Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da utilização da fosfoetanolamina sintética para a cura do câncer.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Defesa da utilização da fosfoetanolamina sintética para a cura do câncer.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2015 - Página 125
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • DEFESA, REGULAMENTAÇÃO, APROVAÇÃO, UTILIZAÇÃO, SUBSTANCIA, RESULTADO, PESQUISA, ORIGEM, BRASIL, TRATAMENTO MEDICO, CANCER, ENFASE, DEPOIMENTO, ASSUNTO, FUNCIONAMENTO, PACIENTE, DOENÇA GRAVE, CRITICA, DECLARAÇÃO, OPOSIÇÃO, MEDICO, LOCAL, CIDADE, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF).

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado.

    Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero aqui, mais uma vez, agradecer o carinho especial que a população do meu Estado de Rondônia sempre teve por mim e pela minha família. Fica aqui o meu abraço a todos os irmãos e a todas as irmãs que sempre têm ido à igreja, ou mesmo em casa, orar pelas autoridades. Especialmente agora, nesse momento, Sr. Presidente, Senador Douglas, em que vimos, em nível nacional, debatendo e buscando ao mesmo tempo uma oportunidade ou um sopro de vida.

    O que me leva, na verdade, a utilizar esta tribuna hoje de novo é o que temos visto, assistido e ouvido, especialmente de pessoas humildes e simples, que sentem na pele o que é, na verdade, ter alguém dentro da família com câncer.

    Muito me entristece, quando se passa em um canal de televisão, como ocorreu no último sábado pela manhã, mais uma vez, uma matéria tendenciosa, simplesmente achando que, com isso, conseguirá aumentar a sua audiência.

    Mas, ao mesmo tempo também, quero aqui, nossa Presidente, Srs. Senadores, deixar meus parabéns para a TV Record, que, no Domingo Espetacular, levou uma matéria em que foram entrevistados não só médicos mas também pacientes.

    Essa senhora, com certeza, é mãe e, além de ser mãe, com certeza, é avó. Ela é do meu Estado de Rondônia. A D. Gladys saiu de Porto Velho, pegou um ônibus, viajou por três dias, enfrentando buraco, enfrentando trânsito. Ela se deslocou do meu Estado de Rondônia, de Porto Velho, até a cidade de São Carlos, em São Paulo, em busca de remédio para alguém de sua família. Essa senhora, D. Gladys, leva meu abraço e meu carinho especial, pela luta de quem tem dentro da família alguém que está querendo um sopro de vida a mais ou uma oportunidade para viver entre seus familiares e seus amigos. D. Gladys, sem dinheiro - ela pegou dinheiro emprestado -, deslocou-se de Porto Velho, na semana passada, para buscar, em São Carlos, no Estado de São Paulo, a oportunidade de dar uma sobrevida para alguém de sua família que estava ou que ainda está acamado com câncer.

    Entristece-me muito especialmente quando vejo um profissional da saúde... Vou fazer uma denúncia da tribuna desta Casa, além das denúncias que virão no dia 29, próxima quinta-feira, às 9 horas, horário de Brasília - em Rondônia, serão 7 horas da manhã. Vamos fazer uma audiência pública com pesquisadores e com o Mistério da Saúde. Falei com o Ministro hoje e o convidei para que ele estivesse presente. Falei com o Secretário de Ciência e Tecnologia, com o Presidente da Anvisa, com pessoas que também utilizaram o medicamento, com médicos oncologistas que também estão vindo aqui para debater o assunto e, ao mesmo tempo, a solução que o Governo Federal, o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados podem dar para essas pessoas que querem uma oportunidade de vida a mais.

    O que pode ser feito? Ou as leis estão acima de nós? Sei que temos de respeitar as leis, mas, quando a vida de alguém está em jogo, com certeza o que vale é a vida.

    Por isso, em nome dessa senhora, em nome de D. Gladys, com seu exemplo de humildade, de dedicação e de amor por sua família - ela saiu de Porto Velho, de ônibus, em busca deste medicamento, da fosfoetanolamina, na cidade de São Carlos, em São Paulo -, em nome dessa senhora é que estou aqui, nesta tribuna. Estou aqui não só como Senador, mas como um Senador representando 81 Senadores do Brasil, não só os de Rondônia, para que esse medicamento também sirva como alternativa, como os demais que já temos no mercado.

