Discurso durante a 206ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância da realização de sessão temática para debater a seca que atinge a Região Nordeste.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE:
  • Considerações sobre a importância da realização de sessão temática para debater a seca que atinge a Região Nordeste.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2015 - Página 219
Assunto
Outros > CALAMIDADE
Indexação
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, APROVAÇÃO, PROPOSTA, REALIZAÇÃO, SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, SENADO, OBJETIVO, DEBATE, ASSUNTO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SECA, LOCAL, REGIÃO NORDESTE, COMENTARIO, NECESSIDADE, DEFINIÇÃO, PROVIDENCIA, COMBATE, FALTA, AGUA.

    O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco Oposição/DEM - RN. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de manifestar, primeiro de tudo, o meu agrado pela aprovação da ideia da sessão temática da próxima quarta-feira, para discutirmos uma questão que está doendo e vai doer muito mais - tenho a impressão de que vai doer muito mais -, que é a falta d'água.

    O que estamos vivendo é uma sequência de anos de estiagem. Não é um ano de estiagem estanque; são anos seguidos.

    Dei um exemplo... Nesta tribuna, já falei várias e várias vezes, sobre exemplos tópicos, como o de Currais Novos, que estava com uma adutora em construção. Alertei para a necessidade de se apressar a construção: não se apressou, não houve dinheiro, a água do Gargalheiras secou, a cidade está sem um pingo d'água e está sendo abastecida com a água que vem da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em carreta. Vem de 200 km de distância, vem em carreta, para distribuição de água fracionada: um pedaço para esse bairro, outro pedaço para aquele outro bairro, por racionamento.

    Tenho em meu Estado vários casos como esse. E não é privilégio do Rio Grande do Norte; na Bahia deve estar assim, em Alagoas deve estar assim, no Ceará está assim.

    E o pior é que se prenuncia, para o próximo ano, uma nova seca. Aí eu não sei o que vai acontecer. Eu não sei porque o que estava com o nível de água baixo vai secar e se vai buscar água de onde? Do Rio São Francisco?

    A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que é a maior do meu Estado, está com o nível já bastante baixo. A barragem de Santa Cruz, idem. E, de resto, o que é que vai sobrar? Mais nada. É o caso do Rio Grande do Norte? Nada! É o caso do Ceará, é o caso do Piauí, é o caso de Alagoas, é o caso do Nordeste inteiro.

    Agora, essa sessão temática tem que ter consequência. Ela não pode ser uma sessão para que aqui sejam prestados depoimentos e sejam feitas reivindicações. É preciso que se enxergue o problema como ele é.

    O Senador Garibaldi, em muito boa hora, anunciou que no dia 27 - e eu estarei lá - vai fazer em Natal um seminário com a presença de governadores, de autoridades para expor a chaga da falta d'água no meu Estado, que é uma coisa semelhante ao restante do Nordeste.

    O que nós temos que ter em mente é que está em curso um mutirão para mostrar ao País a tragédia que está por vir, que é a falta d'água decorrente de anos seguidos de seca.

    Então, eu quero chamar a atenção do Plenário para essa sessão temática, que vai ter o condão de mostrar ao Brasil uma crise que é seriíssima, porque ninguém vive sem água - sem energia alguém até vive; sem água não vive.

    É preciso que a sessão aconteça com consequências práticas e que, diante da pobreza nacional, destinem-se os recursos para que algo que não pode faltar, que é água, seja visto com antecedência de seis meses a um ano para que providências sejam efetivamente tomadas e a sessão não seja um gesto demagógico. Não pode ser um gesto demagógico. Longe de nós imaginar isso, e não o será!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2015 - Página 219