Discurso durante a 203ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referência à palestra do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, realizada hoje em Brasília, na qual foram abordados aspectos relativos à economia e à política brasileiras; e outro assunto.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Referência à palestra do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, realizada hoje em Brasília, na qual foram abordados aspectos relativos à economia e à política brasileiras; e outro assunto.
ECONOMIA:
Aparteantes
Cristovam Buarque.
Publicação
Publicação no DSF de 13/11/2015 - Página 82
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, RELAÇÃO, CHICO ALENCAR, DEPUTADO FEDERAL, REFERENCIA, VITIMA, ATUAÇÃO, CONGRESSISTA, MOTIVO, POSIÇÃO, OPOSIÇÃO, EDUARDO CUNHA, PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CONFERENCIA, AUTORIA, BILL CLINTON, EX PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), LOCAL, BRASILIA (DF), ASSUNTO, MELHORIA, SITUAÇÃO, BRASIL, ENFASE, ECONOMIA NACIONAL, INCLUSÃO SOCIAL, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE.

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito bem.

    Senadora, querida (Fora do microfone.), colega Vanessa, em mais uma manhã-tarde sem almoço, eu venho à tribuna do Senado, Senador Alvaro.

    Eu queria, antes de começar o meu pronunciamento, dizer que eu tive a honra e a satisfação, convidado pela CNI, de assistir à palestra do Presidente Bill Clinton, hoje, de manhã, aqui em Brasília. Fiquei impressionado. E quero fazer um comentário sobre a repercussão dessa palestra e as minhas impressões sobre ela.

    Antes, porém, eu queria aqui, como havia conversado com o Senador Cristovam, fazer um gesto de solidariedade em favor do Deputado Chico Alencar, que está sofrendo uma ação que, não tenho dúvida, é orquestrada por apoiadores do Sr. Eduardo Cunha, tentando desqualificar um Parlamentar que é uma referência positiva, do ponto de vista ético, do ativismo, dos compromissos com as causas sociais, como o colega Chico Alencar.

    Acho que devemos ter manifestações, vou fazer uma postagem também e faço um apelo à classe artística do Rio de Janeiro, aos formadores de opinião e aos companheiros que trabalham na imprensa: nós não podemos deixar o Deputado Chico Alencar virar um refém do grupo - e vou chamar de grupo, para não usar outros adjetivos - que, a qualquer custo, quer fazer a defesa do Sr. Eduardo Cunha.

    Eu, hoje, pela manhã, atendi a um convite dos companheiros empresários do Acre, dirigentes da indústria no Acre. Ontem eles tiveram uma reunião - da qual eu e o Senador Petecão participamos -, e convidaram-me, visto que tenho uma boa relação com a CNI, presidida pelo amigo Robson Andrade, e eu tive o privilégio de assistir à palestra do ex-Presidente Bill Clinton.

    Que bom que o Senador Cristovam está aqui chegando.

    Senador Cristovam, V. Exª, que tenta fugir do "efeito manada" - eu chamo de efeito manada quando todo mundo está indo para um lado -, aqui no Brasil tem falado sempre que há duas manadas: uma ligada mais a nós, do PT, que apoiamos o Governo; e a outra, que é a da oposição, do PSDB... É um "Fla-Flu", como V. Exª chama.

    Hoje eu ouvi uma voz diferente sobre o Brasil. E não era uma pessoa qualquer que estava falando - a gente tem que ter alguma reverência. Era o ex-Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, Presidente por oito anos, uma pessoa que estuda os problemas que o mundo enfrenta. Lidou com um dos cargos mais importantes do mundo - com os seus acertos, com os seus erros -, fez nome, fez história, e, salvo engano, é a décima primeira vez que ele vem ao Brasil. Não é uma pessoa qualquer; ele conhece o Brasil, conhece os problemas brasileiros, estuda os problemas brasileiros e mostrou um conhecimento da realidade que nós estamos enfrentando agora.

    O que mais me impressionou... Eu fiz aqui uma memória, durante a fala dele. Fui fazendo a memória do que ele falava, Srª Presidente, Senadora Vanessa. Mas eu fiquei contente - e aqui queria cumprimentar - porque peguei Valor Econômico, peguei o jornal O Globo, peguei O Estado de São Paulo, Folha de S.Paulo, G1, e vi que nem preciso usar a minha memória, porque eles fizeram matérias reproduzindo com muita correção, com muita precisão, eu diria, o sentido da fala do Presidente Clinton. Ele falou para uma plateia de milhares de empresários brasileiros que estavam no Enai (Encontro Nacional da Indústria).

    Ontem, salvo engano, houve um debate com Parlamentares - e eu não quero fazer nenhuma crítica a Deputados e Senadores -, e a repercussão que eu ouvi, à noite, foi que tinha sido mais um enfrentamento político, um botando a culpa no outro, o outro cobrando a posição do outro sobre impeachment, enfim. E eles estavam atônitos, dizendo: "Mas o que vai acontecer, Senador Jorge?"