    O que não podemos aceitar é profissionais da área da saúde... No final, vou dar o nome desse cidadão. É um grande oncologista em nível nacional que se diz o paladino da moralidade. Ou, de repente, esse médico pensa que é Deus? Deus é único. Ele, sim, cura; Ele, sim, faz milagres.

    Vim aqui para desfazer... Não é uma declaração, mas é o depoimento de pessoas que utilizaram a fosfoetanolamina, que deu resultado. Ele diz que o medicamento não dá certo. Esse mesmo profissional, em 2011, foi a um evento de Oncologia aqui, em Brasília, junto com dois cidadãos brasilienses, e foi perguntado sobre a fosfoetanolamina. Esse médico - vou deixar para dar seu nome no final -, que se diz o paladino da cura do câncer no Brasil e que só escreve - e escreve muito -, naquele momento, disse para esses dois cidadãos que a fosfoetanolamina era positiva e que os resultados eram excelentes. Aí foi provocado por esses dois, um profissional de saúde e outro não: "Então, por que o senhor não o coloca em prática? Por que o senhor não aproveita essa pesquisa e concretiza o complemento dela?" Ele falou, com a maior cara de pau: "Eu não estou aqui para fazer caridade. Meu problema aqui, minha situação aqui é money!"

    Então, vocês que estão com câncer olhem o que um profissional da saúde disse para outro profissional e para outro cidadão!

    Ele disse que não está aqui para fazer caridade. O medicamento da fosfoetanolamina custa R$,010, enquanto uma quimioterapia custa de R$30 mil a R$90 mil. Ele está aqui por money! A ele interessa o dinheiro. Se há dinheiro no jogo, vai! Portanto, o dinheiro se sobrepõe às nossas vidas. Será que, amanhã, esse mesmo cidadão ou seus familiares, pelo grande pecado que está cometendo, de repente, não podem vir, na verdade, a precisar desse medicamento? Ou, por acaso, ele é intocável? Muito me entristece um profissional da área da saúde, um paladino de todas as áreas, utilizar essas palavras.

    Mas aqui quero dar o depoimento de várias áreas, de vários setores. Vou dar um exemplo e quero parabenizar a Defensoria Pública da União, pois a Defensoria Pública da União teve coragem e ajuizou uma ação em prol de pacientes que precisam da fosfoetanolamina sintética. Parabéns à Defensoria Pública da União, que teve coragem e determinação e entrou com essa ação para que várias e várias, milhares e milhares de pessoas pudessem ter essa oportunidade!

    "Mas já há outras substâncias." Ótimo! Por que não tentar mais uma? Por que proibi-la?

    Ao mesmo tempo, quero aqui citar nomes, depoimentos. Há milhares e milhares de e-mails de pessoas apoiando isso, dando depoimento e pedindo ajuda.

    Quero mandar meu abraço à Adriana, de Cuiabá, em Mato Grosso, que está aí também lutando.

    Também quero aproveitar e mandar meu abraço ao médico veterinário Presidente do Núcleo Médico Veterinário do Planalto Catarinense, Orli Córdova de Souza. Eles também são solidários e estão juntos.

    Olhem aqui: eles vêm de todos os Estados. Vem de Salvador, da Bahia, o de Adson Celestino da Silva, que tem mandado mensagens de fé, que tem mandado testemunhos, como tantos outros.

    De Goiás, vem o de Cristiano Sá Freire, para o qual também quero deixar meu abraço.

    Não dá tempo de ler todos eles, mas separei alguns e-mails que vou ler no final.

    Quero mandar meu abraço para Maringá, no Paraná, para Carlos Eduardo Gasieri Cella.

    Também há outros testemunhos de várias áreas, de vários Estados, de vários Municípios.

    Mando meu abraço ao maior Estado da Federação brasileira, São Paulo. Para José Luiz Neves Morales Sanchez, também mandamos nosso abraço.

    Ao mesmo tempo, mando um abraço para quem está junto com a gente, o ex-Prefeito do Município de Agudos, que é Secretário de Obras e ex-Prefeito daquela cidade, José Carlos Octaviani.

    Também quero aqui mandar meu abraço para Timbó, Santa Catarina, para Klávia Josiane Pret Giovanella. Está aqui o depoimento dela. Ela o mandou por escrito. Ele é longo.

