saída das camadas populares, do seio da pobreza. Serão cidadãos e cidadãs com educação, com capacidade de poder enfrentar a competitividade do mundo capitalista disputando espaços.

    Aqui vale abrir um parêntese. É isso o que tem despertado o ódio dos nossos adversários contra o Partido dos Trabalhadores; contra, sobretudo, o Presidente Lula; contra o Governo. Agora, o filho do vaqueiro estuda na mesma escola que o filho do fazendeiro; o filho do operário, na mesma escola que o filho do industrial, nas mesmas faculdades. Inclusive, nas melhores e maiores faculdades do mundo através do programa Ciência Sem Fronteiras.

    O Presidente Lula já deu uma contribuição extraordinária para o nosso País. O Bolsa Família não é só um programa assistencialista, aliás nem é isso. É um programa de inclusão social que vem promovendo uma revolução mansa e pacífica, silenciosa, na sociedade brasileira. O povo brasileiro, embora momentaneamente possa estar confuso diante do que é divulgado cotidianamente para atacar o Governo, para atacar as políticas que este Governo desenvolveu, para atacar o Presidente Lula, por medo de que ele possa retornar em 2018, vai compreender que, fora desse projeto, mesmo com suas imperfeições, não há outro que possa promover cidadania, que possa promover qualidade de vida para o povo brasileiro.

    Então, eu queria terminar esta minha fala aqui, dizendo que tenho orgulho de estar no Partido dos Trabalhadores já há 31 anos, quase 32. Dediquei a minha militância a esse Partido, e isso começa aqui, quando conheci o Presidente Lula no Senado Federal. Eu já tinha o ensino médio, o ensino técnico completo e cursava o ensino superior, mas, para aqueles que o consideravam analfabeto, foi, no 5º Encontro Nacional do PT, que eu tive a oportunidade de saber que eu poderia ser conduzido e dirigido por aquele operário nordestino teimoso que era o Presidente Lula.

    Daí para cá eu dediquei a minha vida e o meu trabalho a essa luta de podermos disputar o País, e disputar o País com um programa, com projetos. E aí uma das críticas que eu tenho à oposição, Senador Lindbergh, hoje é que a oposição não tem projeto para oferecer ao País.

    Quando o Presidente José Sarney estava no governo, o Partido dos Trabalhadores fez um conjunto de propostas e o Presidente Lula entregou ao Presidente Sarney àquela época. No tempo do governo Itamar, o Presidente Lula junto com o Partido dos Trabalhadores elaborou um programa para o País e entregou para o governo. Mesmo no governo Fernando Henrique, governo que entregou, sucateou e roubou o País, o Presidente Lula e o PT entregaram uma proposta de caminhos e saídas para aqueles momentos que vivíamos.

    Hoje, nós temos uma oposição truculenta, rançosa, que se pauta na crítica, na mentira, muitas vezes. Poucas vezes se ouve um discurso como o do Senador Serra, que hoje, aqui, fez uma reflexão mais madura sobre o processo. Mas a maioria, praticamente todas as vezes, se vale de um discurso de ataques e ofensas.

    Quero concluir dizendo que o Judiciário brasileiro, o Ministério Público precisa equilibrar a balança. Deixar de ter esse olhar vesgo que tenta, permanentemente, criminalizar o Partido dos Trabalhadores e os seus dirigentes e não cuida da apuração do que lhes é devido, como deveria, porque faz uma prática judicial seletiva de perseguição.

    Desvia, inclusive, dos caminhos. Atacam a honra de um homem honesto como Gilberto Carvalho, o povo brasileiro vai conhecer. Gilberto Carvalho vai ter a oportunidade de provar para este País o quanto ele é sério, servidor do povo brasileiro, servidor das causas populares e honesto.

    Então, termino, aqui, hoje, homenageando o presidente Lula e dizendo que a gente tem que ficar "com a pureza da resposta das crianças, porque é a vida, é bonita e é bonita". O Brasil certamente poderia ser melhor e será, porque passa por um processo de construção que começou há 12 anos e que haverá de continuar, com o povo brasileiro participando, com diálogo, com debate e com contribuição para o País. Fazendo alusão a esses versos do Gonzaguinha, peço sempre que a vida seja bem melhor, e será, porque a cada dia que passa nós estamos construindo mais um pouco de solidariedade, de paz e de harmonia para o povo brasileiro.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/10/2015 - Página 135