Pronunciamento de Aécio Neves em 17/03/2016
Explicação pessoal durante a 32ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Explicação pessoal em resposta ao aparte feito pelo Senador Paulo Rocha durante pronunciamento do Senador Zezé Perrella, no qual aquele defende a conduta do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores, e condena a postura do PSDB em defesa do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
- Autor
- Aécio Neves (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
- Nome completo: Aécio Neves da Cunha
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Explicação pessoal
- Resumo por assunto
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SENADO:
- Explicação pessoal em resposta ao aparte feito pelo Senador Paulo Rocha durante pronunciamento do Senador Zezé Perrella, no qual aquele defende a conduta do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores, e condena a postura do PSDB em defesa do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
- Publicação
- Publicação no DSF de 18/03/2016 - Página 16
- Assunto
- Outros > SENADO
- Indexação
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- EXPLICAÇÃO PESSOAL, REFERENCIA, APARTE, PAULO ROCHA, SENADOR, PRONUNCIAMENTO, ZEZE PERRELLA, ASSUNTO, DEFESA, ATUAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CRITICA, CONDUTA, ORADOR, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), MOTIVO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Oposição/PSDB - MG) - Sr. Presidente, art. 14, Sr. Presidente.
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Há uma lista enorme de Líderes inscritos. Agora, eu peço encarecidamente: já que há essa lista, eu vou dar a palavra ao Senador Aécio, pelo art. 14, óbvio, e eu peço a V. Exª que possa concluir, após o Senador Aécio, porque os oradores todos, os colegas, vão falar.
Senador Aécio Neves, art. 14.
O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Oposição/PSDB - MG) - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu primeiro eu tenho que dar o art. 14, porque é assim que estabelece o Regimento Interno.
O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Oposição/PSDB - MG. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu não vou tomar muito tempo deste Plenário neste instante, pretendo voltar ainda à tribuna, talvez com o Senador Paulo Rocha um pouco mais sereno, um pouco mais tranquilo, mas quero dizer algo aqui que me parece muito distante das preocupações do Senador.
Ele nos acusa de termos acirrado os ânimos do País. Teremos nós essa força? Nós, da oposição, acirramos os ânimos do País? Ou são essas denúncias sucessivas que não cessam?
(Soa a campainha.)
O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Oposição/PSDB - MG) - Ou são as medidas absolutamente equivocadas, irresponsáveis e atrapalhadas na economia que nos levam à pior recessão da nossa história, um desemprego sem precedentes no Brasil, que está levando as pessoas às ruas?
Acusam-me, Senador Paulo Rocha, de, como Presidente do PSDB, ter impetrado uma ação na Justiça Eleitoral, a partir de inúmeras denúncias que nos chegavam. O PT fez isso corriqueiramente em inúmeros Estados.
Se não tivesse cumprido, Senador Jorge Viana, a minha obrigação - e não é o PSDB que produz essas provas - de solicitar ao Tribunal Eleitoral que investigasse as denúncias que nos chegavam, eu certamente estaria prevaricando. Se não entro eu com essa ação, como Presidente do PSDB, Senador Paulo Rocha, o Brasil não estaria tendo conhecimento das gravíssimas denúncias que vinculam, sim, recursos da Petrobras ou do "propinoduto" ao financiamento da campanha eleitoral.
Eu sempre disse: é essencial que o direito à livre e ampla defesa seja garantido. A Presidente terá lá todas as condições de demonstrar que essas acusações ou que essas delações são falsas.
Agora, Sr. Presidente, o que eu percebo, de forma muito clara, e essas gravações de ontem trazem tudo isso à luz, é que há sim, há sim uma tentativa de nivelar aquilo que não é nivelável. Percebi, claramente, em algumas dessas gravações, que vale a pena sim, vamos citar uma, duas, dez, quinze vezes alguma figura, independentemente do que isso represente, para que, quem sabe, com isso, haja uma pressão explícita, como uma dessas gravações coloca, em torno do Procurador-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal.
Não, nós temos, felizmente, Senador Paulo Rocha e Senador Cristovam Buarque, instituições que funcionam com independência, com altivez - se eventuais excessos forem cometidos por alguma delas, caberá à sociedade reagir a esses excessos -, mas, em relação àquilo que é dito sobre o PSDB, a nossa postura é muito diferente da postura do Partido de V. Exª: não atacamos as instituições, não demonizamos a imprensa, ao contrário, não consideramos isso - como considera o Partido de V. Exª - um ataque à democracia.
Queremos que tudo seja investigado em profundidade. Não há, para os homens de bem, nada, absolutamente nada mais relevante do que a verdade, e é isso que estamos buscando. Não acredito que serão apenas essas as citações a nomes da oposição e ao meu próprio, muitas outras virão, e todas serão respondidas de forma cabal, clara, com serenidade, mas com absoluta firmeza.
É preciso, Senador Paulo Rocha, que coloquemos nossos olhos no futuro, vamos olhar o que está acontecendo com o Brasil, vamos encontrar caminhos para que o Brasil rompa definitivamente com o que está aí ancorado na Constituição, para construirmos um tempo novo, de convergência e não de divisões.
Quisera ter - e falo para encerrar, Senador Paulo Rocha - o poder de mobilizar as massas que ocuparam ontem e no último domingo as ruas do Brasil inteiro. Não tenho! Se V. Exªs não compreenderem de forma clara o que está acontecendo no sentimento e na alma dos brasileiros, certamente V. Exªs não estarão em condições de contribuir para uma saída que seja de interesse dos brasileiros e dos trabalhadores.
Por último, Senador Paulo Rocha, quando V. Exª teve seu nome citado no mensalão e depois absolvido, V. Exª jamais teve desse Parlamentar uma citação que não fosse digna e de respeito. É isso que o PSDB e os tucanos esperam também de V. Exª.