Explicação pessoal durante a 210ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Explicação pessoal referente ao pronunciamento do Senador Lindbergh Farias.

Autor
Aécio Neves (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Aécio Neves da Cunha
Casa
Senado Federal
Tipo
Explicação pessoal
Resumo por assunto
SENADO:
  • Explicação pessoal referente ao pronunciamento do Senador Lindbergh Farias.
Aparteantes
Aloysio Nunes Ferreira.
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2015 - Página 43
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, REFERENCIA, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, LINDBERGH FARIAS, SENADOR, ASSUNTO, RESULTADO, ELEIÇÕES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, ENFASE, NECESSIDADE, MELHORAMENTO, RELAÇÃO, COMERCIO, BRASIL.

    O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Oposição/PSDB - MG. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é o caso de se perguntar - e tenho certeza de que aqueles que nos assistem neste instante devem fazer a mesma pergunta: em que mundo está vivendo o Senador Lindbergh?

    O que fizemos aqui é o óbvio: cumprimentar um presidente eleito, ressaltar declarações, a nosso ver, corretas, chamar a atenção para a constrangedora omissão do Brasil em questões regionais e simplesmente dizer que esperamos - e olhe que não houve nenhum ataque de nossa parte a quem quer que seja - que esse Governo possa aprofundar as nossas relações, em benefício dos dois países.

    O Senador Lindbergh começa falando em recontagem de votos. Não sei quem pediu recontagem de votos. O que me chama atenção é que qualquer busca de aprimoramento no nosso sistema eleitoral tem a repulsa, a objeção quase raivosa de alguns setores do PT explicitados por esse Senador. Estamos aprofundando, sim, as discussões sobre o nosso sistema e vamos aprimorá-lo, como o Congresso Nacional, por ampla maioria, resolveu fazer na última sessão que realizamos no plenário da Câmara, instituindo ali o voto impresso. Mas eu chamo a atenção para um fato, e quero reiterar aqui mais uma vez: o isolamento do Brasil tem sido pernicioso à nossa economia. Se nós temos hoje um saldo positivo na nossa balança comercial, ele vem com a pior das construções, que é exatamente a diminuição das nossas importações e o crescimento das nossas exportações muito aquém do que seria necessário, porque estamos em recessão no País.

    Nós perdemos oportunidades históricas, ao longo dos últimos anos, de consolidar um acordo com a União Europeia; outros o fizeram. O Acordo Transatlântico, que a União Europeia negocia com os Estados Unidos e com o Canadá, abrirá espaços e mercados para produtos, principalmente do agronegócio, produzidos no Brasil e que deveriam ser ocupados por nós. Virarmos as costas para a Aliança do Pacífico por uma questão meramente ideológica, isso, sim, faz mal à economia brasileira.

    E, ao final, fica, a meu ver, apenas uma dúvida nesse pronunciamento que acaba de fazer o ilustre Senador Lindbergh: nenhuma palavra, Senador Aloysio, em favor do governo Kirchner, que encerra seu mandato tendo levado a Argentina a mergulhar também numa enorme crise, com a inflação muitas vezes maior do que a nossa própria, isolada do mundo, o que fez, em grande parte talvez, com que o resultado não fosse aquele que comemoravam. E, desta vez, nenhuma palavra do Senador Lindbergh em relação a esse modelo de democracia que tantas vezes aqui ele enalteceu, representada pela Venezuela.

    O Sr. Aloysio Nunes Ferreira (Bloco Oposição/PSDB - SP) - Gosta da Venezuela.

    O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Oposição/PSDB - MG) - Sim, o presidente eleito da Argentina deu uma demonstração clara de que caminha para ocupar o espaço de liderança regional que o Brasil não vem ocupando. A sua palavra de alerta à Venezuela, para que respeite o resultado das eleições que lá ocorrerão no próximo dia 6, deveria ter sido feita pelo Brasil, e não foi. Mais uma vez, aqui prevaleceu o silêncio obsequioso do nosso governo, para constrangimento de todos nós.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2015 - Página 43