Comunicação inadiável durante a 16ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de inauguração, em São Paulo, do primeiro Centro de Pesquisa em Grafeno da América Latina – MackGraphe, desenvolvido pela Universidade e pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
CIENCIA E TECNOLOGIA:
  • Registro de inauguração, em São Paulo, do primeiro Centro de Pesquisa em Grafeno da América Latina – MackGraphe, desenvolvido pela Universidade e pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Publicação
Publicação no DSF de 26/02/2016 - Página 32
Assunto
Outros > CIENCIA E TECNOLOGIA
Indexação
  • REGISTRO, INAUGURAÇÃO, CENTRO DE PESQUISA, VINCULAÇÃO, UNIVERSIDADE, IGREJA EVANGELICA, OBJETIVO, PESQUISA, MATERIAL, TECNOLOGIA.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Cumprimento o nosso Presidente da sessão, Senador Raimundo Lira, as Srªs e os Srs. Senadores aqui presentes, os telespectadores e ouvintes da Rádio Senado e da TV Senado também.

    Gostaria de falar sobre o futuro. Hoje existem dois Brasis: um que se tornou refém da crise econômica e outro disposto a enfrentá-la. Este é o Brasil que faz a diferença. Um exemplo do Brasil que quer espantar a crise acontece em São Paulo, na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Ali, educação e indústria se uniram para dominar a tecnologia do grafeno.

    Grafeno é um material composto de átomos de carbono, desenvolvido a partir da grafita. É o material mais fino e leve do mundo. Entretanto, chega a ser 200 vezes mais resistente que o aço e revolucionará a indústria, todos os processos produtivos e a tecnologia.

    O Brasil poderá ser protagonista da quarta revolução industrial que vem por aí, sendo uma das nações que pesquisará e desenvolverá o processo de utilização do grafeno. Esse material tem potencial de movimentar um mercado de mais de US$1 trilhão em vários setores, tais como defesa, eletroeletrônicos e semicondutores.

    Estudos apontam que o grafeno, usado em cabos de transmissão de dados, proporcionará velocidade centenas de vezes maior na internet do que temos hoje. Produtos como plástico ou látex, televisões e smartphones, com displays flexíveis e transparentes, poderão ser construídos com esse material a um custo menor do que se faz hoje.

    Pesquisadores da Universidade da Califórnia já desenvolveram um fone de ouvido a partir de grafeno, cuja qualidade é insuperável para este momento. O próximo passo será a utilização em aparelhos auditivos.

    Além disso, estudos revelam que o grafeno pode ser utilizado com eficiência na filtragem de água e que Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) desenvolveram um processo em que a água salgada passa por um filtro ultrafino de grafeno que retém todo o sal presente, mostrando-se eficiente inclusive na hora de eliminar a radioatividade. Isso o torna importante também para a agropecuária, setor que tem sido o sustentáculo da economia nacional neste momento e no passado.

    Portando, Srªs e Srs. Senadores, o grafeno ganha possibilidades incríveis de utilização e, por isso, é visto como solução de vários problemas na área de tecnologia, com a substituição de materiais raros e escassos, e o barateamento de custos para o consumidor final.

    Com investimentos de R$100 milhões, a Universidade e o Instituto Presbiteriano Mackenzie estão entregando, no campus de Higienópolis, em São Paulo, o primeiro Centro de Pesquisa em Grafeno da América Latina. Denominado MackGraphe, será inaugurado dia 2 de março de 2016, uma data histórica para a pesquisa, a ciência e a inovação em nosso País.

    Esta é uma iniciativa que deveria se repetir em todo o Brasil, pois num mundo globalizado, muito mais importante do que ter uma fábrica, é saber fazer a matéria-prima, saber criar o produto. O MackGraphe sintetiza um antigo anseio de maior aproximação entre a academia e a produção, prática já avançada nas nações desenvolvidas.

    O novo centro estabelecerá parcerias com empresas e viabilizará a sua interação direta com acadêmicos e pesquisadores. Juntos, cientistas e o universo corporativo somarão conhecimento e desenvolvimento de aplicações práticas do grafeno.

    Saúdo, portanto, o Mackenzie por essa inestimável contribuição ao desenvolvimento e ao progresso nacional. Estimular cada vez mais as relações entre as empresas e as universidades gerará um patrimônio, uma riqueza inestimável para nosso povo. Tanto na produção de bens de consumo quanto na produção de alimentos e de tecnologia.

    Um exemplo: quando eu era criança ouvia sobre as areias monazíticas do Espírito Santo, aqui representado por nossa amiga Senadora Rose, o Senador Ferraço e o nosso companheiro Senador Magno Malta. Ouvia falar de suas propriedades terapêuticas de que tanto falava o poeta Augusto Frederico Schmidt, que até montou uma empresa, a chamada Orquima, para extrair essa areia, em Guarapari. Ouvia também falar do urânio de Caetité, na Bahia, onde há uma mina importante em termos mundiais.

    E nós não tivemos mais notícias de projetos como esses. Não sei se faltaram parcerias para eles com as universidades ou com a iniciativa privada, ou ainda se eram tempos de outras prioridades. Então, já tivemos exemplos de iniciativas que não deram certo porque não se juntaram a iniciativa privada, a academia e a universidade.

    O que sei, Sr. Presidente, é que o Brasil de hoje tem muita pressa. O Brasil quer resolver a crise e não quer ser engolido por ela. A iniciativa do Mackenzie é algo que nos projeta para um futuro cada vez mais próximo, em que o capital, a capacidade de produzir riquezas de uma nação, será diretamente proporcional à sua capacidade de produzir conhecimento de ponta.

    Nós temos trabalhado, aqui no Senado, na Agenda Brasil, cujo mérito é desta Presidência, para viabilizar caminhos como esses, capazes de tirar o Brasil do imobilismo, de retomar o rumo do desenvolvimento, do emprego e, principalmente, da confiança. É nisso que toda sociedade deve estar empenhada. Temos que estimular o estudo e a pesquisa. Sair da crise é, antes de tudo, uma questão de atitude. É ela que faz toda a diferença.

    Parabenizo, então, o Instituto e a Universidade Mackenzie pela iniciativa. Que ela contagie outros centros de pesquisa e ensino na busca de alternativas sustentáveis, que melhorem a vida do cidadão e tornem o mundo melhor e o Brasil mais competitivo.

    Muito obrigado, Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Raimundo Lira. Bloco Maioria/PMDB - PB) - Quero parabenizar V. Exª, Senador Blairo Maggi, que complementa exatamente o que nós falamos há pouco: só a pesquisa, a ciência e a tecnologia nas universidades e nos institutos de pesquisa, públicos ou privados, unidos à iniciativa privada, podem ser, de fato, a segunda variável para que o País se torne plenamente desenvolvido, com a exportação de produtos de alta tecnologia e de pesquisa.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) - E de conhecimento.

    O SR. PRESIDENTE (Raimundo Lira. Bloco Maioria/PMDB - PB) - Parabéns, Senador.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) - Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/02/2016 - Página 32