    Ressalto a esperança que esses pacientes e esses familiares têm quanto à fosfoetanolamina.

     Quero mandar meu abraço também para Foz do Iguaçu, para Gerson Luiz Savariani, que também está aqui trabalhando, para que Deus nos abençoe e para que prevaleça a liberação da fosfoetalonamina.

    Também quero mandar meu abraço para Sorriso, no Mato Grosso, cidade do meu Estado e do Senador Blairo Maggi, esse grande lutador, guerreiro, empreendedor. Mando um abraço ao advogado e jornalista Leandro Damiani, de Sorriso, Mato Grosso.

    Mando também nosso abraço para Agudos do Sul, no Paraná, na zona rural, ao Gabriel Lader.

    São depoimentos de pessoas. Olhem! São tantos, são milhares!

    Mando também nosso abraço para o Rogério Ferreira Pinto: "Sou de Mato Grosso, de Tangará da Serra."

    Estão aqui as provas! Isto aqui é o testemunho de tudo que está acontecendo.

    Quero mandar meu abraço para Ponta Grossa, no Paraná, para Adenilson Pauletti Pires, que também está aqui junto, e para Franca, São Paulo, para Silvana Aparecida Guedes Pereira.

    Mando também meu abraço para Helio Nolasco: "Minha esposa tem cisto no seio, e, infelizmente, há a suspeita. Creio em Deus que é só uma tempestade. Mas, se for aprovado, com certeza, vai salvar muitas vidas. Que Deus o ilumine nessa luta. Grato, Helio."

    Também se manifesta o Sr. Magno, de Minas Gerais. É só alegria tê-lo aqui junto com a gente.

    Vêm esses depoimentos, e estamos juntos nessa caminhada.

    Além desses depoimentos, quero ler alguns depoimentos da tribuna do Senado, Srª Presidente, porque isso é importante demais.

    Um deles diz: "Sr. Senador, boa noite! Fiquei maravilhado com sua atuação no Senado, quando fez apelo para uso do remédio feito pela USP, em São Carlos. Sou advogado e tenho uma ação que está ajuizada na Vara da Fazenda. Como muitos, também estou à espera e torço para que tudo dê certo na reunião do dia 29." É o que diz Osmar Ramponi Leitão.

    "Tenho 76 anos e tenho esperança de também conseguir."

    Está aqui um depoimento de Paulo Cezar Affonso Ferreira, do Espírito Santo, Vila Velha. Olhem o que ele escreve. É um absurdo! "Só pode haver interesse escondido para que um médico venha a público lançar no lixo a esperança de milhares de pessoas." Ele é até primo do também muito combativo e já falecido do Senador Dirceu Cardoso, do Espírito Santo.

    Há um depoimento do Amazonas:

Sou amazonense, moro em Manaus, mas quero aqui deixar meu apoio. Sei que pode não valer muito, mas digo que, quando V. Exª vai à tribuna para tratar de assuntos que vão fazer bem para o povo, principalmente os que estão sofrendo na pele e na alma, isso faz com que acenda uma luz no fim do túnel do mau-caratismo, da bandidagem, da corrupção deste País. Luciano Soprano.

    Também aqui se diz:

Sou pesquisador do Amazonas. Temos isolado duas substâncias extraídas de uma planta da Amazônia [é um pesquisador], substâncias chamadas Lupeol e Ácido Betulínico, que podem mudar o tratamento de leucemia e de câncer, entre outros. Essa planta da Amazônia além de ser fonte de cura para o câncer, conforme pesquisa feita no Japão e na Inglaterra, também pode ser produzido um poderoso inseticida natural no combate à dengue a preço simbólico e muito baixo.

Imagino o seu descontentamento quando podemos fabricar um produto barato e amenizar o sofrimento de tantos que padecem de câncer e com a dengue no Brasil.

O mais importante é que nós da Amazônia temos os meios para curar o câncer e tantos males. Porém, paramos nos trâmites legais do sistema do controle do Brasil - Anvisa, patentes, burocracia pura -, um País que tem tudo e vai gastar milhões importando remédios que são verdadeiros venenos do exterior.

Estou à disposição para colaborar com o nosso Brasil no desenvolvimento de remédios baratos extraídos da nossa Floresta Amazônica.

