Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do jornalista Luiz Acosta, da cidade de Cuiabá-MT.

Registro do Dia Mundial do Autismo, a ser celebrado em 2 de abril, e defesa de ações do Congresso Nacional e do Governo Federal em favor de investimentos em pesquisas para o tratamento da doença.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo falecimento do jornalista Luiz Acosta, da cidade de Cuiabá-MT.
SAUDE:
  • Registro do Dia Mundial do Autismo, a ser celebrado em 2 de abril, e defesa de ações do Congresso Nacional e do Governo Federal em favor de investimentos em pesquisas para o tratamento da doença.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2016 - Página 10
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > SAUDE
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, JORNALISTA, ORIGEM, MUNICIPIO, CAMPO GRANDE (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATIVIDADE PROFISSIONAL.
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, AUTISMO, DEFESA, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, CONGRESSO NACIONAL, APROVAÇÃO, POLITICAS PUBLICAS, OBJETIVO, INVESTIMENTO, PESQUISA CIENTIFICA, REFERENCIA, TRATAMENTO, DOENÇA.

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senadora Vanessa, Presidente da sessão do Senado Federal nesta tarde.

    Tenho dois pronunciamentos para fazer, Senadora, bastante breves. Um é para registrar a morte, o passamento de um grande companheiro, jornalista da cidade de Cuiabá. É com imenso pesar que subo à tribuna para registrar o falecimento de um dos ícones do jornalismo político de Mato Grosso, o jornalista Luiz Acosta, ocorrido no dia de ontem na cidade de Cuiabá. Luizão, como era chamado por todos, morreu aos 57 anos em decorrência de problemas pulmonares.

    Ultimamente, ele integrava a equipe do site do Grupo Gazeta de Comunicação. Mas, pertencente à velha guarda do jornalismo, já trabalhou nos principais órgãos de comunicação do Estado, ocupando funções diversas, desde repórter, chefia de redação e editorias de política e executiva.

    Luiz Acosta nasceu no dia 28 de agosto de 1958, em Campo Grande (MS), onde começou a exercer a profissão de jornalista nos anos 80. Mudou-se para Cuiabá em 1985, onde foi repórter e editor nos jornais Diário de Cuiabá, Folha de Cuiabá, O Estado de MT e Folha do Estado. Atuou também em assessorias de imprensa e participou de campanhas eleitorais, inclusive uma comigo. Foi Secretário de Comunicação da Câmara de Vereadores da capital e Assessor de Comunicação Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

    Luizão deixa quatro filhos e cinco netos. Ele morava com a filha caçula, Laylla, e sua neta Lívia, a quem fazia questão de declarar seu intenso amor de avô.

    A imprensa mato-grossense está de luto e aos colegas de profissão, familiares e amigos, deixo meus sentimentos sinceros de pesar, desejando que as boas recordações do amigo Luizão aliviem a dor da perda!

    Então, esse é o registro que faço, Srª Presidente, pelo passamento do nosso companheiro e amigo Luizão, que nos deixou esta semana.

    O segundo assunto, Presidenta Vanessa, vou falar um pouco hoje sobre o autismo, já que, nesta semana, no dia 2, nós comemoramos o Dia Mundial do Autismo.

    Srªs e Srs. Senadores aqui presentes, telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, no dia 2 de abril se celebra o Dia Mundial do Autismo. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de dezembro de 2007, com objetivo de conscientização acerca dessa doença que, acredita-se, atinja mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. O autismo é um transtorno no desenvolvimento do cérebro e é definido pela presença de déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos complexos. Apenas em 1993 é que a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, e, ainda que as pesquisas na área sejam cada vez mais intensas, são muitos os mistérios que servem a esses.

    Até o momento não se conhece por certo nem mesmo as causas do autismo. Cientistas afirmam que há uma combinação de fatores e que a genética e agentes externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de uma criança desenvolver autismo por causa da herança genética são de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a fatores exógenos, como o ambiente de criação dessas crianças.

