Discurso durante a 210ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicitação ao Governo Federal a liberação, por parte do Banco do Brasil, da segunda parcela da operação de crédito para o Governo da Bahia, para investimento em infraestrtutura no Estado.

Autor
Otto Alencar (PSD - Partido Social Democrático/BA)
Nome completo: Otto Roberto Mendonça de Alencar
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Solicitação ao Governo Federal a liberação, por parte do Banco do Brasil, da segunda parcela da operação de crédito para o Governo da Bahia, para investimento em infraestrtutura no Estado.
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2015 - Página 176
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, BANCO DO BRASIL, LIBERAÇÃO, PARCELA, OPERAÇÃO FINANCEIRA, BENEFICIARIO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DA BAHIA (BA), OBJETIVO, INVESTIMENTO, MELHORIA, INFRAESTRUTURA, REGIÃO, CRITICA, JOAQUIM LEVY, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), MOTIVO, INERCIA, IMPORTANCIA, MATERIA.

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA. Sem revisão do orador.) - Pois é, eu pedi ao Senador Eduardo Amorim que me desse uns minutos.

    Eu quero me associar ao discurso do Senador Walter Pinheiro, à veemência com que ele falou. E ele falou só coisas verdadeiras, que estão acontecendo e não têm uma explicação plausível para nós.

    Já foi provocado o Banco Brasil várias vezes sobre esse assunto, inclusive com a participação do Ministro-Chefe da Casa Civil, Jacques Wagner. Há pouco eu conversava com o Líder do Governo, Delcídio do Amaral, pedindo uma interferência, para que se resolvesse esse assunto.

    O Banco do Brasil, Sr. Presidente, está debochando do Governador da Bahia e do Governo da Bahia.

    O primeiro deboche aconteceu na questão dos depósitos judiciais. O Governador encaminhou à Assembleia a autorização para essa finalidade,...

(Soa a campainha.)

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) - ... o Presidente do Tribunal de Justiça, Eserval Rocha, encaminhou, foi aprovado, e, quando houve a decisão judicial de sacar os recursos dos depósitos judiciais, o Banco do Brasil autorizou a sacar sabe onde, Sr. Presidente? No Banco Pactual, no Banco Marka, que já está extinto, no Banco Votorantim, no BMG e até no Banco Econômico. A lista está lá, dos bancos, para sacar depósitos judiciais, quando o Banco do Brasil sabe que os depósitos judiciais estão no Banco do Brasil. Isso é um deboche com o Governo da Bahia.

    Agora, quem está fazendo deboche? O burocrata empedernido, nomeado do Banco do Brasil por favores, que não disputou eleição, que não sabe o valor de uma disputa eleitoral de um governador eleito no primeiro turno, como foi o Governador Rui Costa.

    Semana passada, eu liguei também para o Ministro Levy, que me atendeu, e eu expliquei a situação. Ele mostra na discussão - foi pelo telefone, não sei se ele estava viajando - uma insensibilidade que me choca, como Ministro da Fazenda, de eu dizer para ele: Ministro, o Estado está parado. Nós temos obras iniciadas quando eu fui Secretário de Infraestrutura, obras importantes, em várias regiões, de estradas, de pontes que pararam por falta de recursos, e nós não temos como pagar, essas obras vão ficar mais caras ainda, porque o Banco do Brasil não está passando os recursos.

    E ele parecia que estava analisando aquilo de uma forma tão fria, que me chamou a atenção. Aliás ele é uma pessoa assim mesmo. O tratamento que ele dá é o tratamento de um tesoureiro de banco. Não era com um Ministro da fazenda que eu estava conversando, porque tem que ter sensibilidade para ser ministro da fazenda e saber que o Brasil parou, as obras estão paradas.

    No meu Estado, pararam todas as obras. Hoje eu estive com o Governador Rui Costa, no nordeste do Estado, no Município de Euclides da Cunha, para inaugurar obras.

    E eu vi lá todas as obras que dependem desses recursos paralisadas pela insensibilidade do Banco do Brasil e por decisão do Ministro da Fazenda de dizer aqui: Estou sentado em cima do dinheiro e não sai dinheiro para o Brasil. O Brasil não anda; no entanto, anda banco com os lucros extorsivos que nós estamos vendo aí: do Bradesco - que é a origem dele -, do Banco Itaú, de todos os bancos. Vamos viver de quê? De aplicar dinheiro e ganhar dinheiro? E parar todas as obras no Brasil?

    O meu terreiro é a Bahia, e, se mexer com a Bahia, não há a menor condição de apoiar o Governo - haja o que houver, até porque não tenho absolutamente nada a perder do Governo. Tenho apoiado o Governo, mas nós não vamos aceitar isso. É um deboche com o meu Estado, com o Governador que nós elegemos no primeiro turno, e com nosso grupo todo, do qual participamos em 2014 e que deu uma votação - 2,9 milhões votos de frente - para eleger a Presidente Dilma. E não podemos ser tratados assim! Mesmo que não fosse pelos votos, mas, pelo menos, pelo respeito com um Senador ou com um governador.

    E eu digo aqui e repito: a insensibilidade do Ministro da Fazenda não é para ser ministro, é para ser um tesoureiro de qualquer outro banco, por não se sensibilizar com as obras paralisadas no meu Estado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2015 - Página 176