Grande abraço. Engenheiro Antonio Tinoco, de Manaus.

    Mando o nosso abraço!

    Há aqui outro depoimento, de José Elias Brito Fonseca.

Tenho 56 anos de idade e não me lembro, ao longo da minha vida, ter presenciado um gesto tão nobre, ainda mais tendo sido praticado por um político. Hoje eu estava assistindo à TV Senado e tive o prazer de assistir ao discurso proferido por V. Exª contra o poder dos laboratórios, da Anvisa, e a favor do povo brasileiro menos afortunado e que sofre com o câncer. Infelizmente, tive uma irmã que faleceu, em consequência desta doença, e sei como esses doentes sofrem, e o que é pior, a maioria até se entrega, diante da ausência de remédios e a falta de expectativa para a cura. Com essa crise que estamos vivenciando, esta corrupção quase que generalizada que infelizmente estamos passando, é de se exaltar, para que sirva de exemplo, este gesto determinado, corajoso e, acima de tudo, de relevante interesse humanitário. Hoje posso dizer, do fundo do meu coração, que, apesar de tudo que vivenciei, das mentiras, conchavos e falcatruas que a maioria dos políticos praticam, eu ainda acredito, pois graças a Deus existem pessoas como V.Exª, e que me dão o maior orgulho de ser brasileiro!

    José Elias Brito de Fonseca, eu quero dividir isso, Sr. José, com o senhor, com os seus familiares e com toda a população brasileira; ao mesmo tempo, com meus pares, meus colegas, que aqui, dentro desta casa, por mais que os políticos hoje sejam vistos como desonestos, Senador Douglas, como muitos são vistos, como preguiçosos, vagabundos, há muitos políticos honestos, há muitos políticos sérios, que querem o melhor para este País.

    Quero aqui também mandar meu abraço para o nosso Estado de Rondônia, especialmente para o Dr. Paulo Elifas, de Cacoal, para a Drª Fernanda Nathalia, médica de Cacoal.

Parabéns pelo pronunciamento sobre o tratamento de câncer. Inúmeras pessoas estão usando e não vejo nenhuma equipe usando dessas pessoas para um estudo clínico com acompanhamento médico e resultados de exames.

    Portanto, Presidente, não é só uma pessoa. Não é só o Senador Ivo Cassol. São profissionais da área de saúde mandando e-mail e comentando a importância que tem esse medicamento, junto conosco, junto à sociedade.

    A Jane Rosa:

Na primeira foto, eu já tinha o câncer [ela fez os exames], mas os médicos diziam que era um cisto benigno; a segunda, um ano e cinco meses depois, é do último da quimioterapia, meu corpo já não suportava mais tanta agressão. [Para não ler todo aqui]

Temos o direito de escolher como nos curar!!! [Olha o que a nossa cidadã diz aqui, a Jane Rosa, paciente com câncer em estado terminal: "Temos o direito de escolher como nos curar"].

    Liberem a fosfoetanolamina! Esse o depoimento de pessoas com câncer.

    Temos aqui também o depoimento de Álvaro Quaresma, de Curitiba, Paraná: "Que o meu e o seu Deus possam iluminar as suas mentes, de forma a apoiar ainda mais essa causa que se apresenta como algo realmente maior do que podemos imaginar."

    São tantos e tantos depoimentos, Sr. Presidente, mas, infelizmente, fico triste quando vejo um profissional da área da saúde fazer o que muitos estão fazendo. Nós sabemos que há muita mídia comprada. Alguém pode até dizer que isso não dá resultado, mas que pelo menos dê oportunidade, pelo menos dê a chance de se fazer a contraprova, a chance de se fazer a prova dos nove.

    É como eu disse hoje para uma autoridade, em depoimento. Ele falou: "Simplesmente são fatos narrados." Eu falei: "Não, eu não tenho fatos narrados por pacientes. Eu tenho depoimentos de pacientes, depoimentos que vêm a público, com filmagens."

    Está aí um exemplo: no domingo à noite, na TV Record, quem assistiu viu que ela foi imparcial, diferente de um outro canal de televisão que teve que tirar a matéria do seu site, porque toda a mídia, todo mundo caiu de pauleira em cima! Isso porque, infelizmente, não estava, na verdade, dando oportunidade de nós, nesta Casa, fazermos algo para facilitar ainda mais.