    Senhoras e senhores, não existe cura para o autismo. No entanto, um programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de crianças pequenas com esse transtorno. O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas da doença e do suporte ao desenvolvimento e ao aprendizado.

    Srª Presidente, na busca pela cura do autismo, cientistas da USP e da Universidade da Califórnia, em San Diego, descobriram que uma mutação genética no gene TRPC6 seria um dos genes de predisposição ao autismo. Em seguida, não demoraram a encontrar uma droga candidata a atacar o problema.

    O TRPC6 está ligado ao nível de cálcio dos neurônios, atividade crucial para seu funcionamento, e os cientistas descobriram que a hiperforina, um composto encontrado na erva-de-são-joão, planta com propriedades antidepressivas, atua diretamente nesse canal. Existe expectativa de que talvez 1% dos pacientes possam responder positivamente à erva-de-são-joão, uma vez que só portadores de mutação no TRPC6 ou em genes similares devem-se beneficiar dessa erva. Cientistas defendem que o fármaco passe por testes formais e definitivos.

    Srªs e Srs. Senadores, é muito importante, aqui no Senado e no Congresso Nacional, que apoiemos a pesquisa envolvendo a erva-de-são-joão, pois ela pode significar um avanço muito importante para amenizar os problemas causados pelo autismo, ainda que uma pequena parcela dos portadores da síndrome possa beneficiar-se, conforme já dito. É imprescindível que o tema esteja em pauta no Governo e que tenhamos campanhas de conscientização e informação da população, que combatam principalmente o preconceito que ainda existe em torno do autismo.

    Caros Colegas e Srª Presidente, nesta semana, fui procurado pelo meu amigo aviador Comandante Mariano, com uma boa notícia, e fico feliz em anunciar aqui duas iniciativas da cidade de Rondonópolis, no Estado de Mato Grosso, onde eu e minha família moramos há muitos anos, que acontecerão amanhã e acrescentam muito nesse processo de informação e conscientização sobre o autismo. A Associação Rondonopolitana de Pessoas com Transtorno Autista promove, a partir das 16h, uma caminhada pela cidade e, às 19h, palestra chamada "Autismo - Possibilidades e Intervenções", na Igreja Assembleia de Deus Nova Aliança. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis promoverá em seu auditório um dia inteiro de palestras e debates sobre este tema.

    Precisamos de mais iniciativas como essas País afora. Progressos já foram feitos nas duas últimas décadas, mas os desafios e as barreiras ainda permanecem para as pessoas com autismo e seus entes queridos.

    Então, Srª Presidente...

(Soa a campainha.)

    O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) - Agora Sr. Presidente Dário Berger, já na sessão, fica aqui o meu manifesto pelo Dia Mundial do Autismo, que será comemorado no dia 2 de abril, para que nós aqui no Senado, o Congresso Nacional, a sociedade, percebamos a importância dessa questão. São milhares e milhões de pessoas no mundo que têm esse transtorno, ao qual não é dada a devida importância, como reclamou o meu amigo Mariano. Ele é pai de um garoto que tem autismo e sente-se, muitas vezes, agredido por preconceito ou pré-conceito, em situações de não compreensão da sociedade a respeito dessa situação.

    A exemplo de outras doenças e outros transtornos, devemos estar sempre muito preocupados em integrar essas pessoas, e não deixar que elas sejam marginalizadas na sociedade brasileira. Assim como outras doenças, outros problemas foram atendidos, foram resolvidos ou amenizados, também espero que o autismo entre para uma política de Governo. Que possamos ter escolas especiais, profissionais que possam, efetivamente, não só ajudar a aliviar o sentimento de dor dos pais, mas também preparar esses garotos e garotas para o futuro, dentro de suas próprias condições!

    Esse era o meu pronunciamento no dia de hoje, Sr. Presidente. Agradeço a atenção.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2016 - Página 10