Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica à tentativa desesperada do Governo Federal de transferência de responsabilidades.

Autor
Cássio Cunha Lima (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PB)
Nome completo: Cássio Rodrigues da Cunha Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Crítica à tentativa desesperada do Governo Federal de transferência de responsabilidades.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2015 - Página 85
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • CRITICA, TENTATIVA, PARTIDO POLITICO, APOIO, GOVERNO FEDERAL, TRANSFERENCIA, OPOSIÇÃO, RESPONSABILIDADE, CRISE, POLITICA, ECONOMIA NACIONAL, ENFASE, CRESCIMENTO, CORRUPÇÃO, INAPTIDÃO, GOVERNO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

    O SR. CÁSSIO CUNHA LIMA (Bloco Oposição/PSDB - PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que mais impressiona nesse instante em que o Brasil vive é a tentativa desesperada de transferências de responsabilidades, que cabem exclusivamente àqueles que governam o Brasil, há mais de treze anos. Já não é mais possível sequer fazer referência a uma suposta herança maldita.

    Por longos treze anos, comandaram e comandam o Brasil nessa quadra de desgoverno, que cai pela marca da corrupção, pela digital da incompetência e pela característica da incapacidade de responder aos desafios do Brasil. E estão perdidos. Perdidos e desesperados saem de si e, como bem disse, mais uma vez, em recente coluna publicada no UOL, o jornalista Josias de Souza, quem sai de si termina tendo que revelar o que tem por dentro. E o que tem por dentro desse governo, Sr. Presidente, é podre. E tem o repúdio, a repulsa do povo brasileiro, que não aguenta mais pagar a conta do desemprego, da inflação galopante, dos juros na estratosfera, de um Produto Interno Bruto que é a soma dos valores da nossa economia, que terá uma retração de 3,5% esse ano. Vamos ter uma inflação de 10%, diminuição do PIB de 3,5%. No ano que vem, o PIB cairá 2,5% pela projeção que está sendo feita pelos especialistas, com inflação batendo na casa de 7%, 8%.

    O que é lamentável é que aqueles que outrora pintaram a cara para defender o Brasil, hoje sujam as mãos para tentar salvar um governo corrupto, porque não há outra discussão. Aqui a discussão vai ser ética, vai ser a discussão da decência, da seriedade, da honradez, da honestidade, porque será por essa via, seja ela através do Fla x Flu, do Vasco ou Fluminense, que vamos salvar o Brasil do caos em que ele se encontra.

    E não adiantam atos de provocação, tampouco de desespero, porque o nosso debate não ficará restrito ao plenário do Senado Federal. Nós vamos para as ruas do Brasil.

    No ano que vem, haverá eleição municipal, e nós não precisamos apenas olhar para o futuro. Basta olhar para o passado e perceber que o resultado eleitoral de alguns não corresponde ao grau de provocação que tentam trazer para desviar o foco dos reais problemas do povo brasileiro.

    O que o povo brasileiro deseja assistir pela TV Senado é a uma discussão serena, uma discussão responsável, que não seja eivada de provocações. E são provocações que se repetem a cada instante, a cada momento, a cada sessão, de quem perdeu o discurso, de quem já está quase perdendo a compostura, para tentar justificar o injustificável, porque assaltaram este País para construir um projeto de poder, na base da corrupção mais deslavada, mais odienta, mais reprovável, mais nojenta de que se tem registro na história do nosso País.

    Portanto, o que o povo brasileiro quer é discutir o preço da água, que é escassa no nosso Nordeste e está cada vez mais escassa; o preço da energia, que não para de subir; o preço do gás, da gasolina; a carestia, que está de volta; o desemprego, que campeia. Trabalhadores precisam até renunciar ao seu seguro-saúde para poder manter suas contas em dia. Tivemos matéria sobre esse tema nos telejornais matinais de hoje.

    É esse o Brasil real com que estamos preocupados. É esse Brasil que luta com sacrifício, com suor e com lágrima, para fechar as contas de todo mês, fruto do desgoverno, do desmando, da ausência completa de governo que nós temos na realidade atual, e não esse proselitismo tolo, esse debate ingênuo que fará com que a resposta chegue, no momento e no tempo certo, às eleições. Falta a este Governo e aos seus representantes, em sua maioria, a humildade mínima que a crise exige para que nós possamos discutir uma agenda que eles nunca apresentaram.

    E somos provocados aqui todos os dias: "Os tucanos estão acordando cedo." Os tucanos acordam cedo para trabalhar, porque outros tantos acordam cedo para esperar a chegada da Polícia Federal. É essa a realidade do Brasil. Vamos acabar com essa brincadeira, acabar com esse tipo de provocação, que só vai agudizar esse clima.

    Querem ir para a rua fazer confronto? Vamos para a rua fazer confronto. Ou acham que vão intimidar o povo brasileiro com meia dúzia de apaniguados, com meia dúzia de protegidos, que acham que fechando uma estrada aqui e outra acolá vão intimidar esta Nação? Não vão intimidar esta Nação! Não vão fazer com que as instituições recuem. É isto o que nós vamos fazer: defender o povo brasileiro, lutar pelo nosso País, lutar por nossa Nação, com coragem, com firmeza, com vigor, com o sacrifício que for preciso. Não haverá intimidação que recue a nossa luta em defesa do nosso País.

 

    


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2015 - Página 85