    O que me entristece mais ainda é ver pessoas darem depoimentos, como o que foi dado, domingo à noite, na TV Record, em que um pai dizia que seu filho, de oito anos de idade, estava paraplégico. Seu filho não movimentava nem o pé nem a mão, mas, após tomar a fosfo, começou a movimentar o braço, começou a movimentar a mão.

    Há também aquela senhora da cidade de São Carlos, que vivia na cadeira de rodas e que foi beneficiada com liminar. Tomou o remédio e foi à audiência pública, na Câmara Municipal daquela cidade, e disse: "Eu andava na cadeira de rodas. Se o remédio cura, eu não sei, mas só sei que, depois de tomar o medicamento, a fosfoetanolamina, eu estou aqui, eu subi os degraus da câmara caminhando."

    Além do depoimento daquele menino, além do depoimento daquela senhora, hoje nós estamos no Outubro Rosa. É o outubro da prevenção do câncer de mama.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - E a própria senhora, noiva, prestes a se casar - peço mais cinco minutos, Sr. Presidente -, preparando-se para o casamento, descobriu o câncer de mama. Fez a cirurgia, e os médicos a orientaram a fazer quimioterapia.

    Isso não é depoimento meu, não! Quem assistiu ao programa na TV Record entra no site da TV que está lá essa entrevista, está lá esse depoimento, está lá essa prova. Não sou eu que estou inventando, doutores da oncologia, que dizem que não há resultado positivo. Está lá o resultado!

    Ela não fez, Dr. Douglas, a quimioterapia. Ela optou, há dois anos, sabe pelo quê? Por usar a fosfo. Usou a fosfo e se curou. Aí veio o médico dizer na entrevista: "Não, foi o resultado da cirurgia." Pode até ter sido, mas, infelizmente, nos outros canais de televisão, ele falou o contrário.

    Esse professor, esse médico, oncologista, que todo mundo chama de bambambã da oncologia, o Dr. Antonio Carlos Buzaid, o senhor gosta é de dinheiro! O senhor gosta é de money!

    Estou fazendo a denúncia aqui, na tribuna do Senado. Eu sou um Senador, dos 81 do Brasil. O senhor, Dr. Antonio Carlos Buzaid, é conhecido pelos livros que o senhor escreve; o senhor é conhecido pelas conferências que o senhor faz sobre oncologia, mas, infelizmente, o senhor está a serviço dos laboratórios. Infelizmente, o senhor está a serviço do que dá dinheiro. Estou falando isso e provo, porque, se o senhor fosse imparcial, não teria feito a besteira que fez. O senhor falou que procurou os pesquisadores. Procurou mesmo, mas queria 50% da patente. O senhor se recorda disso? O senhor se recorda, Dr. Buzaid? O senhor queria 50% da patente. E o que eles falaram para o senhor, Dr. Buzaid? Que eles querem dar para o SUS, querem dar de graça.

    Dr. Douglas, nosso Senador Presidente, os pesquisadores querem dar para o SUS, querem dar para o Governo Federal. Já foram convidados para levar a patente embora do Brasil. Eles só querem um centro de pesquisa. E o Dr. Buzaid falou que não. Desse jeito, ele não queria. Ele queria que desse a metade.

    Aqui, em Brasília, em 2011, Dr. Antonio Carlos Buzaid, o senhor esteve em uma palestra de oncologia. Havia um médico ao seu lado e um rapaz, um jovem de trinta e poucos anos, que falou para o senhor da fosfo. E o senhor respondeu para ele: "Já tenho conhecimento de que o resultado da fosfo é positivo." O senhor se recorda disso, Dr. Buzaid?

    O senhor, em 2011, estava aqui em Brasília. O senhor falou que já havia resultado positivo. E esse moço falou para o senhor: "Por que o senhor não abraça essa causa?" Sabe o que o senhor respondeu para esse jovem? Sabe o que o senhor respondeu para esse jovem? O senhor está se lembrando o que o senhor falou, Dr. Antonio Carlos Buzaid? O senhor está lembrado do que o senhor falou para esse jovem? Não está. Então, eu vou fazer uma retrospectiva para o senhor. O senhor disse que não estava aqui para fazer caridade! Veja, Senador Presidente, o que esse médico falou!

