Discurso durante a 200ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Otimismo com a possibilidade de melhora da economia do País devido ao desempenho da balança comercial em setembro; e outro assunto.

Autor
Telmário Mota (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Otimismo com a possibilidade de melhora da economia do País devido ao desempenho da balança comercial em setembro; e outro assunto.
SENADO:
Publicação
Publicação no DSF de 11/11/2015 - Página 113
Assuntos
Outros > ECONOMIA
Outros > SENADO
Indexação
  • DECLARAÇÃO, CONFIANÇA, MELHORIA, SITUAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, COMENTARIO, REDUÇÃO, CRESCIMENTO, ECONOMIA, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, INFLUENCIA, AMBITO INTERNACIONAL.
  • DEFESA, LIBERAÇÃO, VISITA, PESSOAS, SENADO.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Senadora Ana Amélia, do Rio Grande do Sul, que agora preside esta Casa e nos honra, pediria ao Senador Jorge que ficasse um pouco, porque o Senador Jorge é o Vice-Presidente desta Casa. Senador Jorge, há um protesto que está acontecendo aqui, no Senado, e eu acho que já faz quase uns dois meses que as pessoas vêm visitar o Senado brasileiro e não estão tendo acesso, está fechado. Isso está prejudicando.

    Existe um destaque aqui:

O programa de visitação do Congresso Nacional foi condecorado pela segunda vez no ano pelo TripAdvisor, um dos maiores portais de viagens do mundo. Desta vez, recebeu o selo "Muito Bem", em reconhecimento ao número de manifestações positivas registradas no site de turismo. Dos 2.642 comentários, 2.338 consideraram o serviço “excelente” ou “muito bom”. Em maio deste ano, o serviço já havia sido condecorado [...] com o certificado de excelência. A visitação é uma parceria entre o Senado Federal e a Câmara dos Deputados.

    Eu queria fazer um apelo a V. Exª para que conversasse com o Senador o Renan, para a Mesa reunir-se, e não proibir. Eu acho que a manifestação é justa, nós entendemos. Agora, não se pode impedir que as pessoas tenham acesso a esta Casa, que, inclusive, é um dos serviços que têm excelência e têm qualidade.

    Queria fazer esse registro e esse apelo à Mesa Diretora, na pessoa de V. Exª.

    Obrigado.

    Srª Presidenta, Srs. Senadores, senhores telespectadores e telespectadoras da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, os meios de comunicação têm noticiado exaustivamente as dificuldades que o povo brasileiro vem sofrendo em função da crise econômica, assim como o impacto dessa crise no mercado de trabalho, nos negócios, na queda dos investimentos.

    Eles cumprem a sua missão de bem informar a sociedade, mas, diante desse bombardeio diário de notícias ruins, muitos cidadãos são induzidos a uma onda de pessimismo, são levados a acreditar que a crise econômica é, na expressão popular, o fim do mundo.

    O Brasil já viveu numerosas crises financeiras, muitas delas até mais graves do que a que ora afeta o nosso País. O ideal seria evitar sempre a recessão econômica, manter o emprego em alta e a economia em crescimento sustentável.

    Como esse bem-estar e esse desenvolvimento permanentes não são possíveis, resta-nos adotar os remédios adequados para reduzir os danos provocados pela crise, além de outras medidas que possibilitem novamente alavancar a economia.

    Digo isso, Srª Presidente, porque muitas pessoas acreditam que a crise vai se prolongar indefinidamente, e esse pessimismo não é saudável para elas e nem para o Brasil. Pessoalmente, acredito que o Brasil vai superar essa crise e, ainda mais, vai sair dela fortalecido. Aliás, não sou eu apenas quem pensa assim, essa é também a visão de muitos empresários, economistas e homens públicos.

    Em meio a tantas notícias negativas, vejo também alguns indícios de uma reação da economia brasileira, que tem também os seus trunfos.

    Em setembro, a balança comercial brasileira obteve o melhor desempenho para esse mesmo período desde 2011. As exportações somaram US$2,944 bilhões, o melhor resultado para o mês de setembro desde 2011, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento.

    No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as exportações superaram as importações em US$10,246 bilhões, o melhor resultado para esse período desde 2012.

