Discurso durante a 216ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Encaminhamento de voto de aplauso à Srª Ety Cristina Forte, primeira mulher paranaense a ser agraciada com o título francês de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra; e outro assunto.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Encaminhamento de voto de aplauso à Srª Ety Cristina Forte, primeira mulher paranaense a ser agraciada com o título francês de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra; e outro assunto.
ECONOMIA:
Publicação
Publicação no DSF de 02/12/2015 - Página 129
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • REGISTRO, REMESSA, REQUERIMENTO, DESTINATARIO, MESA DIRETORA, SENADO, ASSUNTO, HOMENAGEM, VOTO DE APLAUSO, DESTINAÇÃO, DIRETOR, HOSPITAL, PROPRIEDADE, ASSOCIAÇÃO PRIVADA, LOCAL, MUNICIPIO, CURITIBA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), MOTIVO, RECEBIMENTO, HONRA, FRANÇA, PAIS ESTRANGEIRO.
  • ANALISE, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, POLITICA NACIONAL, ENFASE, REDUÇÃO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), PAIS.

    O SR. ALVARO DIAS (Bloco Oposição/PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim; Srs. Senadores; Srªs Senadoras, primeiramente, anuncio que encaminhei à Mesa voto de aplauso a Srª Ety Cristina Forte, que é Diretora Executiva do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba. É a primeira mulher paranaense a ser agraciada com o título francês de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra. A honraria é um reconhecimento ao seu trabalho, aos relevantes serviços prestados em defesa do direito à vida, especialmente à causa da saúde infanto-juvenil.

    Nós, que somos do Paraná, acompanhamos muito de perto essa exitosa trajetória de Ety Cristina Forte, e esta homenagem, certamente, deve compartilhada com toda a sua equipe, com os familiares e com os incansáveis funcionários, que trabalham pela ampliação dos direitos das crianças e dos adolescentes, notadamente, na educação. Ety é uma defensora do direito à vida, à educação, à saúde de milhares de meninos e meninas.

    Por essa razão, estamos apresentando este voto de aplauso, porque entendemos ser necessário valorizar e, sobretudo, estimular as pessoas que trabalham com imensa sensibilidade humana para melhorar a vida das pessoas, sobretudo nessa faixa etária infanto-juvenil.

    Portanto, estou convencido de que Ety Cristina se fez e se faz merecedora, também por parte do Senado Federal, deste voto de aplauso que tenho a honra de propor. Tenho a certeza de que ele será aprovado, com o reconhecimento do seu magnífico trabalho em prol das crianças e dos adolescentes do Paraná e do Brasil.

    Este voto de aplauso queremos estender também a todas as pessoas neste País que, a exemplo, de Ety Cristina, oferecem uma lição de amor ao semelhante por meio do trabalho notável que realizam em instituições fundamentais para melhorar a vida das pessoas menos favorecidas pela sorte.

    Portanto, Sr. Presidente, está encaminhado à Mesa este voto de aplauso.

    Eu gostaria também, aproveitando a oportunidade do tempo que tenho nesta hora, de fazer uma abordagem da crise, mais uma abordagem da crise.

    Isso é surpreendente, pois, quando visitamos o interior do Paraná, quando podemos sobrevoar os campos com uma agricultura próspera - meu caro Senador Dário, certamente, em Santa Catarina, repete-se este fenômeno -, não imaginamos a possibilidade de crise econômica neste País. Quando vamos para o oeste do Paraná, para o sudoeste, para o norte, para o noroeste - certamente, o mesmo ocorre em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul, em Mato Grosso, no Centro-Oeste, nos Estados agrícolas deste País -, vemos a prosperidade no campo, com safras recordes. A agroindustrialização está crescente, oferecendo oportunidades de trabalho com profissionais extremamente qualificados, melhorando, inclusive, o nível salarial, em razão da especialidade da qualificação técnica. Há melhores salários, portanto, inclusive, no interior.

