Discurso durante a 17ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear os 111 anos de fundação do Rotary International e 100 anos da Fundação Rotária.

Autor
Hélio José (PMB - Partido da Mulher Brasileira/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a homenagear os 111 anos de fundação do Rotary International e 100 anos da Fundação Rotária.
Publicação
Publicação no DSF de 02/03/2016 - Página 29
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, ASSUNTO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, ASSISTENCIA SOCIAL, AMBITO INTERNACIONAL, REGISTRO, HISTORIA, ELOGIO, ATUAÇÃO, COMENTARIO, IMPORTANCIA, ENGAJAMENTO, COMBATE, VIRUS, ZIKA.

    O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço a S. Exª o Senador Cristovam Buarque, que nos orgulha a todos, pelas palavras ditas aqui e por sua vida mesmo, em defesa da educação, em defesa de uma sociedade melhor e mais justa. É com muita alegria que divido este mandato no Senado com o Senador Cristovam e com o Senador Reguffe, que é o outro Senador de Brasília.

    Quero cumprimentar novamente a nossa querida Vera Lúcia Camilo Ribeiro por dirigir os trabalhos aqui em Brasília. Vera, eu acho muito importante estarmos juntos, colocando-nos à disposição para ajudar naquilo que estiver ao nosso alcance.

    Quero cumprimentar o Sr. Michael McGovern por suas palavras. Sinceramente, Sr. Michael, você colocou os pingos nos "is", como se diz aqui, a forma adequada de caminharmos. Muito obrigado por suas palavras e por sua consideração.

    Quero cumprimentar o Diretor Internacional do Rotary, Sr. José Ubiracy Silva, por esta sessão maravilhosa, pelos trabalhos que vêm sendo realizados aqui e pelo mundo afora. Como o Senador Cristovam disse, é impagável a dívida que nós temos com cada rotariano, pelo sacrifício, pelo trabalho que executa no dia a dia, para dar a vara para pescar e não apenas o peixe.

    Quero cumprimentar também todos os rotarianos e rotarianas aqui presentes e dizer que a organização que vocês têm - governador, representante - é muito bacana. Um dia eu quero até conversar com um de vocês para entender melhor essa organização - não é, Cristovam? - tão bacana.

    Agora, umas breves palavras.

    Sr. Presidente, Srs. Senadores, senhores rotarianos presentes, a presente sessão especial que festeja os 111 anos da fundação do Rotary Internacional e do centenário da criação da Fundação Rotária é uma eloquente demonstração do quanto essas entidades são reconhecidas por sua contribuição para a construção de um mundo melhor, um mundo onde haja esperança. E essa esperança o Senador Cristovam aqui apontou: a educação. 

    Ao longo do tempo, o Rotary Internacional e a Fundação Rotária se firmaram perante a comunidade a internacional como agentes na promoção da ética pessoal e profissional e como parceiros na busca do melhor entendimento entre os povos. Neste mundo tão difícil, tão desigual, essa parceria entre os povos é muito importante.

    O que mais impressiona, Sr. Presidente Cristovam Buarque, nessa belíssima trajetória do Rotary, desde sua criação, em 1905, é o fato de que suas propostas permaneceram inalteradas, ao mesmo tempo em que sua atuação se diversificou. Não só o Pólio Plus, mas são tantas as coisas que vocês fazem! Impressiona, também, a longevidade de uma instituição que, mesmo no mundo contemporâneo, marcado pela competição e pelo individualismo, continua inarredável em seus objetivos de promover a paz e a cooperação.

    Não admira, portanto, a escolha do lema do Rotary para o período de 2016 a 2017: "Rotary a serviço da humanidade".

    Há uma semana, na segunda-feira, em uma sessão solene como esta, comemoramos o lema da Campanha da Fraternidade. Homenageamos a CNBB e o Conic. É uma felicidade, no momento em que estamos enfrentando a crise de dengue, de zika, de doenças que não deveriam estar em nosso País, que a Campanha da Fraternidade discuta a questão do saneamento, que é tão fundamental. A mesma coisa em relação ao lema "Rotary a serviço da humanidade". É muito importante. E cada um dos rotarianos no Brasil, como disse o nosso Presidente aqui, pode se somar aos esforços governamentais, aos nossos esforços, no sentido de conscientizar as pessoas de que precisamos acabar com esse mal no nascedouro. Temos que nos livrar de qualquer possibilidade de água empossada, de água parada, para evitar que esse mal tão grande da microcefalia e outros causados pela zika, pela dengue e pela chikungunya atinjam a nossa população.