    É um médico renomado, conhecido, escreve livro. É o maior escritor de livro! Mas o papel aceita tanta porcaria, fazer o quê! A gente escreve qualquer coisa. Escreve o que tenho de haver, escrevo o que não pago. Tudo bem que muita coisa serve. Ótimo, o senhor fez um bom trabalho! Ótimo! Mas eu quero lembrar ao senhor que o senhor cometeu um equívoco. O senhor está colocando o dinheiro acima da sua família. O senhor, doutor, está colocando o dinheiro acima não só da família, mas da vida das pessoas.

    Quando o senhor for por aquele caminho que as pessoas que estão condenadas pelo câncer vão, como eu também um dia vou, nós não vamos levar o dinheiro junto, não! Esse dinheiro fica, e os seus herdeiros é que vão ficar brigando por isso.

    O senhor, Dr. Buzaid, falou para aquele jovem, para aquele médico, que o senhor não estava aqui para fazer caridade, que o seu negócio era money, money, money, o seu negócio era dinheiro!

    Então, você, que está com câncer, em uma expectativa de ser liberado sem medicamento, e ouve, e assiste ao profissional da área da saúde, igual a esse nome, renomado, conhecido nacionalmente e internacionalmente, observe o que ele falou! Falou que só havia 20 pessoas que usaram medicamento. O senhor já mentiu! Para, Dr. Buzaid, o senhor está mentindo! Há milhares e milhares de pessoas. Eu não sou médico, não sou oncologista, mas há milhares e milhares de depoimentos.

    Esse medicamento não está sendo usado agora, não. Tenho depoimento de colegas seus de que esse medicamento dá certo. E não só um. Eu tenho vários médicos, vários oncologistas.

    Eles me falaram, Sr. Presidente, que eles não estão passando para mim a veracidade dos fatos por causa de dinheiro, porque, se fosse por causa de dinheiro, eles ficariam quietos e deixariam nesse sistema, no sistema de saúde brasileiro.

    A criança que tem câncer, é no São Judas Tadeu; e o adulto, é em MD Anderson.

    Houve alguém que falou ainda mais, que esse sistema é igual você ter uma franquia do McDonald's: ou você segue as regras internacionais, ou você fica descredenciado desse sistema corrupto e desonesto internacional, para ganhar dinheiro em cima de pessoas. Quem não garante que o vírus da Aids foi plantado por algum laboratório? Quem não garante isso? Quem não garante que tantos males que temos na humanidade foram plantados por alguém?

    Eu só não concordo, e não admito como Senador, não admito como pai, não admito como avô, não admito como ex-Governador e Prefeito que fui, como Senador, um meio de comunicação ao Presidente só ouvir um lado. Não posso concordar. Pode até ouvir alguém que tenha interesse financeiro, que goste de dinheiro, como esse do qual acabei de falar, que não está aqui para fazer caridade, que o negócio é money.

    Como acabei de dizer agora, há também aqueles que são sensatos, que têm pé no chão, são profissionais, mas, acima de tudo, são seres humanos. Ser humano que sabe que o dinheiro ajuda no conforto, mas o câncer, gente, o câncer leva desde uma família humilde, de uma pessoa humilde como leva uma pessoa de classe média, como leva um ricaço, como leva um fazendeiro, como leva um vereador, como leva um Senador, Sr. Presidente, como também leva um juiz, como leva um promotor, um procurador; o câncer também vai para um ministro.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - Eu comentava isso com o Ministro da Saúde hoje - se V. Exª me permitir mais cinco minutos, eu agradeço. E falei: "Ministro, marque um gol de placa. Aproveite esse momento, a situação que o Brasil está passando de falta de credibilidade, falta de estrutura. O senhor, que está começando agora, faça igual ao Serra no passado!" Os senhores estão lembrados da época do Serra, dos medicamentos genéricos? Os laboratórios não queriam. Teve que colocar goela abaixo.

    Convidei o Ministro para que também estivesse presente na audiência pública, juntamente com sua equipe, Dr. Adriano, Secretário de Ciência, Tecnologia do Ministério da Saúde. Ele me garantiu que vai trazer não uma solução, mas vai buscar um caminho, que seja o menor possível, para tirarmos essa dúvida que alguns colocam no meio do caminho.

    Mas aqui quero deixar bem claro que o próprio Instituto Nacional do Câncer, do Governo Federal, que, se não me engano, se chama Inca, no Rio de Janeiro...