    Mas, quando se chega às ruas dos grandes centros urbanizados, o drama é visível. Empresários afirmam: "Estou demitindo preventivamente, porque a expectativa é de agravamento da crise". Outros empresários afirmam: "Não estou demitindo, porque não tenho recursos em caixa para arcar com o ônus das demissões". Enfim, outros estão demitindo por que não possuem mais condições de sustentar a mesma estrutura mantida antes da crise.

    Por que esta crise monumental assola o País, com uma economia paralisada ou caminhando para trás, com um PIB negativo, dramaticamente negativo? Porque desperdiçamos oportunidades preciosas.

    Aqui, durante certo tempo, nós ouvimos uma justificativa que de forma alguma poderia convencer: que a crise é internacional e que nós somos vítimas da crise internacional. As estatísticas do PIB, as estatísticas do crescimento da economia, nos vários países emergentes, nos países mais avançados, menos avançados, revelam que praticamente todos os países do Planeta cresceram economicamente neste ano. A debacle é aqui, mora no nosso País. E qual é a causa? É isso que tem de ser debatido. Por que estamos vivendo essa crise monumental num País com riquezas naturais extraordinárias, com potencialidades fantásticas? Por que essa crise nos assola? Certamente, o modelo de governança vigente se esgotou. As estruturas das instituições públicas devem ser revistas. Os orçamentos de custeio dessas estruturas devem ser também revistos. Há que se modernizar a Administração Pública brasileira. Há que se modernizar o Poder Legislativo.

    Nós temos, desde 1999, projetos que tramitam nesta Casa propondo um enxugamento do Poder Legislativo, desejando a configuração de um Legislativo mais enxuto, mais econômico e mais qualificado, até para que possamos ter autoridade quando apresentamos a sugestão de que deve, o Poder Executivo, promover reforma administrativa de profundidade, reduzindo o número de ministérios, de secretarias, de coordenadorias, de departamentos, de diretorias, de cargos comissionados. Nós queremos a reforma no outro Poder, mas não cogitamos fazer a reforma no nosso Poder. É evidente que isso causa constrangimento. Teríamos um Legislativo numericamente inferior ao atual, mas, certamente, mais qualificado e respeitado diante da sociedade brasileira.

    Nós propusemos, já, e é evidente que isso pode ser debatido, que o número de Senadores deveria ser reduzido de três para dois por unidade, por Estado brasileiro. E a Câmara dos Deputados teria também uma redução significativa, em torno de 21%. A representação seria autêntica, não como a de hoje, que promove um desequilíbrio brutal, já que em alguns Estados da Federação um Parlamentar representa 50 mil habitantes e, num Estado como São Paulo, por exemplo, representa mais de 500 mil habitantes.

(Soa a campainha.)

    O SR. ALVARO DIAS (Bloco Oposição/PSDB - PR) - A Câmara dos Deputados é a representação do povo. Portanto, a representação deve ser proporcional ao número de habitantes de cada unidade da Federação, não como hoje, com essa distorção gritante, resultante do Pacote de Abril, de 77, quando se impôs essa providência, exatamente para assegurar aos detentores do poder a supremacia política, com a maioria esmagadora que se estabelecia no Congresso Nacional para defender o regime autoritário.

    São outros tempos: as exigências estão renovadas, a cobrança é permanente, a revolta é crescente, a indignação sufoca! E nós temos que ter a ousadia de promover mudanças transcendentais para o futuro do País. Nós vamos continuar cobrando ousadia do Poder Executivo, cobrando as reformas necessárias.

    O Governo paralisado, sobretudo pelo nervosismo, pelo nervosismo e pela complexidade do momento político em que vive, assolado por grandes escândalos de corrupção, é um Governo que se perdeu, e perdeu, sobretudo, a sua capacidade de criar. Sem criatividade alguma, não encontra iniciativas para recuperar credibilidade e sinalizar a possibilidade de mudança real, capaz de retirar o País dessa crise monumental.

    Nós vamos continuar cobrando, sim, essa ousadia ausente.

(Soa a campainha.)

    O SR. ALVARO DIAS (Bloco Oposição/PSDB - PR) - Essa criatividade que não se vê, porque o País necessita, sim, de mudanças radicais. Essa ruptura com esse modelo ultrapassado é uma exigência da coletividade nacional.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/12/2015 - Página 129