Comunicação inadiável durante a 219ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Conclamação aos partidos políticos com vistas à superação da crise política e econômica.

Autor
Gladson Cameli (PP - Progressistas/AC)
Nome completo: Gladson de Lima Cameli
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
SENADO:
  • Conclamação aos partidos políticos com vistas à superação da crise política e econômica.
Publicação
Publicação no DSF de 04/12/2015 - Página 515
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • CONVOCAÇÃO, BANCADA, PARTIDO POLITICO, SENADO, ATUAÇÃO, OBJETIVO, APRESENTAÇÃO, SOLUÇÃO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, POLITICA, BRASIL.

    O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senadora Ana Amélia, Srªs e Srs. Senadores, todos os que nos assistem pela TV Senado, que nos acompanham pelas redes sociais, todos que estão na nossa galeria acompanhando aqui esta brilhante sessão.

    Srª Presidente, eu queria, antes de iniciar o meu discurso, parabenizar V. Exª pelo brilhante discurso que V. Exª fez agora há pouco. Eu queria das suas palavras fazer as minhas, porque realmente nós não precisamos, o País não precisa mais de tanta demagogia, porque a população está nos cobrando, da classe política como um todo. Então, tendo em vista que V. Exª fez esse brilhante discurso e que me associo a V. Exª, quero fazer um discurso aqui sobre a situação econômica do nosso País, a situação econômica em que vive o nosso querido Brasil.

    Gostaria de registrar algumas considerações sobre a grave situação econômica que nosso País tem vivido e o fundamental papel que nós, Senadores e Senadoras, devemos desempenhar para superá-la. Nesta semana, o IBGE divulgou um importante retrato do que já temos testemunhado no comércio, no campo e nas indústrias. No terceiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto caiu 1,7%, em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal; em relação a igual período de 2014, a queda foi de 4,5%; no acumulado, em quatro trimestres, o PIB recuou 2,5%; já de janeiro a setembro, o PIB acumula queda de 3,2%. É o terceiro recuo trimestral consecutivo da atividade econômica do País e o mais intenso para o período desde o início da série do Instituto em 1996.

    Ao verificarmos esses dados por setores, Srª Presidente, vemos que quase todos tiveram forte retrocesso: a agropecuária recuou 2%; serviços tiveram queda de 2,9%; e a indústria despencou 6,7%. Mas o fato mais grave, revelado por esses números, é a falta de perspectiva de superação dessa tendência. Um importante indicador de crescimento no futuro, a Formação Bruta de Capital Fixo, que representa o investimento em máquinas, em equipamentos, em construção e em pesquisa, caiu 4% ante o segundo trimestre. Foi o nono trimestre consecutivo de retração.

    Srªs e Srs. Senadores, se analisarmos, imparcialmente, as razões que levaram a essa retração, depois de uma década de importante expansão econômica de nosso País, podemos encontrar vários motivos. Há, sim, um forte componente externo atuando em nossa economia. Sabemos que os preços das principais commodities que exportamos têm caído nos mercados internacionais; nosso principal comprador, a China, tem apresentado sinais de desaceleração econômica, agravando essa conjuntura em nossas contas externas; e o cenário só não é mais sério em razão da forte desvalorização do real, que reduziu nossas importações; da mesma maneira, há uma tendência de saída de capitais de países emergentes em direção aos países desenvolvidos, já que há, de fato, indícios de recuperação econômica da Europa e, sobretudo, dos Estados Unidos.

    Mas esses fatores, sozinhos, não explicariam a séria tormenta que nosso País atravessa. Mesmo a Grécia, com uma crise econômica que contagiou a percepção de toda a Europa sobre o papel de suas instituições na prevenção e solução de crises, não teve desempenho tão pífio. Tivemos, Srª Presidente, uma política econômica equivocada nos últimos anos. O dirigismo excessivo, os gastos descontrolados e um orçamento fictício atuaram decisivamente na percepção dos agentes econômicos sobre a sustentabilidade da nossa economia.

    E passamos um ano de imobilismo político. O Governo, até agora, somente buscou montar sua base, mas não soube apontar saídas concretas para esse tenebroso cenário econômico. O desemprego aumenta, os serviços públicos essenciais minguam, e o Brasil sofre.

    Tenho a convicção, Srª Presidente, de que o Senado Federal deve atuar de maneira mais decisiva, para restaurar a confiança em nosso País. Creio, Srªs e Srs. Senadores, que há, sim, um pessimismo geral, mas é um pessimismo gerido e provocado pelo próprio Governo. Não podemos compactuar com isso; devemos mostrar para os brasileiros e para o mundo que temos um Senado atuante e gerador de soluções para a nossa economia e para o desenvolvimento do Brasil.

    E, Srª Presidente, faço um apelo a todos os partidos, a toda a classe política: é hora de estarmos unidos, porque o Brasil é maior do que a crise política.

    Era o que tinha a dizer.

    Muito obrigado.

 

    


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/12/2015 - Página 515