    Conforme anunciou, durante a Assembleia Internacional de San Diego, o presidente recentemente eleito do Rotary International, John Germ, o lema é este: "Rotary a serviço da humanidade". O lema, como os demais escolhidos em gestões anteriores, enquadra-se na missão principal da instituição, que remonta aos seus primórdios, que é: "Dar de si antes de pensar em si". É aquilo que o nosso nobre Senador Cristovam aqui falou. É um sacrifício contínuo, um rotariano não mede esforços para ajudar outro irmão. Isso é importante demais!

    Na verdade, era esse o estado de espírito de Paul Percy Harris e um grupo de amigos quando, no dia 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, fizeram a primeira reunião de um clube de amigos dispostos a promover a ética, a camaradagem e serviços à comunidade, nobre Senador Cristovam, com US$26,25 - olha que importância, não é? -, e conseguiram fazer com que o Rotary chegasse ao tamanho que tem hoje. Não imaginavam, evidentemente, que suas propostas teriam tamanha ressonância e que encontrariam tamanha adesão. Apenas cinco anos após aquela reunião, o clube já obtivera repercussão em grande parte do território dos Estados Unidos, dando origem à Associação Nacional de Rotary Clubes. Cinco anos apenas.

    Dois anos depois, a criação de um Rotary Clube, na cidade canadense de Winnipeg, justificava a mudança do nome da entidade para Rotary International - já havia saído das fronteiras dos Estados Unidos -

    No ano seguinte, 1911, o Rotary chegava à Europa, com a abertura de clubes em Dublin e em Londres. Desde então, os propósitos de Paul Percy Harris e seus amigos ganharam o mundo, congregando atualmente mais de 1,2 milhão de associados em mais de 34 mil clubes presentes em quase todos os países. E temos o orgulho de ter alguns desses clubes aqui, em Brasília, que tanto nos ajudam.

    O espantoso crescimento da instituição requeria uma estrutura que desse suporte financeiro às atividades comunitárias e filantrópicas. Assim, surgiu, há cem anos, a Fundação Rotária, que administra um fundo de doações de rotarianos e amigos para financiar programas humanitários em numerosos países. Essa estrutura permitiu, por exemplo, que o Rotary se envolvesse com a saúde pública, tornando-se parceiro de entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e, hoje, essa parceria é muito importante com o Rotary.

    É de se destacar, Sr. Presidente, entre outras tarefas humanitárias que o Rotary International se propôs a realizar, o programa Pólio Plus, que visa à erradicação mundial da poliomielite. Esse, aliás, foi um dos programas do Rotary International destacados pelo Presidente John Germ, pois a poliomielite, que há poucas décadas afetava centenas de milhares de crianças, está hoje prestes a ser erradicada, existindo, na forma endêmica, apenas no Paquistão e no Afeganistão. "Estamos em uma encruzilhada, olhando para um ano que poderá ser conhecido como o maior da história do Rotary: o ano em que o mundo verá o último caso de pólio", disse John Germ aos governadores eleitos na Assembleia Internacional de San Diego. Isso graças ao trabalho do Rotary.

    A atuação na área da saúde é um dos destaques na programação de atividades do Rotary. Entretanto, não se pode ignorar sua contribuição no aprimoramento da educação, como o Senador Cristovam aqui ressaltou, e na promoção de uma cultura de paz entre os povos, entre outras questões. Milhares de jovens profissionais participam do Programa de Intercâmbio da instituição para estudar no exterior e milhares de bolsas de nível superior têm sido concedidas todos os anos.

    Eu, Senador Cristovam, tenho uma filha na Escócia. Sei o quanto é importante uma parceria para que os jovens se eduquem no exterior, como V. Exª disse, e o Rotary tem feito um trabalho excepcional nesse ponto.

    O engajamento da juventude nas atividades rotarianas, a propósito, é uma realidade. Nesse aspecto, merecem destaque os Interact Clubs, que congregam jovens, patrocinados pelas próprias associações, para desenvolver ações em favor da comunidade.

    O primeiro Interact Club, sigla que significa International Action, Ação Internacional, foi fundado em 1962, na Flórida. Outros logo foram criados pelo mundo afora. Em suas atividades, esses jovens, ao mesmo tempo em que fazem amizades duradouras, desenvolvem o espírito de liderança, fazem contatos internacionais e se envolvem em projetos comunitários. Para isso, os Interact Clubs promovem pelo menos dois projetos anuais, um voltado para ajuda à escola ou à comunidade e outro voltado para a compreensão internacional.

