Pela Liderança durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas a ataques direcionados ao PT e ao ex-Presidente Lula; e outro assunto.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas a ataques direcionados ao PT e ao ex-Presidente Lula; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 04/11/2015 - Página 184
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, PARTICIPAÇÃO, DIRETORIA EXECUTIVA, DIRETORIO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REPUDIO, MOVIMENTO SOCIAL, OBJETIVO, GOLPE DE ESTADO, CRITICA, REDUÇÃO, CUSTO DE PRODUÇÃO, AUMENTO, LUCRO, RESTRIÇÃO, SALARIO, INVESTIMENTO, ASSISTENCIA SOCIAL, DEFASAGEM, IMPOSTOS, EMPRESA, PRIVATIZAÇÃO, MOTIVO, POBREZA, PAIS, MUNDO, APOIO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DISCURSO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE, ASSUNTO, CAMPANHA, BOMBARDEIO, OPOSIÇÃO, CITAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, ORIGEM, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes que nos acompanham pela Rádio Senado, nós realizamos, na semana passada, um encontro da Executiva e dos Diretórios Nacionais do PT, ocasião em que anunciamos a nossa total oposição à escalada conservadora e golpista em curso no País e em que reafirmamos alguns dos nossos compromissos fundamentais com o Brasil.

    Nesse contexto de crise internacional duradoura, é absolutamente imprescindível ficarmos vigilantes em relação às velhas e malfadadas fórmulas que correm por aí, apresentadas como salvação para o momento. O receituário falido é aquele de sempre, aplicado pela direita, em momentos de dificuldades econômicas: reduzir custos de produção, manter e/ou aumentar margens de lucros. Como se consegue isso pela cartilha deles? É fácil, impõem-se salários menores aos trabalhadores; cortam-se investimentos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida; alivia-se a carga tributária das grandes corporações e dos seus acionistas; ampliam-se espaços do capital por meio de novas privatizações; os direitos públicos são eliminados ou mitigados. E pronto, está feito o dever de casa que anima o setor financeiro e enche os olhos da banca internacional!

    Foram exatamente essas fórmulas ultrapassadas, que tanta pobreza geraram no Brasil e no mundo, que fizemos questão de rechaçar no nosso encontro. Deixamos essa posição expressa no documento final, divulgado a todo o País. O Partido dos Trabalhadores deixou bem clara a sua disposição de impedir qualquer retrocesso aos tempos neoliberais e à agenda maldita que antecedeu o Governo do Presidente Lula, que todos lembram qual é: a agenda do arrocho, a agenda da fome, a agenda da miséria, a agenda da venda do patrimônio público brasileiro, a agenda dos bilhões destinados aos bancos e sonegados aos mais pobres.

    Reiteramos nosso apoio total ao Governo da Presidenta Dilma, ao tempo em que estamos a aprofundar a reforma progressiva do sistema de tributação e a preservar os programas sociais estabelecidos desde 2003, bem como a construir importantes espaços de diálogo com todos os setores da nossa sociedade, para que encontremos, em conjunto, soluções para os nossos desafios.

    Tivemos a grande alegria de travar essa discussão ao lado do ex-Presidente Lula, a maior liderança política deste País. Lula, como sempre muito lúcido, avaliou com propriedade essa quadra pela qual passamos e as dificuldades com que temos lidado, especialmente no plano político-eleitoral, tendo em conta que muitos ainda não compreenderam que perderam as eleições.

    Foi absolutamente correta a análise feita pelo ex-Presidente de que o Brasil vive um momento de acirrado bombardeio contra o PT e contra os petistas, por 24 horas por dia, numa campanha, talvez, sem paralelos na história nacional.

    Quando observamos especialmente as revistas semanais, algumas que se passam por pasquins, vemos que o jornalismo corre ao largo. São panfletos difamatórios, que se especializaram em atacar diuturnamente o Governo, o PT e, particularmente, o Presidente Lula.

    Por que esse ódio? Por que essa caçada implacável e infame ao nosso Partido, aos petistas e a um homem com o capital político que Lula tem, ao mesmo tempo em que, criminosamente, ocultam das suas páginas uma lista de irregularidades que lhes convém? Por que, em vez de textos eivados de ilações e escritos no futuro do pretérito, sem qualquer base fática, esses veículos não abrem espaço para as conveniências políticas escandalosas, como o caso do mensalão do PSDB, que, há sete meses, está parado no Judiciário de Minas Gerais, sem qualquer decisão favorável ou contrária em relação, por exemplo, ao ex-Governador Eduardo Azeredo, num esquema de desvios públicos consideráveis? Não, isso não é notícia que valha para aqueles setores da mídia que querem de volta os seus títeres ao poder, para que se reapropriem do Estado brasileiro.

    Pelo medo de não poderem mais restabelecer suas relações generosas com os antigos donos do poder, aqueles com quem tudo era acertado em convescotes luxuosos aos quais os nossos Governos puseram fim, praticam uma verdadeira cruzada para, usando a lama com a qual têm larga intimidade, tentar apagar da memória do povo brasileiro um legado de 12 anos, que é o mais profícuo já produzido no Brasil.

    É por isso que devotam esse profundo ódio a Lula e ao PT, porque os nossos governos fizeram uma opção pelas pessoas mais humildes deste País, uma opção por retirar mais de 36 milhões de pessoas da pobreza extrema, de oferecer educação aos brasileiros, e isso obviamente abriu as portas para um novo mundo, destruiu os currais e as senzalas onde esses setores confinavam convenientemente o nosso povo.

    Os ataques, especialmente a Lula, muitos dos quais requentados como café de segunda, são ataques diretos às conquistas sociais dos brasileiros, que devem ser rechaçados com máximo vigor. Vamos combater essas incursões de ódio, intolerância e mentira, seja nas ruas, seja nas instituições, seja nas redes sociais. Essa luta é um componente essencial da resistência ao golpismo e ao retrocesso. Não vamos permitir que setores de instituições importantes e democráticas, que merecem todo nosso apoio e nosso respeito, como a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário, mas que alguns poucos segmentos dessas instituições sejam transformados em linha auxiliar da oposição a favor de um jogo político sujo.

    Então, é imprescindível que repudiemos todos os procedimentos que ferem o devido processo legal, que possam ofender garantias democráticas e que representem práticas de exceção que afrontem o Estado democrático de direito e que diminuem o Brasil.

    Se a oposição não tem competência para combater na política, procure uma outra liderança que possa rivalizar com Lula e com o PT em propostas e serviços prestados ao povo brasileiro, mas não queiram, diante de tamanha competência que têm para criar uma afinidade com a população, usar as instituições públicas para saciar caprichos eleitorais frustrados. Então, a gente ganha no voto. Tenham consciência disso e busquem conquistar o governo pelas urnas. O Palácio do Planalto não pode ser um local aonde se chega pelos esgotos.

    Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.

    Muito obrigado a todos e a todas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/11/2015 - Página 184