Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a situação econômica do País e defesa da atuação do Senado Federal para a solução da crise.

Autor
Gladson Cameli (PP - Progressistas/AC)
Nome completo: Gladson de Lima Cameli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Preocupação com a situação econômica do País e defesa da atuação do Senado Federal para a solução da crise.
Publicação
Publicação no DSF de 17/02/2016 - Página 22
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, ERRO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, GOVERNO FEDERAL, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, ORÇAMENTO, AUSENCIA, REALIDADE, DEFESA, ATUAÇÃO, SENADO, BUSCA, SOLUÇÃO, PROBLEMA.

    O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero agradecer a V. Exª por ter me cedido este espaço.

    Eu quero, primeiramente, cumprimentar a todos que nos assistem pela TV Senado e que nos ouvem pela Rádio Senado. E aproveito esta oportunidade para parabenizar todos os repórteres do nosso País, porque hoje é o dia deles. Eles cumprem um papel fundamental, que é levar a informação do que acontece no mundo e no Brasil.

    Sr. Presidente, eu vou falar, mais uma vez, sobre a situação econômica do País. Eu gostaria de registrar algumas considerações sobre a grave situação econômica que nosso País tem vivido e o fundamental papel que nós Senadores e Senadoras devemos desempenhar para superá-la.

    O IBGE divulgou um importante retrato do que já temos testemunhado no comércio, no campo e nas indústrias. No terceiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto caiu 1,7% em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Em relação a igual período de 2014, a queda foi de 4,5%. No acumulado, em quatro trimestres, o PIB recuou 2,5%. Já de janeiro a setembro, o PIB acumula queda de 3,2%. É o terceiro recuo trimestral consecutivo da atividade econômica do País e o mais intenso para o período desde o início da série do Instituto, em 1996.

    Ao verificarmos esses dados por setores, Sr. Presidente, vemos que quase todos tiveram forte retrocesso. A agropecuária recuou 2%, serviços tiveram queda de 2,9% e a indústria despencou 6,7%.

    Mas o fato mais grave, revelado por esses números, é a falta de perspectiva de superação dessa tendência. Um importante indicador de crescimento no futuro, a Formação Bruta de Capital Fixo, que representa o investimento em máquinas, em equipamentos, em construção e em pesquisa, caiu 4% ante o segundo trimestre de 2015. Foi o nono trimestre consecutivo de retração.

    Srªs e Srs. Senadores, se analisarmos imparcialmente as razões que levaram a essa retração, depois de uma década de importante expansão econômica de nosso País, podemos encontrar vários motivos.

    Há, sim, um forte componente externo atuando em nossa economia. Sabemos que os preços das principais commodities que exportamos têm caído nos mercados internacionais. Nosso principal comprador, a China, tem apresentado sinais de desaceleração econômica, agravando essa conjuntura em nossas contas externas. O cenário só não é mais sério em razão da forte desvalorização do real, que reduziu as nossas importações.

    Da mesma maneira, há uma tendência de saída de capitais de países emergentes em direção aos países desenvolvidos, já que há, de fato, indícios de recuperação econômica da Europa e, sobretudo, dos Estados Unidos.

    Mas esses fatores, sozinhos, não explicariam a séria tormenta que nosso País atravessa. Mesmo a Grécia, com uma crise econômica que contagiou a percepção de toda a Europa sobre o papel de suas instituições na prevenção e solução de crises, não teve desempenho tão pífio.

    Tivemos, Sr. Presidente, uma política econômica equivocada nos últimos anos. O dirigismo excessivo, os gastos descontrolados e um orçamento fictício atuaram decisivamente na percepção dos agentes econômicos sobre a sustentabilidade de nossa economia.

    E passamos um ano de imobilismo político. O Governo, até agora, somente buscou montar sua base, mas não soube apontar saídas concretas para esse tenebroso cenário econômico. E o desemprego aumenta, os serviços públicos essenciais minguam e o Brasil sofre.

    Tenho a convicção, Sr. Presidente, de que o Senado Federal deve atuar de maneira mais decisiva para restaurar a confiança em nosso País. Creio, Srªs e Srs. Senadores, que há, sim, um pessimismo geral, mas é um pessimismo gerido e provocado pelo próprio Governo. Não podemos compactuar com isso, devemos mostrar, para os brasileiros e para o mundo, que temos um Senado atuante e gerador de soluções para nossa economia e para o desenvolvimento do Brasil.

    Queria fazer, mais uma vez, um apelo a todos os partidos políticos do nosso País: está na hora de esta Casa, mais uma vez, acabar com essa guerra política e darmos uma solução favorável e à altura à população do nosso País, que está nos cobrando, está perdendo a paciência. E só há um prejudicado com tudo isso, que é o povo brasileiro.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/02/2016 - Página 22