Pela Liderança durante a 40ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do impeachment da Presidente da República.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Defesa do impeachment da Presidente da República.
Publicação
Publicação no DSF de 31/03/2016 - Página 14
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • DEFESA, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, CRISE, POLITICA NACIONAL, ECONOMIA NACIONAL, SAUDE PUBLICA, EDUCAÇÃO.

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Dez minutos, Presidente. Sempre foram dez.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, eu queria ter tido a oportunidade de fazer um aparte aqui quando a Senadora Fátima falou, mas, como V. Exª disse que não era possível...

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Segundo o Regimento Interno, não é possível o aparte.

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... direi aqui agora, como assim me recomendou V. Exª.

    Sr. Presidente, não concordo absolutamente com esse Governo que aí está. E, pelo fato de discordar, não me considero e não sou traidor da Pátria. Eu amo o meu País, estou aqui cumprindo uma missão que o povo de Sergipe me deu e fico bem à vontade, porque sempre agi de acordo com a minha consciência, sempre votei de acordo com os comandos e com os princípios que adotei para a minha vida.

    Golpe, Sr. Presidente? Que golpe? Golpe é tirar direitos dos trabalhadores de décadas. Golpe, Sr. Presidente, é prometer aquilo que não se cumpre, que não se pode cumprir. A saúde pública está na UTI. Os estudantes deste País estão desesperados, porque, de tudo aquilo que o Governo prometeu, praticamente nada tem se cumprido.

    Ontem, Sr. Presidente, no pronunciamento aqui nesta Casa, mencionei o fato de que estamos atravessando a mais grave recessão econômica, Senadora Ana Amélia, desde 1930; só que, em 1930, a causa era externa. Hoje, a causa da crise é nacional, exclusivamente nossa. Por isso, somos nós os responsáveis pela busca de soluções. E o Governo que aí está não vive só uma crise econômica, nem uma crise fiscal, nem uma crise política, Sr. Presidente; o Governo que aí está vive uma crise de crédito, de confiança, porque ninguém mais acredita naquilo que se promete ou naquilo que se propõe. Aonde vamos parar? Fato comprovado pelos números estampados nos índices de desemprego, Sr. Presidente, na diminuição do PIB anos e anos seguidos.

    Entretanto, colegas Senadores, em contrapartida, a conta paga pelo contribuinte brasileiro é uma das mais caras do mundo, Senador Moka! Impostos federais, impostos estaduais e impostos municipais sofreram todos os tipos de reajustes. A "triconta", a conta da União, a conta dos Governos estaduais e a conta de muitos Municípios, chegou para muitas famílias. Imagine que cada conta dessas seja como se fosse um apertar de cinto, cada conta dessas seja como se fosse um furo no cinto, a ponto, realmente, de as nossas famílias não poderem mais respirar, porque não têm mais de onde tirar do seu orçamento. Felizes aqueles que ainda têm algum emprego. E aqueles milhões de famílias que não têm mais empregos, que foram atingidos diretamente por essa "triconta"? Ora, essa "triconta" é fruto de gestões irresponsáveis, inconsequentes. Não mediram as consequências para chegarem ao poder ou para se manterem nele.

    Eu amo o meu País! Eu quero o meu País no trilho da dignidade e não concordo com isso que nós estamos vivendo, com isso que aí está.

    Votei, por diversas vezes, com o que o Governo propôs. Cheguei a dizer isto à Presidente da República: "De mim, a senhora conte com muitos votos 'sim', mas saiba, desde já, que contará com muitos votos 'não', quando não mandar o orçamento da saúde como se deve, quando não investir na educação como se deve, quando não investir na segurança pública como se deve". E assim fiz e sempre agi.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Não sou traidor. Sou amante deste País e quero o melhor para o meu País. Não acredito mais nesse Governo que aí está. Chega!

    Infelizmente, Senador Moka, o meu Estado também está padecendo deste sofrimento: servidores públicos com salários atrasados, salários que não são reajustados, isso fruto de más gestões, de gestões inconsequentes, de gestões irresponsáveis, que não têm um olhar nem para o presente, nem para o futuro.

    Conta a jornalista e economista Miriam Leitão, em um de seus livros, que, certa vez, indo à Argentina cobrir uma matéria e vendo aquelas mulheres nas ruas, em 2013, batendo as panelas, senhoras de todas as idades, perguntou: "Por que a senhora está aqui? Por que a senhora veio para este panelaço"? E a resposta, Senadora Ana Amélia, daquelas mães, daquelas mulheres na Argentina foi uma só: "Porque, do jeito que está, no hay futuro".

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Não temos futuro!

    Bem assim, Presidente, do jeito que está, não temos futuro. Nosso presente já está comprometido, mas não podemos ser irresponsáveis nem inconsequentes de comprometer o futuro de milhões e milhões de brasileiros, de gerações que nem nasceram, como esses microcefálicos que estão nascendo, com a sua vida comprometida, com a qualidade de sua vida e de sua família comprometida, porque o Governo não é nem capaz de controlar um mosquito que se conhece há séculos.

    É esse tipo de padecimento que o Governo brasileiro hoje vive.

    Eu digo: sou, sim, a favor do impeachment. Não concordo com isso que aí está. O impeachment está previsto na nossa Constituição. O impeachment é uma lei antiga que já foi utilizada em outros momentos. Se vivêssemos no regime do parlamentarismo, com certeza, o Governo que aí esta já teria saído. Mas o presidencialismo também tem essa válvula. E não é golpe. É agir com...

(Interrupção do som.)

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Para concluir.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Só mais um minuto, Sr. Presidente.

    É agir com amor à Pátria, é agir com responsabilidade e olhar sobretudo para o futuro, porque o presente, Sr. Presidente, está completamente comprometido. E é com as nossas atitudes de agora que vamos mudar esta realidade não só para agora, mas sobretudo para mais adiante, para as gerações vindouras.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/03/2016 - Página 14