    Vou fazer uma solicitação, no dia 29, junto com o Ministério da Saúde. Que instituição vai pegar para fazer? A equipe de pesquisadores tem que participar. E esta Casa tem de dar o aval, para que depois alguém que tenha interesse, no meio do caminho, não venha dizer que foi dado um comprimido feito de pó de farinha ou de pó de arroz. É esse o trabalho que se tem que fazer.

    Quando conversamos, eu perguntei ao Ministro: "Ministro, se o senhor estivesse com câncer e soubesse que estava marcado para morrer, o senhor faria o quê? Se tivesse a oportunidade de um sopro de vida e lhe oferecessem, o senhor pegaria?". Ele respondeu: "Eu pegaria, eu tomaria". Eu até perguntei: "Se dessem ácido sulfúrico em gotas?". E ele me disse: "Eu tomaria".

    Senador Douglas, meu colega, qualquer paciente nesse estado vê aí uma oportunidade, uma chance de curar essa doença que leva as pessoas ao sofrimento.

    Olha, gente, só quem tem alguém em casa com câncer conhece o sofrimento do paciente e sabe que, nos últimos dias, nem morfina resolve. A fosfoetanolamina diminui as dores e tem dado, pelo menos a pacientes com câncer terminal, dignidade para que morram em paz, porque, com sofrimento e com dor, infelizmente, os familiares começam a orar, a pedir a Deus que os leve para que não sofram mais. É assim que está acontecendo no dia a dia.

    Então, para encerrar o meu discurso, quero conclamar toda a sociedade, todos os meios de comunicação, não interessa de que partido, de que raça, de que religião, para, no dia 29, às 9 horas da manhã, na sala 3 do Senado Federal, para participarem de uma audiência pública. Vamos ouvir pesquisadores, o Ministério da Saúde e a Anvisa, teremos a presença, Sr. Presidente, de pacientes que utilizaram a fosfoetanolamina e que obtiveram resultado. Teremos aqui médicos que os acompanharam e que vão relatar resultados de progressão nesse caminho, que resultado obtiveram.

    Você que está pelo Brasil afora, de norte a sul, de leste a oeste, essa batalha não é só minha, essa batalha é de todo mundo que tem vergonha na cara, essa batalha é do ser humano que preza a sua família, essa batalha, nosso Presidente, é de quem tem amor ao próximo, é de quem se ama de verdade...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - ... e não daquele que coloca o dinheiro acima de tudo, porque o dinheiro, infelizmente, não vai junto para o caixão.

    A única diferença que pode haver é um caixão melhor do que o outro, mas, infelizmente, qualquer riqueza que qualquer ser humano tem fica. Mas a esperança de cada um é a de continuar entre nós.

    Eu perdi uma tia, irmã do meu pai, nova, que começou com câncer de mama. Eu estava com um amigo, na semana passada - V. Exª me permite mais dois minutos, Sr. Presidente? -, de um Estado da nossa Federação, ele é Deputado Federal, e sua esposa teve câncer de mama. Ela fez quimioterapia. Eu fiz a seguinte pergunta ao Dr. Drauzio Varella - convidei-o para vir à Comissão, ele não teve coragem de vir, disse que tinha compromisso -: "O que é pior: quimioterapia ou a fosfoetanolamina?". Fiz essa pergunta, e ele não teve coragem de vir aqui.

    Muito bem, a esposa do meu amigo estava com câncer de mama. Com a quimioterapia, curou o câncer de mama, mas ficou com sequelas porque, infelizmente, toda quimioterapia acaba com a imunidade do corpo.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - Contraiu outro tipo de câncer, uma leucemia, e precisa fazer transplante de medula óssea. E agora está em busca de medula compatível.

    Você que está me assistindo, que faz parte desse grupo, vá a um banco de sangue, doe sangue para fazer o exame de medula óssea, porque o efeito colateral da quimioterapia leva a isso. Quem está precisando de transplante de medula óssea a maioria é de pessoas que passaram por quimioterapia, Sr. Presidente. Então, por gentileza. Eu faço esta campanha. Não importa quem vai ser o beneficiado, o que importa é que você, de repente, pode ser doador e pode ajudar essas famílias.

