Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre a atual crise política.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Comentário sobre a atual crise política.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2015 - Página 102
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • ELOGIO, LINDBERGH FARIAS, SENADOR, UTILIZAÇÃO, PESQUISA, ASSUNTO, REJEIÇÃO, LIDERANÇA, CLASSE POLITICA, PROPOSTA, DEBATE, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RECRIAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF).

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, votávamos alguns embaixadores visto que uma medida provisória trancou a pauta. De repente, o Senador Lindbergh Farias suscita um debate com base nas pesquisas mais recentes, e chama a atenção o fato da rejeição colocada a expressivas lideranças deste País.

    O Senador Lindbergh dizia que, realmente, o Governo está em queda - o que não é uma novidade para ninguém -, mas que a oposição deveria estar em alta, porque este é um fenômeno que ocorre: quando um cai, o outro sobe. Mas ambos têm rejeição. Ele até dava um alerta ao Senador Aécio, ensinando a oposição como proceder. Apesar de ser jovem, ele disse que a oposição é muito radical. E disse isso com autoridade, porque o Senador Lindbergh é um conciliador, um jovem conciliador. Queria até que ele estivesse aqui, porque este debate é interessante quando há muita gente, quando muita gente fala.

    Fiquei de longe assistindo e pensando comigo: existe mais gente de bem na vida pública do que gente do mal. E é assim na vida. Mas, na vida pública, essa minoria é tão ousada, a minoria da vida pública é tão ousada que leva os bons para a vala comum. Essa generalização coloca os bons e a minoria do mal numa vala comum. E, se os bons que fazem a vida pública neste País tivessem a ousadia dos maus, talvez este País já teria mudado.

    Sr. Presidente, penso que ninguém quer conviver com contradição. Eu tenho quatro filhas. V. Exª também tem filhos, todos temos, os telespectadores têm filhos. Tudo o que a gente ensina aos filhos é ter retidão no que dizem, porque é difícil conviver com contradição. Contradição, normalmente, vem na embalagem da mentira.

    Vejam só: o País assistiu quem chegou ao poder falando contra a corrupção, contra os corruptos. O Partido do Senador Lindbergh fazia disso o discurso de sua vida, falando da pauta dos trabalhadores, falando em taxar as grandes fortunas, acusando, metendo o dedo no rosto, cuspindo para cima o tempo inteiro, de homens que ficaram ricos na vida pública e que, ao chegar ao poder, revelaram-se absolutamente piores do que todos esses que eles apontavam.

    A sociedade brasileira não aguenta conviver com essa contradição! Nós estamos diante da contradição do processo político-eleitoral de que tanto já falamos aqui. Se houvesse um Procon onde pudéssemos recorrer das mentiras contadas... Aliás, a Presidente Dilma não teve um marqueteiro, ela teve um Mandrake, um ilusionista. O grande drama do processo eleitoral são os ilusionistas. Tudo o que ela pregou, quatro meses depois, revelou-se uma mentira! Quatro meses depois, era absolutamente o inverso. Aquilo que ela tentou colar na cara do Aécio, na verdade, era a revelação dos quatro meses seguintes.

    A sociedade brasileira não é tola! Vejam só a contradição: a reedição da CPMF, que na verdade nunca cumpriu o seu papel. Por que ser reeditada agora? E eles dizem abertamente que ela precisa ser reeditada para tapar o furo, o rombo do País. O povo não consegue conviver com tanta contradição! As pedaladas fiscais, vejam que contradição! O TCU foi criminalizado quando declarou que havia pedalada fiscal. O que ocorreu? O advogado da União foi lá tentar explicar, fizeram documentos, deram prazos. "Não houve pedalada, nós não erramos, não houve crime" - fizeram defesa oral no plenário do TCU.

    O TCU falou: "Não, fez pedalada sim." E canetou e rejeitou as contas. No momento seguinte, o TCU já estava criminalizado. E, no momento seguinte, o Presidente Lula, que está acima do bem e do mal, em uma reunião, de microfone na mão, disse: "Ela fez pedalada mesmo, ela fez pedalada mesmo." E aí, era um discurso alinhado.

    Inclusive, eu ouvi o Senador Lindbergh dizer isso também. Mas foi para não tirar comida da mesa dos pobres. Fez pedalada para poder garantir Minha Casa, Minha Vida. Ô mamãe, me acuda! Só tem besta neste País, só tem idiota.

    Ao votar os vetos da Presidente Dilma... A Presidente Dilma dirige um carro desgovernado. Ela não tem carteira, está dirigindo alcoolizada, em uma estrada que ela não sabe para onde vai e tratando de fazer acordo com a Polícia Rodoviária, que é para continuar dirigindo sem destino, sem carteira e alcoolizada.

    A sociedade brasileira não consegue conviver com isso. Ao votar os vetos dela, eles aqui faziam discurso, nesta Casa e na outra, de que os servidores do Judiciário são elite. É uma elite que quer quebrar o País. Elite!

    Senador Telmário, quer dizer que o filho de um pobre que estuda, faz uma faculdade com dificuldade; depois, faz um concurso público, passa nesse concurso público e passa a ter uma boa remuneração, ele vira elite. Porque eu não sei onde é que está a elite desses servidores do Judiciário. São filhos de pobre que estudaram, fizeram concurso.

