Pela ordem durante a 214ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do início da campanha mundial "16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher".

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Registro do início da campanha mundial "16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher".
Publicação
Publicação no DSF de 27/11/2015 - Página 327
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • REGISTRO, LANÇAMENTO, CAMPANHA, AMBITO INTERNACIONAL, OBJETO, COMBATE, VIOLENCIA, VITIMA, MULHER, COMENTARIO, FATO, HOMEM, AUTOR, HOMICIDIO, ESPOSA, LOCAL, MUNICIPIO, PARINTINS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM).

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Eu peço desculpas, mas tomei conhecimento de um fato que eu não poderia deixar de registrar aqui, no plenário.

    Ontem, Senadora, houve o início da campanha mundial 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher. A Senadora Simone, que preside a Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, organizou um belo evento aqui no Congresso Nacional, com Senadoras, Deputadas, lançando, inclusive, o blogue dessa comissão.

    E, hoje, de manhã cedo, Srª Presidente, nós fomos surpreendidos pela informação de que ontem, no Município de Parintins, a bela cidade do Estado do Amazonas, que tem a Ilha Tupinambarana, que dá ao Brasil uma das maiores e mais belas festas tradicionais, folclóricas, que é o boi-bumbá, um homem, depois de arrancar dois pedaços das duas orelhas de uma mulher, a matou a facadas. Srª Presidenta, aqui diz: "Após arrancar orelhas com os dentes, homem mata esposa a facadas". Ela é Ilcelene Marialva de Souza e tinha 37 anos, e ele, Jandeci de Souza, tinha 31 anos, portanto, mais jovem que ela. Ela, não aguentando mais ser espancada quase diariamente pelo marido, se separou, e ele, não suportando a separação, a esperou, de tocaia, ir até a casa para pegar suas coisas e fez isso com ela.

    Srª Presidente, a Senadora Simone ontem falava da necessidade de fazermos um giro pelo Brasil, de irmos a todos os Estados brasileiros. É muito importante que o Brasil nos veja e veja que o Parlamento está preocupado e que não aceita mais, de forma pacífica, esse tipo de tratamento às mulheres.

    Eu quero aqui encaminhar meu pesar à família, à cidade de Parintins, ao Estado do Amazonas, por esse episódio.

    Espero que esse cidadão, que já está preso, que foi preso em flagrante, não saia nunca da cadeia.

    Era o que tinha a dizer.

    Muito obrigada, Senadora.

    A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) - Senadora Vanessa, o caso relatado por V. Exª apenas engrossa as dramáticas e tristes estatísticas da violência contra a mulher em todo o Território brasileiro, de norte a sul, de leste a oeste. De fato, como em todos os casos, o homem imagina que a mulher é um objeto da sua propriedade, não é um ser humano como ele, merecedora de respeito e de uma atenção muito humanizada e civilizada. O desamor e o ciúme obsessivo têm levado a essas tragédias passionais, mas não se justifica, de nenhuma maneira, uma violência dessa ordem, com o sofrimento de uma mulher tão jovem. Então, a estatística é aumentada, e, se não reagirmos adequadamente, vamos apenas, a cada dia, anunciar mais mortes de mulheres assassinadas, violentadas ou massacradas por companheiros, por maridos, por namorados. Essa lamentavelmente é uma realidade a que temos de dar uma saída, o mais rápido possível, sob pena de figurarmos em rankings internacionais que desonrem o País, um País solidário, que tem de ter esperança.

    Obrigada, Senadora.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Fora do microfone.) - Obrigada, Senadora Ana Amélia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/11/2015 - Página 327