    O Brasil, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores rotarianos aqui presentes, tem sido altamente receptivo às propostas formuladas naquele longínquo ano de 1905, por Paul Harris. O primeiro Rotary Club chegou ao nosso País em 1922, com a fundação de uma agremiação no Rio de Janeiro, seguida de outra, dois anos depois, em São Paulo. Desde então, a instituição não parou de crescer em nosso território, comprovando a identificação dos brasileiros com os objetivos da entidade internacional, que podem ser resumidos no tripé relacionamento social, relacionamento profissional e serviço comunitário, o que é muito importante.

    Essa identificação, nobre Senador Cristovam, fica evidente também na expressiva participação dos dirigentes brasileiros na administração do Rotary Internacional, que já foi presidido pelo paulistano Armando de Arruda Pereira, um paulistano, que foi dirigido pelo carioca Ernesto Imbassahy de Mello, que foi dirigido pelo santista Paulo Viriato Corrêa da Costa. Em sua gestão, Paulo Viriato manifestou permanente preocupação ecológica, tendo cunhado a frase "Preserve o Planeta", que se tornou um verdadeiro lema para milhões de pessoas. Sua proposta de preservação da natureza deu origem a um dos programas permanentes do Rotary e ao plantio de mais de 10 milhões de árvores. Esse é um legado que o Viriato nos deu, que nós temos que agradecer o resto da vida.

    Em nossa região temos 70 clubes, que conformam o Distrito 4530 da nossa presidente que está aqui. São pessoas que há algumas décadas têm agido em favor da dignidade humana, quer por meio da iniciativa localizada contra a fome, quer no patrocínio de ações da saúde e assistência social. Os rotarianos estão presentes em nossa sociedade sempre promovendo o bem, como tem feito o Rotary Club do Gama, que organiza há 22 anos a Caminhada da Paz. Há 22 anos um grupo significativo dessa cidade de Brasília chamada Gama se junta para caminhar e louvar a promoção da paz. Isso tudo comandado pelo Rotary, evento que já foi incorporado ao calendário oficial do Distrito Federal, pela Lei nº 4.708, de 2011.

    No próximo dia 17 de abril, a partir das 7h30 da manhã, com concentração no estacionamento do Estádio Bezerrão, na Vila Olímpica do Gama, vestidos de camisetas brancas, milhares de rotarianos caminharão pela paz. Tomo a liberdade de convidar V. Exª, nobre Senador Cristovam, todas as pessoas aqui presentes e aqueles que nos assistem pela TV Senado a se somarem a essa importante iniciativa, na qual estive no ano passado. Pude testemunhar, com a minha presença, a importância dessa Caminhada da Paz que acontece lá no Gama.

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF) - Estamos às vésperas de um evento, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores rotarianos aqui presentes, que reunirá nesta capital, neste fim de semana, um grande número de rotarianos. É com grande satisfação que o Senado Federal enaltece os 111 anos do Rotary Internacional, quando Brasília recebe mais de 200 presidentes de clubes de todo o Brasil no Seminário de Treinamento de Presidentes Eleitos e Lideranças Rotárias. Ao ensejo, aproveito para congratular-me com os participantes do evento, com toda a comunidade rotária, augurando muito sucesso em suas realizações e o pleno reconhecimento da comunidade internacional.

    O Senador Renan não pôde vir, mandou um abraço a todos e solicitou que nós dirigíssemos a sessão. Ele está viajando, não está em Brasília.

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF) - O nosso Senador Serra também está viajando e lamentou não poder estar aqui.

(Manifestação da plateia.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF) - Chegou? O Serra está aqui? Serra, por favor, venha para a Mesa. (Palmas.)

    O nosso signatário principal, número um desta sessão solene, vai falar, o Senador Cristovam passa a palavra para você. Então, o Serra está aqui entre nós, achei que ele tivesse ido para São Paulo. Que bacana! Fico muito feliz, a gente vai poder ouvir as palavras dele. Eu achei que fosse encerrar as falas, mas não; nós vamos ter o prazer e o privilégio ainda - o Senador Cristovam vai dirigir a parte final - de ouvir o nosso Presidente Serra. Que alegria!

    Contem conosco, contem comigo, com o Senador Cristovam, com o Senador Reguffe. No que nós pudermos ajudar, o Rotary pode contar conosco aqui da Bancada de Brasília.

    Muito obrigado a todos. Um abraço. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/03/2016 - Página 29