Pela Liderança durante a 31ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 161 anos de fundação do Município de Aracaju –SE.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração dos 161 anos de fundação do Município de Aracaju –SE.
Publicação
Publicação no DSF de 17/03/2016 - Página 32
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, ARACAJU (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE), COMENTARIO, DIFICULDADE, GESTÃO, CIDADE, DEFESA, ALTERAÇÃO, PACTO FEDERATIVO.

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, as crises são tantas, inúmeras, e aparece, a cada dia, uma nova crise, mas não vou falar, neste momento, sobre as crises. Farei um pouco diferente, Sr. Presidente. Vou falar da minha capital, da minha cidade, da cidade em que moro hoje, Aracaju.

    Ocupo esta tribuna, para falar sobre Aracaju, capital do meu Estado, Sergipe, que completa, nesta quinta-feira, amanhã, dia 17, 161 anos. Falar de Aracaju, Sr. Presidente - não sei se V. Exª a conhece; está convidado, se não a conhecer - é muito fácil. Aracaju é linda, acolhedora, com boa qualidade de vida.

    Entretanto, mais fácil do que falar da cidade, tenha toda a certeza, é falar do seu povo. O aracajuano, Sr. Presidente, é trabalhador, guerreiro, batalhador, honesto, sincero, amigo. Isso, apenas para citar algumas de suas inúmeras qualidades.

    Em 1699, final do século XVII, ficou-se sabendo do surgimento de um povoado às margens do Rio Sergipe, próximo à região onde hoje esse rio deságua no mar e cujo nome era Santo Antônio de Aracaju. A então capital de Sergipe, cidade de São Cristóvão, estava tendo dificuldades com relação aos portos.

    Como estava situada no interior do Estado, a navegação até os portos era somente fluvial, o que era inconveniente, uma vez que os maiores navios não tinham passagem por conta da tonelagem, fazendo com que, nos portos sergipanos, atracassem apenas, e somente apenas, pequenas embarcações.

    Diante dessa situação, a partir de 1854, o trecho de praia onde hoje está situada a cidade de Aracaju, perto da foz do Rio Sergipe, despertou grande interesse do governo da província de Sergipe, que transferiu a alfândega e a Mesa de Rendas Provinciais para aquele local, além de construir uma agência do Correio, uma subdelegacia policial e o tão sonhado porto, que foi construído na praia denominada Atalaia. Volto a fazer o convite para quem não conhece: convido-os a visitar nossa belíssima capital, a praia de Atalaia e seus diversos encantos.

    Foi então, Sr. Presidente, que, no dia 17 de março de 1855, Inácio Joaquim Barbosa apresentou o projeto de elevação do povoado de Santo Antônio de Aracaju à categoria de cidade e transferência da capital da província para esta nova cidade, que passou a ser chamada simplesmente de Aracaju, palavra de origem tupi que significa cajueiro das araras.

    A mudança da capital foi considerada um dos momentos mais importantes da história do nosso Estado. Ela beneficiou o escoamento da produção açucareira da época, além de representar um local mais adequado para a sede do governo, visando ao desenvolvimento futuro. Dessa maneira, Inácio Joaquim Barbosa fundou Aracaju para todos nós, sergipanos.

    A partir daí, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocorreu um novo ciclo de desenvolvimento, que durou até os primeiros e agitados anos da proclamação da República. Foi quando, pouco antes da República, em 1884, surgiu a primeira fábrica de tecidos, marcando o início do desenvolvimento industrial na nossa capital. Em junho de 1886, Aracaju tinha aproximadamente 1.484 habitantes - repito, Sr. Presidente: 1.484 habitantes - e uma grande vocação para a vanguarda. Já contava com a imprensa oficial e algumas linhas de barco para o interior.

    De tão vanguardista, a capital da Província foi criada de forma planejada, como um tabuleiro de xadrez. O ponto de partida para seu crescimento foi a Avenida Ivo do Prado. Dali, todas as ruas foram ordenadas geometricamente para terminar no Rio Sergipe, pelas linhas do engenheiro Sebastião José Basílio Pirro, sendo, dessa maneira, uma das primeiras cidades da América do Sul a ter essa tendência geométrica no seu planejamento urbanístico.

    Hoje, com quase 700 mil habitantes, de acordo com a estimativa do IBGE de 2015, e quase um milhão de habitantes na Grande Aracaju, nossa capital continua bela e acolhedora, e o povo, ordeiro. O nosso tradicionalíssimo forró, nossos artistas, nosso litoral, nossas comidas típicas, nosso calor humano, tudo isso faz parte da essência do povo aracajuano. Nosso amor por essa terra ninguém diminui e ninguém destrói.

    Contudo, Sr. Presidente, lamentavelmente, nos últimos anos, nossa capital vem perdendo um pouco da sua autoestima, da sua tranquilidade e do seu brilho. A nossa capital, que no passado foi planejada geometricamente, como já disse, cresceu de maneira desordenada, e o que vivemos atualmente é um trânsito difícil, que clama por uma política de mobilidade e um planejamento urbano que sejam eficazes.

    Antigamente, nem tão antigamente assim, Sr. Presidente, alguns anos atrás, saíamos de nossas casas, de nossos apartamentos, dos nossos lares, e, para ir ao hospital, bastavam alguns minutos, cinco ou dez minutos. Hoje, Sr. Presidente, se não saímos com quarenta minutos, cinquenta minutos antes, com certeza, não chegaremos a tempo nos nossos compromissos. Faz-se urgente a construção de mais ciclovias e a modernização das nossas vias, para que seja devolvida a nossa tranquilidade, a nossa paz no trânsito.

    Entendemos as dificuldades que existem, mas entendemos também que algo precisa e deve ser feito. A população cobra e merece o retorno dos impostos pagos. E como se paga!

    O que nenhum cidadão, aracajuano ou de qualquer outro canto do País, merece e não pode é arcar com os custos da crise pela qual o Brasil e os Entes Federados passam. É verdade que o Governo Federal, os governos estaduais e também os municipais têm tributado, e o aracajuano tem caído também nessa tributação já de forma ruim.

    Entendemos que o Governo Federal castiga o povo e os Municípios com cortes de investimentos e desmandos nas suas contas públicas, mas o nosso povo não pode receber mais essa conta.

    Entretanto, Sr. Presidente, o reflexo de toda essa crise, que envolve União, Estados e Municípios, tem atingido diretamente o aracajuano e gerado demora na entrega de obras importantes para a população da nossa capital, dificultando, ainda mais, a vida da população.

    Só para dar um exemplo, nos últimos dias, Srªs e Srs. Colegas Senadores, Aracaju sofre com a falta de coleta de lixo, em razão do fim do contrato com a antiga empresa que fazia a limpeza das nossas ruas e coletava o lixo. Um novo contrato foi feito, mas já se sabia de tudo isso.

    Com toda certeza, o aracajuano é maior e melhor do que todas essas crises.

    Hoje, desejo que Aracaju, nos seus 161 anos de existência...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... venha a ter dias melhores. Nossa capital merece, assim como nosso povo e nossa gente.

    Não bastam só as belezas naturais e a força do nosso povo - é verdade. É preciso respeito e compromisso com nossa cidade. Aracaju é linda, seu povo é batalhador. Então, sigamos em frente em busca de dias melhores.

    Parabéns, Aracaju!

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/03/2016 - Página 32