    Sr. Presidente, fica aqui o meu abraço, a minha gratidão a cada um dos brasileiros, a cada uma das brasileiras.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - Em primeiro lugar, acreditem em Deus e tenham fé. O homem precisa ter fé, pois com fé movemos montanhas.

    Eu só comprei essa briga, Sr. Presidente, porque eu me inteirei de tudo. Eu só comprei essa briga porque fui a fundo. Eu só comprei essa briga não porque peguei declaração, como disse um certo cidadão hoje, que eu peguei declaração. Não peguei declaração, não. Eu peguei o testemunho de pessoas que já utilizaram esse medicamento. É diferente.

    Agora, o que o Governo pode fazer? A exemplo disso, a nossa Presidente Dilma, no começo de sua carreira política, todo mundo acompanhou, teve a infelicidade de ter um câncer. Acabou tomando um medicamento, se não me engano, a Mabthera, para tratamento de linfoma. Só foi liberado após a nossa Presidente tê-lo usado. Fico feliz com isso.

    Presidente Dilma, estou aqui, neste momento, pedindo para a senhora abraçar esta causa. A senhora já passou por isso, a senhora hoje está curada, teve um medicamento que veio do exterior e que não estava sendo aprovado aqui no Brasil. Mas a senhora teve a oportunidade de utilizar esse medicamento. E a Anvisa rapidamente o aprovou. Portanto, Senhora Presidente Dilma, quando se fala do Bolsa Família, a senhora está ajudando só as pessoas de baixa renda, mas quando se fala de legalizar, de diminuir distância e, ao mesmo tempo, acabar a pesquisa da fosfoetanolamina, terminar essa pesquisa, falamos de todas as classes sociais, do mais rico ao mais pobre, do mais poderoso ao menor, da Presidente do Brasil ao Senador, do Senador ao vereador, do juiz ao ministro.

    Ninguém está acima de Deus e ninguém pode afirmar que para esse caminho não vai, que é o caminho de futuramente deixarmos isto que fazemos aqui na Terra, porque nascemos, crescemos e também vamos.

    Ao mesmo tempo, como pessoa, como cidadão, quero aqui, mais uma vez, parabenizar o Judiciário, a Justiça do Estado de São Paulo, o desembargador do Estado de São Paulo, que revisou sua liminar, o Ministro Edson Fachin.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - Por mais que ele esteja sendo criticado por algum órgão da imprensa ou por algum dono de laboratório, algum profissional da saúde, é porque esse profissional da saúde não tem ninguém na família com câncer. Alguém pode dizer: "Ah, mas o Ministro não podia, de maneira nenhuma, liberar, quem pode é o laboratório". Mas se o laboratório quisesse, já teria feito. A Justiça está aí para isso. A Justiça está aí para dar direito a quem, na verdade, quer ter um pouquinho mais de sobrevida para viver junto com a sociedade.

    Ministro Edson Fachin, o senhor foi um homem iluminado, o senhor e seus pares, que pensam dessa maneira e que sabem que, por mais que tenhamos as leis, mas quando a vida de alguém está em jogo, com certeza, a vida prevalece acima de tudo.

    Sr. Presidente, agradeço o carinho especial. Quero aqui pedir a todos os brasileiros, a todas as brasileiras que continuem, na igreja, em suas casas, onde estiverem, quando se ajoelharem, peçam a Deus para que possamos juntos iluminar a mente das nossas autoridades, do Congresso, do Ministério da Saúde, desses profissionais, em todos os lugares.

    Em relação a esse medicamento, não há interesse financeiro. Sabe quanto custa esse medicamento, doutor? Dez centavos a cápsula. É o custo desse medicamento. É por isso que não há interesse, porque não dá lucro. Portanto, com essa integração, com essa união e, com certeza, com o poder da oração, nós vamos conseguir ter sucesso nas nossas ações.

    Mais uma vez, agradeço o carinho especial. E sempre tenho dito: saúde e paz, do resto nós corremos atrás.

    Obrigado pela participação e, ao mesmo tempo, por nos acompanhar até este momento, aqui em Brasília, às 9 horas da noite.

    Um abraço. Obrigado. Que Deus abençoe a todos!

 

DOCUMENTOS ENCAMINHADOS PELO SR. SENADOR IVO CASSOL EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

- Anexos.

 

    


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2015 - Página 125