Discurso durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama e destaque para a instalação do Hospital de Câncer da Amazônia, em Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Considerações sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama e destaque para a instalação do Hospital de Câncer da Amazônia, em Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 04/11/2015 - Página 183
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, PRELIMINAR, DESCOBERTA, CANCER, ORGÃO, PRODUÇÃO, LEITE, MULHER, REFERENCIA, RESULTADO, TRATAMENTO, REGISTRO, PRESENÇA, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), CAMINHÃO, PROPRIEDADE, HOSPITAL, BARRETOS (SP), OBJETIVO, ATENDIMENTO, VINCULAÇÃO, SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS), EXAME MEDICO, POPULAÇÃO, REGIÃO, EXPECTATIVA, INSTALAÇÃO, ENTE FEDERADO, UNIDADE, REGIÃO AMAZONICA, COMBATE, DOENÇA, ELOGIO, DIRETOR PRESIDENTE, CENTRO DE SAUDE.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Jorge Viana, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, Oscar Niemeyer não gostava de linhas retas e duras. Ele era atraído, segundo suas próprias palavras, pelas linhas curvas e livres, pelas curvas das montanhas, do curso dos rios e do corpo das mulheres.

    As curvas livres de Niemeyer, no mês de outubro, estavam ainda mais femininas. Já faz alguns anos que o Congresso Nacional vem se iluminando para fazer coro com as vozes do Outubro Rosa. O traço curvo de Niemeyer se maquia para lembrar a cada mulher deste País a importância de se prevenir, de diagnosticar e tratar precocemente o câncer de mama.

    Neste ano de 2015, teremos diversos novos casos de câncer de mama e quase 40 mortes todos os dias. É o câncer que mais mata as mulheres brasileiras.

     O que as mulheres podem fazer para evitar o câncer de mama? Segundo o Instituto Nacional de Câncer, elas devem manter o peso dentro de limites saudáveis, praticar atividade física, evitar o consumo abusivo de álcool e, sempre que possível, amamentar seus bebês. Infelizmente, nem com todos esses cuidados é possível eliminar o risco de câncer. O próximo passo - e, provavelmente, o mais importante - é a detecção precoce, quando a maioria dos casos pode ser curada.

    Nos dias de hoje, diagnóstico precoce se equivale à mamografia. A mamografia, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é um exame simples, uma espécie de radiografia das mamas, e é indicado para todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Em nosso País, 40% das mulheres que deveriam fazer o exame não o fazem. Na minha região, a Região Norte, a situação é ainda mais grave: mais de 60% das mulheres não fazem mamografias.

    Quantas vidas não salvaríamos se fôssemos capazes de conscientizar todas as mulheres do País quanto à importância da mamografia e, obviamente, se conseguíssemos que todas tivessem acesso aos mamógrafos?

    Felizmente, existem iniciativas corajosas para transformar essa realidade. No meu Estado, o Estado de Rondônia, uma parceria do Instituto Avon com o Hospital de Câncer de Barretos disponibilizou uma unidade móvel de mamografia para atender mulheres de 36 Municípios do interior. Trata-se de uma carreta equipada com um mamógrafo digital de última geração, preparada para realizar cerca de 2,5 mil exames até o final do ano e mais de 5 mil ao longo do próximo ano. Os exames são feitos pelo Sistema Único de Saúde, sem nenhum desembolso direto por parte das usuárias. O Hospital de Câncer de Barretos é pioneiro no uso dessas unidades móveis de diagnóstico de câncer - eles começaram esse projeto em 2003 -, e, apenas no ano passado, foram quase cem mil mamografias realizadas nos Estados de São Paulo, de Minas Gerais, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, de Goiás e da Bahia.

    A população de Rondônia e da Região Norte, de modo geral, também está muito animada com outra boa nova, que é a instalação de uma unidade do Hospital de Câncer de Barretos em Porto Velho, chamado Hospital da Amazônia.

    Essa instituição vai se chamar Hospital de Câncer da Amazônia e já está com cerca de 70% das obras concluídas. Milhares de pacientes serão beneficiados. Hoje em dia, essas pessoas, muitas vezes doentes e debilitadas, precisam viajar milhares de quilômetros para buscar tratamento em outras regiões do País. O Brasil precisa muito de iniciativas como essas, iniciativas criativas, competentes e bem-intencionadas, que valorizem a vida e que tragam segurança e conforto para as pessoas. Essas iniciativas fizeram do mês de outubro um mês de esperança, um mês para reagrupar forças e seguir pelas linhas curvas e livres da vida rumo a um futuro melhor.

    Sr. Presidente, ao encerrar este pronunciamento, eu queria parabenizar o Dr. Henrique Prata, Diretor-Presidente do Hospital de Câncer de Barretos, homem corajoso, determinado, que tem feito dessa luta um sacerdócio. Já tínhamos o Hospital do Câncer de Barretos e outras unidades e, agora, também temos a unidade de Rondônia, que vai atender a todos os Estados da Amazônia.

    Parabéns ao Dr. Henrique Prata e a toda a sua equipe guerreira, destemida, determinada, que luta na prevenção e no combate ao câncer no Brasil!

    Nesse sentido, eu não podia deixar de vir a esta tribuna falar sobre essa importante iniciativa no meu Estado, o Estado de Rondônia.

    Quero dizer também que termina o Outubro Rosa e que começa o Novembro Azul. Espero, no final deste mês, voltar à tribuna para falar da campanha do Novembro Azul.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/11/2015 - Página 183