Discurso durante a 212ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Defesa de votação aberta na apreciação da decisão do STF, que determinou a prisão do Senador Delcídio do Amaral.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Defesa de votação aberta na apreciação da decisão do STF, que determinou a prisão do Senador Delcídio do Amaral.
Publicação
Publicação no DSF de 26/11/2015 - Página 225
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • DEFESA, VOTO ABERTO, VOTAÇÃO, PLENARIO, SENADO, APRECIAÇÃO, MANUTENÇÃO, PRISÃO, DELCIDIO DO AMARAL, SENADOR.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Sem revisão do orador.) - Presidente, muito obrigado.

    Eu tenho acompanhado essa discussão desde o início, com muita atenção, como a grande maioria dos colegas, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, como aqueles que estão em casa, por todo o Brasil, acompanhando esta sessão.

    Eu gostaria de dizer, Sr. Presidente, que é muito constrangedor, para o Senado Federal e para mim, como Senador, estar nesta sessão hoje. Eu não tenho nenhuma vocação para promotor, para juiz, para julgar as pessoas. Eu me sinto muito mal quando tenho que julgar uma pessoa. Por isso escolhi a profissão de agricultor, de empresário, porque a gente lida com poucas pessoas e lida com a coisa mais real.

    Mas entendo que o cidadão que está em casa, o eleitor que nos mandou aqui para o Senado Federal ou para a Câmara, para o Congresso, quer saber como eu, como os outros Senadores e como as Senadoras votarão neste processo. Acho que eles têm todo o direito de saber.

    Eu, como disse, tenho uma enorme dificuldade de dar o voto, mas entendo que o eleitor tem a necessidade de saber e nós temos a obrigação de mostrar qual é o voto que vamos dar aqui.

    Confesso que antes de ter acesso à leitura, quando acordei pela manhã, como disse o Senador Magno, fiquei perplexo com a notícia e pensei: puxa vida, hoje vai ser um dia, Senador Cristovam, difícil para nós no Senado, como tem sido até agora.

    Mas depois de ter acesso aos autos, de ter lido, de ter ouvido, não resta alternativa para nós aqui, devemos votar esta matéria. E mais, não sei como poderemos votar contra uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Sempre aprendi - e não sou jurista como eu disse - que decisão judicial deve ser cumprida.

    Infelizmente, pelas coisas que estão aqui escritas e que foram ditas, não restou nenhuma alternativa para qualquer um dos juízes da Corte Federal hoje a não ser tomar a decisão que tomaram. Caso contrário - porque foram citados pelo Senador Delcídio de que poderiam estar em uma negociação ou em um acordo -, se esses juízes não tomassem a decisão que tomaram, como estavam falando em bando ou organização criminosa, simplesmente poderiam também ser enquadrados, penso eu, como uma organização criminosa, se não tomassem nenhuma decisão em função daquilo que foi dito contra eles ou contra o Supremo Tribunal Federal.

    Então, lamento muito pelo nosso, eu já diria, ex-líder, porque já não é mais líder, mas a convivência aqui de cinco anos com o Senador Delcídio foi amorosa, harmoniosa, pois ele sempre preservou e tentou preservar suas amizades. Mas hoje aqui não estamos tratando de amizades, e, sim, do que está nos autos.

    Vamos torcer para que, no decorrer de toda essa situação, o Senador Delcídio possa sair com o menor prejuízo possível, porque o prejuízo já é muito grande para ele e para todos nós. Não é hora de votar, mas quero defender aqui o voto aberto, porque acho que o meu eleitor, o eleitor do Estado de Mato Grosso, do Brasil, merece saber qual é a posição do Blairo e a posição de cada um dos senhores aqui.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/11/2015 - Página 225