    Além do poder de reação de vários segmentos do setor produtivo, é preciso levar em conta, ainda, outros fatores favoráveis, como o montante das nossas reservas cambiais. Sem reservas, o País tem dificuldades para financiar as exportações e para evitar os ataques especulativos. Hoje, nossas reservas ultrapassam US$370 bilhões, o que nos dá uma boa folga para combater a especulação.

    A atual crise econômica, Senadora Ana Amélia, não está afetando somente o Brasil, como muitos brasileiros talvez imaginem.

    Seja pela retração da economia da China, que até há alguns anos vinha crescendo em ritmo muito forte e impulsionando o mercado mundial, seja pela queda nos preços das matérias-primas das quais o Brasil é um dos grandes fornecedores, ou por outros motivos, como um possível endividamento em grande escala no período da bonança, o fato é que a crise está afetando países como a Rússia, a Indonésia, o Canadá e a Itália.

    Entrevistado pela Agência Estado recentemente, Alexandre Bertoldi, sócio-gestor de um escritório de advocacia especializado em negócios, mostrou uma visão otimista em relação à crise brasileira. Ele, que atua diretamente no mercado empresarial e financeiro, disse acreditar que as empresas vão se reestruturar, vão buscar novas soluções, e o Brasil, quando sair da crise, estará mais forte.

    Essa, Srª Presidente, é também a visão de muitos outros economistas, que destacam, entre outros fatores prováveis para o nosso soerguimento, o fato de termos um mercado interno bem mais fortalecido do que o de décadas atrás. Além disso, é bom lembrar que as taxas de inflação e desemprego, que cresceram mais do que o esperado nos últimos dois ou três anos, são muito menores do que as registradas em crises anteriores e são compatíveis com os Estados emergentes e os países emergentes, como o nosso.

    O momento pelo qual passamos exige medidas de ajuste na condução da economia. Algumas dessas medidas, como redução de benefícios sociais e adiamento de reajustes salariais, são impopulares, o que é compreensível. O que importa, Senador Alvaro Dias, é que o Governo tem tomado as providências necessárias para preservar o equilíbrio fiscal, o que permitirá recompor a capacidade de investimentos, além de recuperar a credibilidade dos investidores.

    Srªs e Srs. Senadores, a perda do grau de investimento não é a falência, mas uma situação administrável que pode ser revertida, e será, com a adoção de medidas públicas mais realistas, com o aumento de eficiência e competitividade. Nossas instituições, independentemente da crise financeira, têm funcionado normalmente, o que é uma prova da consolidação da nossa democracia. Por todos esses motivos, acredito que não vamos demorar a sair da crise e, mais ainda, que sairemos dela fortalecidos e preparados para um novo ciclo de crescimento e de desenvolvimento sustentável.

    Naturalmente, é preciso que a classe política se organize, tenha compromisso e responsabilidade com o nosso País. Não podemos votar essas pautas-bombas. Não podem os dirigentes da Câmara Federal estar aí enfraquecidos e querendo se fortalecer, votando matérias que, naturalmente, neste momento, afetam a economia, o crescimento, o desenvolvimento, a geração de renda e emprego do nosso povo.

    Era o que eu tinha a falar, Srª Presidenta.

    Muito obrigado.

    A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) - Senador Telmário Mota, de fato a economia está sendo levada por um motor muito importante, que é, talvez, o maior patrimônio brasileiro da produção: a agropecuária.

    Tive a oportunidade de estar em Rondônia, na Região Norte do País, em uma audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, solicitada pelo Senador Acir Gurgacz, e foi muito produtiva, mostrando que aquela região está se desenvolvendo não só na pecuária, mas também na piscicultura, vendendo peixes tanto para a Região Norte quanto para todo o Brasil.

    Então, eu, como Presidente da Comissão de Agricultura, fico animada porque os números são melhores no setor agropecuário. No setor industrial e de serviços, a situação não é tão confortável quanto essa.

    Portanto, eu queria cumprimentá-lo pela manifestação, Senador.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Eu agradeço a V. Exª e, naturalmente, não tenho nenhuma dúvida. V. Exª chegou a um Estado que está, a cada dia, realmente crescendo mais, porque, em Rondônia, Tocantins e Amapá, bons administradores passaram por lá; Roraima deu azar, a corrupção chegou lá.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/11/2015 - Página 113