    Anteontem, nós ouvimos o Ministro da Fazenda, Levy. Eu tenho procurado ser o mais sincero para podermos estabelecer algum diálogo, Senador Cristovam. Eu queria que o Ministro Levy tivesse ouvido a palestra do Presidente Clinton; eu queria que a Presidenta Dilma tivesse ouvido a palestra do Presidente Clinton, porque é uma pessoa que conhece o País, conhece o mundo e sabe como são essas crises. É uma voz de fora, um olhar de fora, que conhece o que nós estamos vivendo dentro do nosso País. Mas eu queria que também se sentasse lá a oposição; eu queria que se sentassem lá os articulistas da imprensa; eu queria que se sentassem lá os donos dos jornais, os que mandam na linha editorial das televisões. Eu queria que eles se sentassem lá para ouvir uma voz dissonante sobre o nosso País; a voz da precaução, do apontar os erros e também dos elogios. Eu queria, sinceramente, que aqueles que estão com uma opinião preconcebida e que têm a mesma posição o tempo inteiro, durante esse ano de 2015, pudessem estar ali. Eu queria ver os analistas políticos ouvindo o Bill Clinton falar sobre o Brasil; eu queria que os articulistas que escrevem todos os dias, há anos, nos jornais, com um pessimismo de dar dó sobre o nosso País, tivessem ouvido o Presidente Clinton; eu queria que os dirigentes partidários tivessem ouvido o Presidente Bill Clinton.

    E o que ele falou? E aqui há algumas frases que a imprensa... Como seria bom que, quando o Presidente Lula falasse, quando o Presidente Fernando Henrique falasse, a imprensa desse o tratamento que deu ao Presidente Bill Clinton! Eu estava lá. É muito preciso o tratamento que é dado. Mas já vi falas e entrevistas do Presidente Fernando Henrique, do Presidente Lula, e aí se busca aquela história de "onde é que o cachorro foi mordido por alguma pessoa", e não o contrário. A história do que é notícia, o que é notícia ruim.

    Então, vejam só. Ele fala: "É natural que eventos negativos dominem as manchetes, mas o futuro é forjado pelas perspectivas de longo prazo". Ele tentou o tempo inteiro, dizendo que o Brasil é um País bom, tem um povo bom; que não podemos pensar o Brasil hoje. Temos que pensar o Brasil hoje, mas temos que pensar o Brasil um pouco mais à frente.

    Conclamou a classe empresarial, industrial brasileira a "refletir sobre as notáveis mudanças" que o nosso País viveu nos últimos anos. Citou Fernando Henrique Cardoso, com o Bolsa Escola, e falou que o Lula fez muito mais: ampliou com o Bolsa Família. Falou das mudanças dos indicadores do Brasil com naturalidade, com confiança, e pedia que nós refletíssemos sobre as notáveis melhorias que o Brasil teve; na área social, com inclusão social; na democracia. Usou termos assim e mencionou o "sucesso dramático" do Brasil...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... em diversificar a economia, em conter a devastação da floresta.

    E essas são teses reais: o Brasil cresceu economicamente, fez inclusão social e reduziu os danos ao meio ambiente. Essa foi uma conquista da década passada.

    Falou que o Brasil foi muito bem ao enfrentar a crise de 2008 e, depois, cometeu erros ao longo do caminho, o que estamos vivendo agora.

    A China tem enfrentado desafios para substituir o comércio exterior pela demanda interna como motor de crescimento.

    A Rússia foi atingida pela queda do preço do petróleo, disse Bill Clinton, pelas sanções econômicas, e as reformas liberalizantes propostas pelo governo da Índia não conseguem avançar no Parlamento. Tudo isso teve impacto no Brasil, porque parte significativa do PIB está relacionada às exportações das commodities.

    Então, Bill Clinton traduziu, Senador Cristovam, do meu ponto de vista, até com mais clareza... Eu saí melhor da palestra do Bill Clinton do que, com todo respeito, da palestra do Ministro Levy - e olha que sou uma pessoa que valoriza muito o trabalho do Ministro Levy, eu não faço coro com aqueles que querem se intrometer no Governo; a Presidenta Dilma fez uma opção pelo Ministro Levy, e temos que, enquanto ele for Ministro, dar-lhe apoio, e eu tenho feito isso aqui.

    Mas ele fala assim: "Eu falo como amigo, um amigo que adverte: apesar das dificuldades...". Olhem o que é que disse o Bill Clinton antes de ouvirmos V. Exª: "Falo como amigo do Brasil, um amigo que adverte: apesar das dificuldades, há poucos lugares para se ser tão otimista como no Brasil". Foi bom ter ouvido isso.