    Eles deixaram de votar esse veto do Aerus, de pessoas que já morreram e que estão morrendo. A sociedade brasileira não quer conviver com essa contradição. Agora, você quer ver contradição maior? Então, quer dizer que um servidor do Judiciário é elite, não é? Ei, cadê Tasso Jereissati? Cadê Blairo Maggi? Queria vê-los.

    Blairo Maggi é um grande empresário. Ei, Blairo Maggi, você não é empresário não. Acho que você tem vergonha de dizer que é empresário. O Tasso Jereissati, um rico de nascença, dos olhos azuis. Grandes empresas, estão aí há 50, 60 anos no mercado remando. Eles deviam ter vergonha de dizer que são empresários. Empresários são os dois filhos de Lula. Eita, esses dois meninos são traquinas, esses são traquinas.

    Com quatro anos, esses meninos juntaram o que um pobre deste aqui, que está há 60 anos com uma vida de empresário, tem! Será que o povo brasileiro é cego? O povo brasileiro não quer conviver... Sabe quem é elite? Elite são os dois filhos de Lula, que são milionários! Pra cima de mim, doutor?! Pra cima de mim?!

    É por isso que, se essa pesquisa vai para a rua e tem o seu nome, Telmário, se nessa pesquisa tem seu nome, Valadares, se nessa pesquisa tem o meu nome, se nessa pesquisa tem o nome da Senadora Lúcia Vânia, de qualquer Senador aqui ou de um vereador de qualquer rincão deste País, a nossa rejeição também será alta, porque o povo tomou nojo da classe política. Sabe por quê? Tomou nojo, por causa dos maus, daqueles que assaltam, daqueles que aparelharam, daqueles que desmoralizaram e nos expuseram ao escárnio público neste País e no mundo inteiro.

    Ora, esses dois garotos, filhos do Lula, sei que um, antes de o pai ser Presidente, era funcionário do zoológico de São Paulo, e o outro só tem quatro anos que é dono de uma empresa que promove jogo de futebol americano. Aliás, temos que concordar com ele, futebol americano tem muita torcida no Brasil, tem muito apelo, o povo adora futebol americano, os campos vivem cheios. Ei, mamãe me acode! O que é que há? O povo brasileiro não é idiota.

    Essa rejeição, o que é que Marina tem haver com essa rejeição? Marina governa este País? Marina é gestora? O que Marina tem a ver com isso? Nada! Mas o povo tomou abuso. O senhor não é nordestino, mas não sei se no seu Estado fala-se isso. Mãe falava: eu tomei foi abuso de fulana. O povo tomou abuso da classe política, porque os maus que governam este País conseguiram levar todos para a vala comum. Todos para a vala comum! Se o seu nome estivesse na pesquisa, sua rejeição seria alta, a minha seria alta, a de qualquer um aqui, qualquer homem da vida pública, Deputado Estadual, vereador, um ilustre empresário bem-sucedido, se o nome dele for, terá uma grande rejeição, porque a sociedade brasileira não quer conviver nem com contradição nem com mentira, nem daqueles que dão pedalada até para falar com o povo, porque o que ela fez no processo eleitoral foi uma pedalada. Mas esperar o quê? Isso nem foi pedalada, foi uma "mandiocada". Se não quiser ser "mandiocada", foi uma "roraimada".

    Aliás, V. Exª é de Roraima. O senhor é "roraimeiro"? A sua esposa é "roraimada"? Porque ela falou que Roraima é a capital mais distante de Brasília e que ela se sentia uma "roraimada".

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Mamãe, me acuda! Sabe por que a rejeição? É isso! Ninguém quer conviver com isso.

    Então, quer dizer que esses dois rapazes são midas, onde colocam o dedo vira ouro.

    Ô, me acuda! Me acuda! Quer dizer, eu quero que esse Blairo Maggi venha para a tribuna. Eu estou convocando para dizer: "Eu estou com vergonha de ser empresário." Ei, Blairo, e seus filhos? Eu quero saber a empresa, se seu filho ficou rico tão ligeiro assim em quatro anos.

    Tasso Jereissati, olhos azuis, ricão, nasceu rico. Derrubado sou eu, o Valadares. O resto é tudo... E você também, Telmário, você é derrubado. Estou falando dos ricos. Não é, Valadares? E esses dois meninos, como dizia Mão Santa, são traquinas. Ei, dois meninos traquinas, que fazem traquinagem!

    Sr. Presidente, então a explicação para essa pesquisa é esta: esse povo fez que fez, fez que fez...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - ... com esse populismo barato, com esse pacote penitenciário, pacote disso, pacote daquilo, pacote daquilo, tudo eleitoreiro, e jogou a Nação no buraco. E agora querem a CPMF para tapar o buraco.

    A CPMF antes era para a saúde. Agora eles estão assumindo mesmo que é para tapar o buraco. Ora, não contem comigo. Xô, CPMF! Xô, CPMF! Em nome de uma nação que quer respeito e que se comporta dessa forma, quando entrevistada, o mínimo que nós temos que fazer é derrubar esses vetos dela e essa... Eu não vou nem falar, mas essa volta da CPMF, por uma questão de consciência e respeito a nós mesmos e a nossos filhos... E dar uma lição nessa gente que nos colocou nesse esgoto onde nós estamos.

 

    


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2015 - Página 102