    Ele falou mais - eu vou falar daqui a pouco sobre isso antes de concluir - mas eu ouço o colega Cristovam.

    Antes, porém, quero dizer que ouvi uma entrevista da Senadora Marina, Senador Cristovam, da ex-Ministra Marina. Nós fizemos uma palestra juntos segunda-feira na Universidade Federal do Acre para tratar da mudança do clima e também da integração regional Bolívia, Acre e Peru. A Marina foi brilhante. Ela deu uma entrevista para o Roberto D´ávila e, nessa entrevista, ela, que está tentando ser uma voz dissonante desse efeito manada também... A Marina tem procurado ser, inclusive em relação ao impeachment da Presidenta Dilma... E ela tem pagado por isso, porque ela diz: "Não se troca de governo só porque ele está mal avaliado, não se troca de governo só porque alguém se reúne para fazê-lo". E ela estava estimulando: "Será que não era hora de Lula e Fernando Henrique conversarem?"

    Eu estava ouvindo o Presidente Bill Clinton, um nível tão elevado... E ela usou um argumento interessante. O Lula fez alianças com Eduardo Cunha, com o PMDB, com não sei quem; Fernando Henrique também fez alianças com setores completamente descolados do que o PSDB prega. Por que não se pode, em nome de um país, em nome de uma política de um nível mais elevado... Ou nós vamos ficar reféns da política do Eduardo Cunha, que agora veio por terra?

    Ou nós vamos sair dessa hipocrisia em que estamos metidos e fazer algo com as nossas diferenças em um nível mais elevado ou, então, o País vai seguir sangrando e, sangrando na política, danifica de morte a economia.

    Eu ouço o Senador Cristovam para poder encerrar meu pronunciamento.

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Senador, eu até preferiria aparteá-lo no encerramento, para ver todos os subsídios que o senhor trouxe do Presidente Clinton, mas, de qualquer maneira, já dá para...

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu já passei, eram poucos.

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Eu quero dizer o seguinte. As pessoas que entram em meu gabinete ficam surpresas, porque eu tenho diversos exemplares da autobiografia do Presidente Clinton. As pessoas perguntam por que há tantas cópias de um mesmo livro. É porque cada exemplar, Senador, é em um idioma diferente - idiomas que eu nem sei ler -, mas eu os trouxe porque foi ele que divulgou pelo mundo - além do Banco Mundial e das Nações Unidas - a palavra "Bolsa Escola", de que eu tenho orgulho pessoal... 

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Ele fez referência hoje... E eu sei da história de vida, do governo daqui e de V. Exª, relacionada a essa temática da Bolsa Escola.

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Essa palavra fui eu que criei em 1994, na campanha, para significar um programa...

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - É verdade.

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - ...que eu já havia criado antes, chamado Renda Mínima, vinculado à educação.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Então, eu tenho admiração por ele, porque foi um presidente que fez muito e que conseguiu déficit zero - o único dos Estados Unidos na história recente. Já assisti a palestras dele, e reconheço que ele merece toda atenção. O senhor trazer isso aqui é muito bom, eu vou querer ler esse discurso com cuidado. Mas eu quero tocar em dois pontos. O primeiro: ele falou das perspectivas de longo prazo, e eu estou totalmente de acordo com ele quando diz que o Brasil tem tudo para ser um grande País. Só que as perspectivas de longo prazo dependem de nós, dos líderes de hoje. Provavelmente, o Presidente Bill Clinton está percebendo que nós não estamos fazendo o dever de casa para realizar aquilo que ele vê como um destino brasileiro - e é um destino. Mas o destino nacional não se realiza automaticamente - até a mágica precisa de um mágico para tirar o coelhinho da cartola. Então, isso que ele falou - que eu acho ótimo que o senhor traga - força-nos a uma reflexão: o que a gente está deixando de fazer para que uma perspectiva positiva como essa, que vem de um líder de fora, deixe de ser realizada? Segundo, sobre as lideranças empresariais: eu acho ótimo que ele mostre o passado, para que os líderes empresariais percebam que este País evoluiu muito nos últimos 20 anos. Mas, para o futuro - volto à perspectiva - nossos empresários precisam descobrir que, se eles não forem capazes - e na próxima semana o senhor e eu vamos estar juntos na aprovação de um projeto de lei que toca nisso - de perceber a importância do conhecimento, da ciência, da tecnologia e, portanto, da educação, eles não vão dar a contribuição de que o Brasil precisa. Então, relativamente ao discurso, eu digo o seguinte. Primeiro, acredito no que ele coloca, não acho que seja apenas gentileza de um visitante - visitante não diz que a casa está desarrumada, visitante...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Visitante não critica a casa onde ele está, mas eu acho que ele não fez isso só por gentileza. De fato, o Brasil tem um futuro. Mas agora me refiro a duas coisas que o senhor falou: do ponto de vista da perspectiva de futuro, o nosso papel; e, do ponto de vista dos empresários, o papel deles, como agentes de inovação - algo que eles não estão sendo, até aqui, no Brasil. Então, vamos pegar o discurso do Clinton e espalhá-lo por aí com uma pergunta: o que a gente pode fazer para que essa perspectiva que ele traz se transforme em realidade e não fique apenas como um alerta, uma sugestão, a expressão da admiração de um visitante externo?

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Muito bem, Senador Cristovam, eu agradeço o aparte de V. Exª.

    Achei interessante o público que estava lá.

    Vamos fazer uma reflexão. Precisamos levar em conta que foram gerados mais de 20 milhões de empregos nos últimos doze anos - agora estamos vivendo uma fase ruim, até com desemprego -; que tivemos um controle da economia com crescimento econômico nos últimos 20 anos; que o PIB do Brasil saiu de U$500 bilhões para U$2,3 trilhões - é pouco, sim, o do Japão é o dobro com metade da população, um pouco mais da metade da população - os empresários lucraram muito; muita gente que não tinha nada passou a ter muita coisa, quem tinha muita coisa passou a ter muito mais. E foi bom aqueles empresários... Há uma grita geral neste País, porque as pessoas só sabem fazer a política do ganha-ganha; a política de alguma contenção, parece que ninguém está preparado para fazer. Aí, tem que vir alguém de fora para nos dar esse alerta.

    Ele falou também, Senador Cristovam, dessa ação de alguns usando religiões, questões religiosas, para ter poder e acumular dinheiro no mundo, nós estamos enfrentando isso - falou do Estado Islâmico. E o Brasil, pelo menos até aqui, ainda está livre de uma série dessas doenças.

    E ele fez um alerta: "O Brasil é um País que tem muitas vantagens comparativas..." - em relação aos países do BRICS inclusive. 

    Ele disse: "Quando vocês acordarem e lerem algo ruim..." Falou das manchetes do mundo árabe, falou que lá as manchetes são muito piores.

    Ele reclamava:

Quando vocês acordarem e lerem algo ruim, pensem nas coisas boas, nas forças positivas e lembrem que seu país não está imune contra as forças negativas, mas tem mecanismos fortes. [É um país forte, que tem um povo trabalhador.] Tenho certeza de que, daqui a cinco anos, vocês vão se perguntar por que estavam se preocupando tanto [...] [nesses tempos]."

    Eu concluo usando uma frase dele: "Eu preferiria estar na posição do Brasil a estar na de muitos outros países." Essa é uma frase do ex-Presidente Bill Clinton, que deve, sim, ser fonte de inspiração.

    Será que o caminho para este País é o quanto pior, melhor? Será que o caminho para este País, a resposta que temos que dar à população, é só o da crítica, do defeito, do nada funciona, o de que tudo está errado? Será que não estamos perdendo tempo demais com isso?

    Não fizemos o dever de casa, não mexemos no sistema político, temos 30 partidos. É quase impossível ser governo neste País sem abrir mão dos compromissos assumidos durante o período que antecede as eleições.

    Será que um Congresso como o nosso tem que ficar discutindo pautas-bombas...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... como fizemos em 2015, pautas em que esperamos pôr fim no dia 17 de novembro, com a sessão do Congresso? Será que a nossa sina é discutir agora a pauta conservadora do Estatuto do Armamento, que o Sr. Eduardo Cunha nos impõe, que a Bancada conservadora nos impõe? É tirar os direitos das mulheres? É trazer questões que nos levam para o século XIX? Nós estamos no século XXI!

    O Brasil é um país do futuro, mas nós temos que trabalhar no presente para melhorar a vida dos brasileiros, para tornar este País digno do seu futuro. E nós não vamos tornar o nosso Brasil digno do seu futuro se não agirmos agora, no presente, mas sempre com a cabeça, com o pensamento no médio e longo prazo, como ainda há pouco falava o Senador Cristovam e como nos lembrou hoje o Presidente...

(Interrupção do som.)

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... Bill Clinton. (Fora do microfone.)

    A Senadora Vanessa vai ser a próxima oradora. Vamos fazer a Ordem a Dia. Os colegas que falarão como Líderes vão poder usar a palavra por 20 minutos, porque não haverá Ordem do Dia.

    Para mim, foi muito importante vir aqui. Faço um apelo aos articulistas, às pessoas da oposição.

    Estou mandando uma carta para cada Senador, reproduzindo o que eu ouvi do ex-Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, hoje pela manhã, aqui em Brasília. Talvez ele nos tenha deixado bons temas para reflexão, se tivermos, realmente, compromisso com o povo brasileiro e com o nosso País.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/11/2015 - Página 82